Madri, 16 ago (Radio Vaticano) – Madri se veste de gala para receber os jovens de todas as partes do mundo que nestas horas estão chegando à capital espanhola. Muitos já fizeram a experiência da pré-jornada, como é o caso de 150 jovens cariocas que foram acolhidos em uma paróquia de Barcelona. Não cansam de recordar a belíssima experiência vivida nos dias passados. Mas agora a grande festa da juventude católica mundial se concentrará a partir de hoje em Madri. As ruas enfeitadas com o logo da Jornada Mundial da Juventude acolhem jovens cansados de uma longa viagem, mas felizes de se encontrarem com tantos outros coetâneos de todas as partes do mundo. Na noite de hoje, a Santa Missa de acolhida dos jovens na Praça de Cibeles, presidida pelo Arcebispo de Madri, Cardeal Antonio Maria Rouco Varela.
O forte calor desses dias, ontem os termômetros marcaram 36 graus na sombra, não diminui o entusiasmo dos jovens que já se encontram em Madri, com é o caso de alguns jovens brasileiros.
Os jornais espanhóis dão espaço à grande manifestação da juventude católica, e não católica, já que são muitos aqueles que estão trabalhando no exército de 30 mil voluntários que são a alma dos eventos centrais dos próximos dias. Os números de participantes oscilam, mas todos são concordes em afirmar que a cifra no final superará um milhão de participantes.
Entre os madrilenhos já se nota a efervescência da invasão pacífica dos jovens. E a Igreja espanhola não se cansa de exortar seus jovens a participarem da Jornada de Madri e a não terem medo de se manifestarem como cristãos. “Hoje temos especialmente no Ocidente europeu uma cultura laicista que pretende que a fé e a religião não façam parte da convivência social e se reduzam à privacidade; devemos manifestar publicamente nossa fé e nossa condição de cristãos”, afirmou o Arcebispo de Barcelona, Dom Lluis Martínez Sistach.
Porém não é ouro tudo o que reluz, diz o velho ditado. A polêmica que envolve a manifestação de 17 de agosto convocada por grupos laicos descontentes com a visita de Bento XVI e o custo da mesma, ainda não terminou. O Diretor-Executivo da Jornada Mundial da Juventude, Yago de La Cierva, assegurou ontem que não está “preocupado” pela manifestação de protesto, porém considera que os organizadores são pessoas “intolerantes” e que não teriam visibilidade se não fosse a visita do Papa. O governo espanhol voltou a reafirmar ontem que a Jornada Mundial da Juventude não terá custos para o governo, mas sim trará benefícios à economia espanhola em torno de 100 milhões de euros.
Sobre a acusação de que se mistura a visita pastoral com uma visita de Estado, os organizadores da JMJ asseguram que é o protocolo diplomático e político da Espanha que “obriga” o Papa a manter certos encontros.
Longe de todas essas questões, estão os jovens que hoje dão início ao maior evento da catolicidade. Madri é um ir e vir de jovens carregando suas mochilas cor vermelha e laranja. Uma mochila que contém os complementos distintivos dos participantes na Jornada Mundial: uma camiseta com o logo oficial e um chapéu australiano para proteger do sol. Também, o passe de peregrino para ter acesso aos atos centrais. O passe de transportes JMJ, para se mover pela cidade sem custos adicionais. E muito mais: um leque, um terço e um ‘remédio’ muito especial que consiste num crucifixo com um prospecto original. Também uma garrafa comemorativa da JMJ de Madrid e um CD com o hino oficial da JMJ.
Além disso, o ‘pack de peregrino’, como é chamado aqui, conta com o Evangelho segundo São Mateus editado em seis idiomas; o livro das cerimônias; e o Youcat que recolhe a doutrina adaptada à linguagem dos jovens, com prólogo de Bento XVI.
E, por último, o essencial Guia da JMJ no qual se encontram todas as informações imprescindíveis para viver e aproveitar a Jornada Mundial.
É uma verdadeira festa da juventude; jovens felizes pelo simples fato de estar em Madri, e cheios de alegria na espera de Bento XVI, que chega na quinta-feira, e que continua a exortá-los, a permanecerem “Enraizados e edificados em Cristo, Firmes na fé”. Um convite para que sejam fortes e não se deixem levar por um vento qualquer, como folhas soltas, plantas sem raiz.
De Madri, para a Rádio Vaticano, Silvonei José.