Alexis Carrer, Prêmio Nobel de Medicina, escreveu no século passado o livro “O homem, este desconhecido”. Muito interessante, a obra demonstra que, apesar dos progressos de todas as ciências, em particular os da Medicina, o ser humano permanece um mistério. Sua existência e suas características nos remetem diretamente ao Criador, isto é, a Deus.
Se o homem permanece um mistério perante a ciência, imaginemos o que acontece com a ressurreição de Cristo, se nós, humanos, limitados e finitos, quisermos comprová-la à luz dos conhecimentos acumulados ao longo da existência.
De fato, depois de tantos estudos realizados nestes 2 mil anos, a única prova que temos da ressurreição é o testemunho das mulheres que, ao se depararem com o sepulcro onde havia sido posto o corpo de Jesus, viram que estava vazio.
Esse fato desconcertante mudou os rumos da história. A começar pelos primeiros discípulos de Jesus, os apóstolos, e da história de todos os que vieram depois, que ouviram e experimentaram a alegria de saber que Cristo não havia apenas morrido, mas que tinha ressuscitado. Eles todos começaram a divulgar esse acontecimento, que inaugurou uma vida e um mundo novos. A morte havia sido vencida. O sofrimento e a dor deram lugar à alegria da ressurreição.
Trezentos anos de perseguições, de derramamento de sangue e de martírios, que ocorreram depois da morte e ressurreição do Senhor, não foram suficientes para impedir que os que acreditam que Cristo está vivo continuassem a anunciar a boa nova.
Nós, cristãos deste século, também devemos testemunhar, com a maneira como vivemos a nossa vida, que Cristo está presente no meio de nós e será com Ele que conseguiremos vencer a cultura do pecado e da morte com que querem acabar com o nosso mundo. Cristo não pode trair a promessa que ele fez: “Eis que estarei convosco até o fim do mundo”.
Feliz Páscoa
DOM JOSÉ NEGRI|Bispo da Diocese de Blumenau