Dia 20 de outubro de 2022
Quinta-feira da 29ª Semana do Tempo Comum
Cor litúrgica: Verde
EVANGELHO
Não vim trazer a paz mas a divisão.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 12,49-53:
Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos:
49
“Eu vim para lançar fogo sobre a terra,
e como gostaria que já estivesse aceso!
50
Devo receber um batismo,
e como estou ansioso até que isto se cumpra!
51
Vós pensais que eu vim trazer a paz sobre a terra?
Pelo contrário, eu vos digo, vim trazer divisão.
52
Pois, daqui em diante,
numa família de cinco pessoas,
três ficarão divididas contra duas
e duas contra três;
53
ficarão divididos:
o pai contra o filho e o filho contra o pai;
a mãe contra a filha e a filha contra a mãe;
a sogra contra a nora e a nora contra a sogra”.
Palavra da Salvação.
(Conferência Nacional dos Bispos do Brasil © Todos os direitos reservados.)
Comentário do dia
Santo Ambrósio (c. 340-397)
bispo de Milão, doutor da Igreja
Comentário ao evangelho de Lucas, 7, 134
«Todo aquele que tiver deixado casas, irmãos, irmãs, pai, mãe, mulher, filhos ou terras por causa do meu nome receberá cem vezes mais» (Mt 19,29)
«Pensais que Eu vim estabelecer a paz na Terra? Não. Eu vos digo que vim trazer a divisão. A partir de agora, estarão cinco divididos numa casa: três contra dois e dois contra três». O sentido espiritual tem um papel importante em quase todas as passagens do Evangelho, mas tem-no sobretudo nesta passagem, que não deve ser rejeitada pela dureza de uma interpretação simplista; temos de procurar a profundidade espiritual que se oculta nas palavras. […]
Como é que Ele próprio disse: «Dou-vos a minha paz, deixo-vos a minha paz» (Jo 14,27), se veio separar os pais dos filhos e os filhos dos pais, rompendo os laços que os unem? Como se pode chamar «maldito o que trata com desprezo seu pai ou sua mãe» (Dt 27,16), e fervoroso o que os abandona? Se compreendermos que a religião vem em primeiro lugar e a piedade filial em segundo, esta questão fica esclarecida; com efeito, o humano tem de vir depois do divino. Porque, se temos deveres com os pais, quanto mais os temos com o Pai dos pais, a quem devemos estar reconhecidos pelos nossos pais! […]
Ele não diz, portanto, que temos de renunciar aos que amamos, mas que temos de preferir Deus a todos. Aliás, lemos noutra passagem: «Quem amar o pai ou a mãe mais do que a Mim, não é digno de Mim» (Mt 10,37). Não estás proibido de amar os teus pais, mas de os preferir a Deus. Porque as relações naturais são benefícios do Senhor, e ninguém deve amar os benefícios recebidos mais do que ama a Deus, que preserva os benefícios que dá.
Por uma Igreja aberta a todos
Rezemos para que a Igreja, fiel ao Evangelho e corajosa no anúncio, seja um lugar de solidariedade, de fraternidade e de acolhimento, vivendo cada vez mais a sinodalidade.