Transfiguração do Senhor (B) . Festa
6 de Agosto de 2021
Cor: Branco
Evangelho – Mc 9,2-10
Este é meu Filho amado.
+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos 9,2-10:
Naquele tempo:
2 Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João,
e os levou sozinhos a um lugar à parte
sobre uma alta montanha.
E transfigurou-se diante deles.
3 Suas roupas ficaram brilhantes e tão brancas
como nenhuma lavadeira sobre a terra poderia alvejar.
4 Apareceram-lhe Elias e Moisés,
e estavam conversando com Jesus.
5 Então Pedro tomou a palavra e disse a Jesus:
‘Mestre, é bom ficarmos aqui.
Vamos fazer três tendas:
uma para ti, outra para Moisés e outra para Elias.’
6 Pedro não sabia o que dizer,
pois estavam todos com muito medo.
7 Então desceu uma nuvem e os encobriu com sua sombra.
E da nuvem saiu uma voz:
‘Este é o meu Filho amado. Escutai o que ele diz!’
8 E, de repente, olhando em volta,
não viram mais ninguém,
a não ser somente Jesus com eles.
9 Ao descerem da montanha,
Jesus ordenou que não contassem a ninguém
o que tinham visto,
até que o Filho do Homem
tivesse ressuscitado dos mortos.
10 Eles observaram esta ordem, mas comentavam entre si
o que queria dizer ‘ressuscitar dos mortos’.
Palavra da Salvação.
Comentário do dia
Pedro
o Venerável (1092-1156), abade de Cluny
Sermão 1 para a Transfiguração; PL 189, 959
«O seu rosto ficou resplandecente como o Sol»
Não é de espantar que o rosto de Jesus tenha resplandecido como o Sol, pois Ele mesmo era o Sol! Ele era o Sol, mas escondido atrás de uma nuvem. Quando a nuvem se afastou, Ele resplandeceu por instantes. Que nuvem foi essa que se afastou? Não foi a carne em si, mas a fraqueza da carne, que desapareceu por momentos. Esta nuvem é aquela de que fala o profeta: «O Senhor, montado sobre uma nuvem veloz» (Is 19,1); é a nuvem da carne que cobre a divindade, leve porque tal carne não é má; é a nuvem que dissimula o esplendor divino, leve porque irá elevar-se até ao esplendor eterno.
É a nuvem da qual se diz, no Cântico dos Cânticos: «Anseio sentar-me à sua sombra» (Ct 2,3). Leve nuvem, carne do «cordeiro que tira o pecado do mundo» (Jo 1,29); e, tirado o pecado do mundo, eis que o mundo se eleva às alturas dos Céus, aliviado do peso de todos os seus pecados. O Sol coberto por esta carne não é aquele que se levanta «sobre os bons e os maus» (Mt 5,45), mas o «Sol de justiça» (Ml 3,20), que se levanta apenas para os que temem a Deus.
Estando habitualmente coberta pela nuvem da carne, essa «luz verdadeira, que, ao vir ao mundo, a todo o homem ilumina» (Jo 1,9) brilha hoje com todo o seu esplendor. Hoje, ela glorifica essa mesma carne; mostra-a deificada aos apóstolos, para que os apóstolos a revelem ao mundo.
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