Dia 18 de outubro de 2022
Terça-feira da 29ª Semana do Tempo Comum
Cor litúrgica: Verde
EVANGELHO
A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 10,1-9:
Naquele tempo,
1
o Senhor escolheu outros setenta e dois discípulos
e os enviou dois a dois, na sua frente,
a toda cidade e lugar aonde ele próprio devia ir.
2
E dizia-lhes:
“A messe é grande,
mas os trabalhadores são poucos.
Por isso, pedi ao dono da messe
que mande trabalhadores para a colheita.
3
Eis que vos envio como cordeiros para o meio de lobos.
4
Não leveis bolsa, nem sacola, nem sandálias,
e não cumprimenteis ninguém pelo caminho!
5
Em qualquer casa em que entrardes, dizei primeiro:
‘A paz esteja nesta casa!’
6
Se ali morar um amigo da paz,
a vossa paz repousará sobre ele;
se não, ela voltará para vós.
7
Permanecei naquela mesma casa,
comei e bebei do que tiverem,
porque o trabalhador merece o seu salário.
Não passeis de casa em casa.
8
Quando entrardes numa cidade e fordes bem recebidos,
comei do que vos servirem,
9
curai os doentes que nela houver
e dizei ao povo:
‘O Reino de Deus está próximo de vós’ “.
Palavra da Salvação.]
(Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – © Todos os direitos reservados.)
Comentário do dia
São John Henry Newman (1801-1890)
teólogo, fundador do Oratório em Inglaterra
PPS, vol. 3, n.º 22 : «A parte escolhida por Maria»
São Lucas evangelista, «servidor da Palavra» (Lc 1,2)
Toda a palavra de Cristo é boa, pois tem uma missão e uma finalidade que não cai por terra. É impossível que o Verbo de Deus tenha jamais pronunciado palavras efémeras, pois […] exprimiu os conselhos profundos e a vontade santa do Deus invisível. Toda a palavra de Cristo é boa. Embora os seus propósitos tenham sido transmitidos por pessoas comuns, podemos estar certos de que nada do que foi conservado – sejam palavras dirigidas a um discípulo ou a um opositor, sejam conselhos ou opiniões, sejam reprimendas ou palavras de consolação, de persuasão ou de condenação –, nada tem um significado puramente acidental, um alcance limitado ou parcial […].
Pelo contrário, as palavras sagradas de Cristo, mesmo quando nos surgem revestidas de uma aparência temporária e dirigidas a um fim imediato – o que torna mais difícil distinguir os seus elementos momentâneos e contingentes –, mesmo assim, não perdem a sua força a cada século que passa. Pertencendo à Igreja, estão destinadas a durar para sempre no Céu (cf Mt 24,35), prolongando-se até à eternidade. Elas são a nossa regra santa, justa e boa, «farol para os meus passos e luz para os meus caminhos» (Sl 118,105), na mesma plenitude e de forma tão íntima no nosso tempo como quando foram pronunciadas pela primeira vez. Tudo isto seria verdade mesmo que considerássemos que a recolha destas migalhas da mesa de Cristo foi obra humana. Mas temos uma certeza muito maior, porque não as recebemos dos homens, mas de Deus (cf 1Tess 2,13).
O Espírito Santo, que veio glorificar Cristo e dar aos evangelistas a inspiração da escrita, não nos traçou um Evangelho estéril. Louvado seja Ele, por ter escolhido e preservado as palavras que seriam mais úteis aos tempos vindouros, as palavras que podiam servir de lei à Igreja para a fé, a moral e a disciplina: não uma lei escrita em tábuas de pedra (cf Ex 24,12), mas uma lei de fé e de amor, de espírito, e não de letra (cf Rom 7,6), uma lei para corações generosos que aceitam «viver da palavra», por mais modesta e humilde que seja, uma lei «que sai da boca de Deus» (Dt 8,3; Mt 4,4).
Por uma Igreja aberta a todos
Rezemos para que a Igreja, fiel ao Evangelho e corajosa no anúncio, seja um lugar de solidariedade, de fraternidade e de acolhimento, vivendo cada vez mais a sinodalidade.