Sexta-feira, 21 de Abril de 2023
2ª Semana da Páscoa
Leituras:
At 5,34-42
Sl 26(27),1.4.13-14 (R. cf. 4ab)
Jo 6,1-15
PRIMEIRA LEITURA
Eles saíram muito contentes, por terem sido considerados dignos de injúrias, por causa do nome de Jesus.
Leitura dos Atos dos Apóstolos 5,34-42:
Naqueles dias,
34
Um fariseu, chamado Gamaliel,
levantou-se no Sinédrio.
Era mestre da Lei e todo o povo o estimava.
Gamaliel mandou que os acusados saíssem por um instante.
35
Depois disse: “Homens de Israel,
vede bem o que estais para fazer contra esses homens.
36
Algum tempo atrás apareceu Teudas,
que se fazia passar por uma pessoa importante,
e a ele se juntaram cerca de quatrocentos homens.
Depois ele foi morto e todos os que o seguiam debandaram,
e nada restou.
37
Depois dele, no tempo do recenseamento,
apareceu Judas, o galileu, que arrastou o povo atrás de si.
Contudo, também ele morreu
e todos os seus seguidores se dispersaram.
38
Quanto ao que está acontecendo agora,
dou-vos um conselho:
não vos preocupeis com esses homens e deixai-os ir embora.
Porque, se este projeto ou esta atividade é de origem humana
será destruído.
39
Mas, se vem de Deus,
vós não conseguireis eliminá-los.
Cuidado para não vos pordes em luta contra Deus!”
E os membros do Sinédrio aceitaram o parecer de Gamaliel.
40
Chamaram então os apóstolos, mandaram açoitá-los,
proibiram que eles falassem em nome de Jesus,
e depois os soltaram.
41
Os apóstolos saíram do Conselho, muito contentes,
por terem sido considerados dignos de injúrias,
por causa do nome de Jesus.
42
E cada dia, no Templo e pelas casas,
não cessavam de ensinar e anunciar
o evangelho de Jesus Cristo.
Palavra do Senhor.
Salmo responsorial
Sl 26(27),1.4.13-14 (R. cf. 4ab)
R. Ao Senhor eu peço apenas uma coisa:
habitar no santuário do Senhor.
Ou: Aleluia, Aleluia, Aleluia.
1
O Senhor é minha luz e salvação; *
de quem eu terei medo?
O Senhor é a proteção da minha vida; *
perante quem eu tremerei? R.
4
Ao Senhor eu peço apenas uma coisa, *
e é só isto que eu desejo:
habitar no santuário do Senhor *
por toda a minha vida;
saborear a suavidade do Senhor *
e contemplá-lo no seu templo. R.
13
Sei que a bondade do Senhor eu hei de ver *
na terra dos viventes.
14
Espera no Senhor e tem coragem, *
espera no Senhor! R.
Aclamação ao Evangelho
Mt 4,4b
R. Aleluia, Aleluia, Aleluia.
V. O homem não vive somente de pão,
mas de toda palavra da boca de Deus.
EVANGELHO
Distribuiu-os aos que estavam sentados, tanto quanto queriam.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João 6,1-15:
Naquele tempo,
1
Jesus foi para o outro lado do mar da Galileia,
também chamado de Tiberíades.
2
Uma grande multidão o seguia,
porque via os sinais que ele operava
a favor dos doentes.
3
Jesus subiu ao monte
e sentou-se aí, com os seus discípulos.
4
Estava próxima a Páscoa, a festa dos judeus.
5
Levantando os olhos,
e vendo que uma grande multidão
estava vindo ao seu encontro,
Jesus disse a Filipe:
“Onde vamos comprar pão para que eles possam comer?”
6
Disse isso para pô-lo à prova,
pois ele mesmo sabia muito bem o que ia fazer.
7
Filipe respondeu:
“Nem duzentas moedas de prata bastariam
para dar um pedaço de pão a cada um”.
8
Um dos discípulos,
André, o irmão de Simão Pedro, disse:
9
“Está aqui um menino
com cinco pães de cevada e dois peixes.
Mas o que é isso para tanta gente?”
10
Jesus disse:
“Fazei sentar as pessoas”.
Havia muita relva naquele lugar,
e lá se sentaram, aproximadamente, cinco mil homens.
11
Jesus tomou os pães,
deu graças
e distribuiu-os aos que estavam sentados,
tanto quanto queriam.
E fez o mesmo com os peixes.
12
Quando todos ficaram satisfeitos,
Jesus disse aos discípulos:
“Recolhei os pedaços que sobraram,
para que nada se perca!”
13
Recolheram os pedaços
e encheram doze cestos
com as sobras dos cinco pães,
deixadas pelos que haviam comido.
14
Vendo o sinal que Jesus tinha realizado,
aqueles homens exclamavam:
“Este é verdadeiramente o Profeta,
aquele que deve vir ao mundo”.
15
Mas, quando notou que estavam querendo levá-lo
para proclamá-lo rei,
Jesus retirou-se de novo,
sozinho, para o monte.
Palavra da Salvação.
Comentário do dia
São João Paulo II (1920-2005)
papa
Carta apostólica «Mane nobiscum domine», §§ 15-16 (© copyright Libreria Editrice Vaticana)
«Jesus tomou os pães, deu graças e distribuiu-os»
Não há dúvida de que a dimensão mais saliente da Eucaristia é a de banquete. A Eucaristia nasceu na noite de Quinta-feira Santa, no contexto da ceia pascal. Traz, por conseguinte, inscrito na sua estrutura, o sentido da comensalidade: «Tomai, comei […]. Tomou, em seguida, um cálice e […] entregou-lho dizendo: Bebei dele todos» (Mt 26,26.27). Este aspeto exprime bem a relação de comunhão que Deus quer estabelecer conosco e que nós mesmos devemos fazer crescer uns com os outros. Todavia, não se pode esquecer que o banquete eucarístico tem também um sentido primária e profundamente sacrificial.
Nele, Cristo torna presente para nós o sacrifício realizado de uma vez por todas no Gólgota. Embora aí presente como ressuscitado, Ele traz os sinais da sua Paixão, da qual cada Santa Missa é «memorial», como a liturgia nos recorda com a aclamação depois da consagração: «Anunciamos, Senhor, a vossa morte, proclamamos a vossa ressurreição». Ao mesmo tempo que atualiza o passado, a Eucaristia projeta-nos para o futuro da última vinda de Cristo, no final da história. Este aspecto escatológico dá ao sacramento eucarístico um dinamismo cativante, que imprime ao caminho cristão o passo da esperança.
Todas estas dimensões da Eucaristia se encontram num aspecto que, mais do que qualquer outro, põe à prova a nossa fé: o mistério da presença «real». Com toda a tradição da Igreja, acreditamos que, sob as espécies eucarísticas, está realmente presente Jesus. Uma presença — como eficazmente explicou o Papa Paulo VI — que se diz «real», não por exclusão, como se as outras formas de presença não fossem reais, mas por antonomásia, enquanto por ela Se torna substancialmente presente Cristo completo, na realidade do seu corpo e do seu sangue.
Por isso, a fé pede-nos para estarmos diante da Eucaristia com a consciência de que estamos na presença do próprio Cristo. É precisamente a sua presença que dá às outras dimensões — de banquete, de memorial da Páscoa, de antecipação escatológica — um significado que ultrapassa, e muito, o de puro simbolismo. A Eucaristia é mistério de presença, mediante o qual se realiza de modo excelso a promessa que Jesus fez de ficar connosco até ao fim do mundo (Mt 28,20).
Somos convidados a rezar com nosso Papa e todos os cristãos na seguinte intenção:
POR UMA CULTURA DA NÃO VIOLÊNCIA
Rezemos pela maior difusão de uma cultura da não violência, que implica um cada vez menor recurso às armas, seja da parte dos Estados, seja da parte dos cidadãos.