Leituras Bíblicas
“Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna” (Jo 6,68)!
Dia 19 de dezembro de 2010
4º Domingo do Advento – Ano A
Livro de Isaías 7,10-14:
O Senhor mandou dizer de novo a Acaz:
«Pede ao Senhor teu Deus um sinal, quer no fundo dos abismos, quer lá no alto dos céus.»
Acaz respondeu: «Não pedirei tal coisa, não tentarei o Senhor.»
Isaías respondeu: «Escuta, pois, casa de Davi: Não vos basta já ser molestos para os homens, senão que também ousais sê-lo para o meu Deus?
Por isso, o Senhor, por sua conta e risco, vos dará um sinal. Olhai: a jovem está grávida e vai dar à luz um filho, e há de pôr-lhe o nome de Emanuel.
Livro de Salmos 24(23),1-2.3-4.5-6:
Ao Senhor pertence a terra e o que nela existe, o mundo inteiro e os que nele habitam;
pois Ele a fundou sobre os mares e a consolidou sobre os abismos.
Quem poderá subir à montanha do Senhor e apresentar-se no seu santuário?
O que tem as mãos inocentes e o coração limpo, o que não ergue o espírito para as coisas vãs, nem jura pelo que é falso.
Este há de receber a bênção do Senhor e a recompensa de Deus, seu salvador.
Esta é a geração dos que o procuram, dos que buscam a face do Deus de Jacob.
Carta aos Romanos 1,1-7:
Paulo, servo de Cristo Jesus, chamado a ser Apóstolo, escolhido para anunciar o Evangelho de Deus,
que Ele de antemão prometera por meio dos seus profetas, nas santas Escrituras,
acerca do seu Filho, nascido da descendência de Davi segundo a carne,
constituído Filho de Deus em poder, segundo o Espírito santificador pela ressurreição de entre os mortos, Jesus Cristo Senhor nosso;
por Ele recebemos a graça de sermos Apóstolos, a fim de, em honra do seu nome, levarmos à obediência da fé todos os gentios,
entre os quais estais também vós, chamados a ser de Cristo Jesus;
a todos os amados de Deus que estão em Roma, chamados a ser santos: graça e paz a vós, da parte de Deus nosso Pai e do Senhor Jesus Cristo!
Evangelho segundo S. Mateus 1,18-24:
Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim: Maria, sua mãe, estava desposada com José; antes de cohabitarem, notou-se que tinha concebido pelo poder do Espírito Santo.
José, seu esposo, que era um homem justo e não queria difamá-la, resolveu deixá-la secretamente.
Andando ele a pensar nisto, eis que o anjo do Senhor lhe apareceu em sonhos e lhe disse: «José, filho de Davi, não temas receber Maria, tua esposa, pois o que ela concebeu é obra do Espírito Santo.
Ela dará à luz um filho, ao qual darás o nome de Jesus, porque Ele salvará o povo dos seus pecados.»
Tudo isto aconteceu para se cumprir o que o Senhor tinha dito pelo profeta:
Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho; e hão de chamá-lo Emanuel, que quer dizer: Deus Conosco.
Despertando do sono, José fez como lhe ordenou o anjo do Senhor, e recebeu sua esposa.
Comentário ao Evangelho do dia feito por
São Beda, o Venerável (c. 673-735), monge, Doutor da Igreja
Homilias para a Vigília do Natal, 5; CCL 122, 32-36 (a partir da trad. de Delhougne, Les Pères commentent, p.19 rev.)
«Dar-Lhe-ás o nome de Jesus, porque Ele salvará o povo dos seus pecados.»
O profeta Isaías diz: «Olhai: a jovem está grávida e vai dar à luz um filho, e há de pôr-Lhe o nome de Emanuel» (7,14). O nome do Salvador, «Deus connosco», dado pelo profeta, refere-se às duas naturezas da Sua pessoa única. Com efeito, Aquele que é Deus, nascido do Pai antes de todos os séculos, é também o Emanuel do fim dos tempos, quer dizer «Deus connosco». Tornou-Se assim no seio de Sua Mãe, porque Se dignou aceitar a fragilidade da nossa natureza na unidade da Sua pessoa quando «o Verbo se fez carne e habitou entre nós» (Jo 1,14). Quer dizer que começou de uma forma admirável a ser o que nós somos, sem deixar de ser Quem era, assumindo a nossa natureza, de forma a não perder o que era em Si mesmo. […]
«Maria e teve o seu filho primogénito […] e deram-lhe o nome de Jesus» (Lc 2,7.21). Portanto, Jesus é o nome do Filho nascido da Virgem, nome que indica, segundo a explicação do anjo, que Ele salvará o povo dos seus pecados. […] Será Ele que, evidentemente, salvará também da destruição da alma e do corpo os seguidores do pecado.
Quanto ao nome «Cristo», é título de uma dignidade sacerdotal e real. Porque, sob a antiga Lei, os sacerdotes e os reis eram chamados cristos, devido à crismação. Essa unção com óleo santo prefigurava o Cristo que, vindo ao mundo como verdadeiro Rei e Sacerdote, foi consagrado: «Deus ungiu-O com o óleo da alegria, preferindo-O aos Seus companheiros» [cf. Sl 44 (45),8]. Por causa dessa unção ou crismação, Cristo em pessoa e aqueles que participam da mesma unção – quer dizer, da graça espiritual – são chamados «cristãos». Pelo fato de ser o Salvador, Cristo pode-nos salvar dos nossos pecados; pelo facto de ser Sacerdote, pode reconciliar-nos com Deus Pai; pelo fato de ser Rei, digna-Se dar-nos o Reino eterno de Seu Pai.
Link-fonte: http://www.evangelhoquotidiano.org/main.php?language=PT&module=readings&localdate=20101219