Hoje a Igreja celebra : Apresentação de Nossa Senhora no Templo – Leia comentário do Pe. Vanzella, assessor da CNBB, sobre esta memória litúrgica clicando: http://bibliacatolica.ning.com/profiles/blog/show?id=2214933%3ABlogPost%3A58107
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São Paciano de Barcelona : «Deus não é Deus de mortos, mas de vivos»
Livro de 1º Macabeus 6,1-13:
O rei Antíoco atravessava as províncias superiores, quando soube que, na Pérsia, em Elimaida, havia uma cidade famosa pelas suas riquezas em prata e ouro. O seu templo, extraordinariamente rico, possuía armaduras de ouro, couraças e armas, deixadas ali por Alexandre, filho de Filipe, rei da Macedónia, o primeiro que reinou sobre a Grécia. Dirigiu-se para esta cidade com o propósito de a tomar e saquear, mas não pôde, porque os habitantes estavam prevenidos. Resistiram-lhe com as armas, e viu-se obrigado a fugir e a regressar à Babilónia com grande humilhação. Na Pérsia, um mensageiro foi dizer-lhe que as tropas enviadas à Judeia tinham sido derrotadas, e que Lísias, partindo com um poderoso exército, fora vencido pelos judeus, que aumentaram o seu poderio com as armas, as munições e os despojos, tomados ao exército desbaratado. E que tinham destruído também a abominação edificada por ele sobre o altar, em Jerusalém, e tinham cercado o templo com altas muralhas como outrora, assim como a cidade de Bet-Sur. Ouvindo estas notícias, o rei ficou irado e profundamente perturbado. Caiu de cama, doente de tristeza, ao ver que os acontecimentos não tinham correspondido aos seus desejos. Passou assim muitos dias, porque a sua mágoa se renovava sem cessar, e julgou morrer. Mandou, então, chamar todos os seus amigos e disse-lhes: «O sono fugiu dos meus olhos e o meu coração desfalece de preocupação. E digo a mim mesmo: A que grande aflição fui reduzido e em que abismo de tristeza me encontro, eu, que antes vivia alegre e era amado quando era poderoso! Mas agora lembro-me dos males que causei a Jerusalém, de todos os objetos de ouro e prata que roubei, e de todos os habitantes da Judeia que exterminei sem motivo. Reconheço que foi por causa disto que me sobrevieram todos estes males, e, agora, morro de tristeza numa terra estrangeira.»
Livro de Salmos 9(9A),2-3.4.6.16.19:
Quero louvar-te, SENHOR, com todo o coração, e narrar todas as tuas maravilhas.
Em ti exultarei de alegria e cantarei salmos ao teu nome, ó Altíssimo.
Os meus inimigos batem em retirada, tropeçam e caem mortos diante de ti.
Ameaçaste os pagãos, exterminaste os ímpios, apagaste o seu nome para sempre.
Os pagãos caíram no fosso que fizeram; os seus pés ficaram presos na rede que esconderam.
Mas o pobre não será esquecido eternamente, nem para sempre se há de perder a esperança dos infelizes.
Evangelho segundo S. Lucas 20,27-40:
Aproximaram-se alguns saduceus, que negam a ressurreição, e interrogaram-no: «Mestre, Moisés prescreveu nos que, se morrer um homem deixando a mulher, mas não tendo filhos, seu irmão casará com a viúva, para dar descendência ao irmão. Ora, havia sete irmãos: o primeiro casou-se e morreu sem filhos; o segundo, depois o terceiro, casaram com a viúva; e o mesmo sucedeu aos sete, que morreram sem deixar filhos. Finalmente, morreu também a mulher. Ora bem, na ressurreição, a qual deles pertencerá a mulher, uma vez que os sete a tiveram por esposa?» Jesus respondeu-lhes: «Nesta vida, os homens e as mulheres casam-se; mas aqueles que forem julgados dignos da vida futura e da ressurreição dos mortos não se casam, sejam homens ou mulheres, porque já não podem morrer: são semelhantes aos anjos e, sendo filhos da ressurreição, são filhos de Deus. E que os mortos ressuscitam, até Moisés o deu a entender no episódio da sarça, quando chama ao Senhor o Deus de Abraão, o Deus de Isaac e o Deus de Jacob. Ora, Deus não é Deus de mortos, mas de vivos; pois, para Ele, todos estão vivos.» Tomando, então, a palavra, alguns doutores da Lei disseram: «Mestre, falaste bem.» E já não se atreviam a interrogá lo sobre mais nada.
Comentário ao Evangelho do dia feito por:
São Paciano de Barcelona (?
Homilia sobre o batismo, 6-7; PL 13, 1093 (a partir da trad. do breviário)
«Assim como trouxemos a imagem do homem da terra, assim também levaremos a imagem do homem celeste; [porque] o primeiro homem, tirado da terra, é terrestre; o segundo vem do céu» (1Cor 15,49.47). Se assim agirmos, meus bem-amados, não morreremos no futuro. Mesmo que o nosso corpo se dissolva, viveremos em Cristo, conforme Ele afirma: «Eu sou a Ressurreição e a Vida. Quem crê em Mim, mesmo que tenha morrido, viverá» (Jo 11,25). Estamos certos, segundo o testemunho do próprio Senhor, de que Abraão, Isaac, Jacob e todos os santos estão vivos. Porque é acerca deles que o Senhor diz: «Deus não é Deus de mortos, mas de vivos; pois, para Ele, todos estão vivos» (Lc 20,38). E o apóstolo Paulo diz, falando de si próprio: «É que, para mim, viver é Cristo e morrer, um lucro. […] Tenho o desejo de partir e de estar com Cristo» (Fl 1,21.23). Diz ainda: «Estamos sempre confiantes e conscientes de que, permanecendo neste corpo, vivemos exilados, longe do Senhor, pois caminhamos pela fé e não pela visão» (2Cor 5,6-7). Eis aquilo em que acreditamos, irmãos bem-amados. Aliás, o apóstolo diz também: «E se nós temos esperança em Cristo apenas para esta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens» (1Cor 15,19).
A vida neste mundo, como vedes, é igual para os animais, as feras, os pássaros, e para nós próprios, e pode até ser mais longa para eles. Mas o que é próprio do homem, é o que Cristo nos deu pelo seu Espírito, e que é a vida sem fim, sob condição de não voltarmos a pecar: «É que o salário do pecado é a morte; ao passo que o dom gratuito que vem de Deus é a vida eterna, em Cristo Jesus, Senhor nosso» (Rm 6,23).