Trata-se de Chiara Badano, falecida em 1990
Chiara Badano, uma jovem italiana que morreu há 20 anos e foi membro do Movimento dos Focolares, será beatificada no dia 25 de setembro, às 16h.
Este foi o anúncio da diocese de Acqui, situada na região de Piemonte, ao norte da Itália, através de Dom Pier Giorgio Micchiardi.
A cerimônia será realizada no santuário Divino Amore de Roma. Será presidida por Dom Angelo Amato, prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, em representação do Papa Bento XVI.
Depois, às 20h30, na Sala Paulo VI, os jovens do Movimento dos Focolares comemorarão a beatificação de Badano. No domingo, dia 26 de setembro, na Basílica de São Paulo Fora dos Muros, será celebrada uma Missa de ação de graças, presidida pelo cardeal Tarcisio Bertone, secretário de Estado vaticano.
Deus é Amor
Esperada durante 11 anos pelos seus pais, Chiara nasceu em Sassello, ao norte da Itália, em 29 de outubro de 1971. Desde muito pequena, mostrou um profundo amor a Deus.
Aos nove anos, tomou conhecimento do Movimento dos Focolares, ao participar com seus pais, em Roma, da Family Fest, um encontro mundial organizado por esta realidade eclesial que teria futuramente um impacto decisivo para os três membros da família.
A jovem era extremamente ativa no Movimento Gen (Geração Nova), dos Focolares, onde descobriu que Deus é Amor.
Ela gostava de esportes, dança e canto. Aos 16 anos, decidiu consagrar-se a Deus.
A prova
Ela tinha 17 anos quando sentiu uma forte dor nas costas durante uma partida de tênis. Logo nos primeiros exames, os médicos se deram conta que se tratava de câncer nos ossos.
Com o passar do tempo, as hospitalizações tornaram-se mais frequentes e os tratamentos, cada vez mais dolorosos. Depois de cada “surpresa” dolorosa, Chiara repetia: “Por ti, Jesus. Se Tu queres, eu também quero!”.
Depois, uma das provas mais duras chegaria: Chiara não conseguia mais movimentar as pernas. Uma dolorosa operação não ajudou em nada. A dor era imensa. Disse a uma de suas amigas: “Se eu tivesse de escolher entre caminhar ou ir ao Paraíso, não teria dúvida, escolheria o Paraíso. Agora, somente isso me interessa”.
Chiara “Luz”
Sua íntima relação com Chiara Lubich, fundadora dos Focolares (falecida em março de 2008), que a chamava de “Luz” (Chiara Luce), foi-se tornando cada vez mais intensa.
Quando, no verão de 1990, os médicos decidiram interromper os tratamentos, devido à incurável doença, no dia 19 de julho, a jovem informou Chiara Lubich com as seguintes palavras: “A medicina depôs as armas. Ao interromper os tratamentos, as dores na coluna aumentaram, quase não consigo me mexer. Sinto-me tão pequena e o caminho que devo percorrer é tão duro… Frequentemente tenho a impressão de que sou sufocada pela dor. É o esposo que sai ao meu encontro, não é mesmo? Sim, eu também repito com você: ‘Se Tu queres, eu também quero’… Com você, tenho certeza de que junto a Ele conquistaremos o mundo!”.
Chiara Lubich lhe respondeu: “Não tenha medo, Chiara, de dizer-lhe ‘sim’, repetidamente. Ele lhe dará forças, tenha certeza disso. Eu também rezo por isso e sempre estou com você. Deus a ama intensamente e quer penetrar na intimidade da sua alma, fazer que você experimente gotas do céu. ‘Chiara Luz’ é o nome que pensei para você. Gosta? É a luz do Ideal que conquista o mundo”.
Chiara faleceu no dia 7 de outubro de 1990. Ela havia preparado tudo: os cânticos do seu funeral, as flores, o penteado, o vestido – branco, de casamento. As últimas palavras que dirigiu à sua mãe foram: “Seja feliz, eu sou!”. Cerca de 2 mil pessoas participaram do funeral.
Quando seu pai perguntou-lhe se ela queria doar as córneas dos olhos, respondeu com um sorriso de aprovação.
A causa da beatificação foi aberta em 1990 e o milagre reconhecido deu-se na cidade italiana de Trieste. O decreto sobre este milagre foi promulgado no último dia 19 de dezembro, pela Congregação para as Causas dos Santos.
Trata-se da cura imprevista de um menino afetado por uma grave forma de meningite fulminante. Os médicos haviam lhe dado 48 horas de vida.
O bispo de Acqui garantiu que o testemunho de Chiara Badano “é significativo, em particular para os jovens. A santidade é necessária também hoje. (…) É preciso ajudar os jovens a encontrarem uma orientação, um objetivo, a superarem as inseguranças e a solidão, os enigmas frente aos fracassos, à dor, à morte e a todas as inquietudes”.
“É surpreendente – acrescentou Dom Micchiardi – este testemunho de fé, de fortaleza por parte de uma jovem de hoje. Ele comove e determina muitas pessoas a mudarem de vida”, concluiu.
Zenit, 22 de março de 2010