Sábado depois da Epifania do Natal
9 de Janeiro de 2021
Cor: Branco
Evangelho – Jo 3,22-30
O amigo do esposo enche-se de alegria ao ouvir a voz do esposo.
+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São João 3,22-30:
Naquele tempo:
22 Jesus foi com seus discípulos para a região da Judéia.
Permaneceu aí com eles e batizava.
23 Também João estava batizando,
em Enon, perto de Salim,
onde havia muita água.
Aí chegavam as pessoas e eram batizadas.
24 João ainda não tinha sido posto no cárcere.
25 Alguns discípulos de João estavam discutindo com um judeu
a respeito da purificação.
26 Foram a João e disseram:
‘Rabi, aquele que estava contigo além do Jordão
e do qual tu deste testemunho,
agora está batizando
e todos vão a ele.’
27 João respondeu:
‘Ninguém pode receber alguma coisa,
se não lhe for dada do céu.
28 Vós mesmo sois testemunhas daquilo que eu disse:
‘Eu não sou o Messias,
mas fui enviado na frente dele`.
29 É o noivo que recebe a noiva,
mas o amigo, que está presente e o escuta,
enche-se de alegria ao ouvir a voz do noivo.
Esta é a minha alegria, e ela é completa.
30 É necessário que ele cresça
e eu diminua.’
Palavra da Salvação.
Comentário do dia
Santo Agostinho (354-430)
bispo de Hipona (norte de África), doutor da Igreja
Sermão no nascimento de São João Batista
Crescer ou diminuir?
«Ele é que deve crescer, e eu diminuir». Em João, a justiça humana atingiu o auge possível para o gênero humano. A própria Verdade (cf Jo 14,6) dizia: «Entre os nascidos de mulher, não apareceu ninguém maior do que João Batista» (Mt 11,11), por isso nenhum homem podia superá-lo. Mas ele era apenas homem, enquanto Jesus era Homem e Deus. E porque, segundo a graça cristã, nos é pedido […] que não nos gloriemos a nós próprios, mas que «quem se gloria, se glorie no Senhor» (2Cor 10,17), […] por esse motivo diz João: «Ele é que deve crescer, e eu diminuir».
É óbvio que, em Si próprio, Deus não pode aumentar ou diminuir. Mas nos homens, à medida que a verdadeira vida espiritual progride, cresce a graça divina ao diminuir o poder humano, até que a Igreja de Deus, formada por todos os membros do Corpo de Cristo (1Cor 3,16), alcance a perfeição a que foi destinada, e todas as dominações, poderes e autoridades desapareçam, para Deus ser «tudo em todos» (Cl 1,16; 1Cor 15,28). […] «O Verbo era a luz verdadeira, que, ao vir ao mundo, a todo o homem ilumina […] [e] todos nós participamos da sua plenitude» (Jo 1,9.16).
Em Si própria, uma luz destas é total, crescendo naquele que é iluminado, que se vê diminuído quando se destrói tudo o que nele havia sem Deus. Porque sem Deus o homem só pode pecar, e esta capacidade humana diminui assim que a graça divina triunfa do pecado. A fraqueza da criatura cede então ao poderio do Criador e a vaidade do nosso egoísmo desmorona-se perante o amor que preenche todo o Universo. Do fundo do nosso infortúnio, João Batista proclama a misericórdia de Cristo: «Ele é que deve crescer, e eu diminuir».
Com o Papa e toda a Igreja, neste mês de janeiro, rezemos na seguinte intenção:
Intenção pela evangelização – A fraternidade humana
Rezemos para que o Senhor nos dê a graça de viver em plena fraternidade com os irmãos e irmãs de outras religiões, rezando uns pelos outros, abertos a todos.