Leituras Bíblicas
Dia 19 de dezembro de 2009
Sábado da 3a semana do Advento
“Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna” (Jo 6,68)!
A Igreja celebra hoje: Santo Urbano V (1362-1370), Papa – Leia sua vida clicando: http://www.paulinas.org.br/diafeliz/santo.aspx?Dia=19&Mes=12&SantoID=535
Livro de Juízes (13,2-7.24-25):
Houve um homem de Sorá, da tribo de Dan, cujo nome era Manoé; sua esposa era estéril, não tinha ainda concebido filhos. O anjo do SENHOR apareceu a esta mulher e disse-lhe: «Já viste que és estéril e ainda não deste à luz; mas vais conceber e dar à luz um filho. Doravante abstém-te, não bebas vinho nem qualquer bebida alcoólica; não comas nada impuro, porque vais conceber e dar à luz um filho. A navalha não há-de tocar a sua cabeça, pois o menino vai ser consagrado a Deus desde o seio materno; ele mesmo vai começar a salvar Israel das mãos dos filisteus.»
A mulher voltou e disse ao marido: «Um homem de Deus veio ter comigo; o seu aspecto era semelhante ao de um anjo do SENHOR e temível. Não lhe perguntei de onde ele era, nem ele me revelou o seu nome. Disse-me ele: ‘Eis que vais conceber e dar à luz um filho; doravante não bebas vinho nem bebida alcoólica; não comas nada de impuro, pois esse jovem será consagrado ao SENHOR desde o seio materno até ao dia da sua morte.’»
A mulher deu à luz um filho e pôs-lhe o nome de Sansão; o menino cresceu e o SENHOR abençoou-o.
Foi em Maané-Dan, entre Sorá e Estaol, que o espírito do SENHOR começou a agitar Sansão.
Livro de Salmos [71(70),3-4.5-6.16-17]
Sê a minha protecção e o refúgio onde me acolho. Tu prometeste salvar-me, pois és o meu rochedo e a minha fortaleza.
Meu Deus, livra-me das mãos do ímpio, das mãos do opressor e do violento.
Tu és a minha esperança, ó Senhor DEUS, e a minha confiança desde a juventude.
Em ti me apoio desde o seio materno, desde o ventre materno és o meu protector; és o objeto contínuo do meu pensamento.
Narrarei esses prodígios, Senhor, DEUS, recordarei a tua justiça sem igual.
Instruíste-me, ó Deus, desde a minha juventude e até hoje anunciei sempre as tuas maravilhas.
Evangelho segundo S. Lucas (1,5-25):
No tempo de Herodes, rei da Judeia, havia um sacerdote chamado Zacarias, da classe de Abias, cuja esposa era da descendência de Aarão e se chamava Isabel. Ambos eram justos diante de Deus, cumprindo irrepreensivelmente todos os mandamentos e preceitos do Senhor. Não tinham filhos, pois Isabel era estéril, e os dois eram de idade avançada. Ora, estando Zacarias no exercício das funções sacerdotais diante de Deus, na ordem da sua classe, coube-lhe, segundo o costume sacerdotal, entrar no santuário do Senhor para queimar o incenso. Todo o povo estava da parte de fora em oração, à hora do incenso. Então, apareceu-lhe o anjo do Senhor, de pé, à direita do altar do incenso. Ao vê-lo, Zacarias ficou perturbado e encheu-se de temor. Mas o anjo disse-lhe: «Não temas, Zacarias: a tua súplica foi atendida. Isabel, tua esposa, vai dar-te um filho e tu vais chamar-lhe João. Será para ti motivo de regozijo e de júbilo, e muitos se alegrarão com o seu nascimento. Pois ele será grande diante do Senhor e não beberá vinho nem bebida alcoólica; será cheio do Espírito Santo já desde o ventre da sua mãe e reconduzirá muitos dos filhos de Israel ao Senhor, seu Deus. Irá à frente, diante do Senhor, com o espírito e o poder de Elias, para fazer voltar os corações dos pais a seus filhos e os rebeldes à sabedoria dos justos, a fim de proporcionar ao Senhor um povo com boas disposições.»
Zacarias disse ao anjo: «Como hei-de verificar isso, se estou velho e a minha esposa é de idade avançada?» O anjo respondeu: «Eu sou Gabriel, aquele que está diante de Deus, e fui enviado para te falar e anunciar esta Boa-Nova. Vais ficar mudo, sem poder falar, até ao dia em que tudo isto acontecer, por não teres acreditado nas minhas palavras, que se cumprirão na altura própria.» O povo, entretanto, aguardava Zacarias e admirava se por ele se demorar no santuário. Quando saiu, não lhes podia falar e eles compreenderam que tinha tido uma visão no santuário. Fazia-lhes sinais e continuava mudo. Terminados os dias do seu serviço, regressou para casa.
Passados esses dias, sua esposa Isabel concebeu e, durante cinco meses, permaneceu oculta.
Dizia ela: «O Senhor procedeu assim para comigo, nos dias em que viu a minha ignomínia e a eliminou perante os homens.»
Comentário ao Evangelho do dia feito por
Santo Efrém (c. 306-373), diácono na Síria, Doutor da Igreja
Diatessaron, 1, 11-13 (a partir da trad. SC 127, p. 49 rev.)
«Zacarias regressou para casa. Passados esses dias, sua esposa Isabel concebeu»
O anjo disse-lhe: «A tua súplica foi atendida». Se Zacarias acreditava que a sua oração seria atendida, rezava bem; se não acreditava, rezava mal. Estava na altura de a sua oração ser atendida; contudo, ele duvidou. Foi portanto justificado que, a partir desse preciso momento, tivesse ficado mudo. Anteriormente, ele rezava para ter um filho; no momento em que a sua oração foi atendida, mudou e disse: «Como é isso possível?» Dado que a sua boca duvidou da sua oração, perdeu a fala. […] Enquanto Zacarias acreditava, falava; assim que deixou de acreditar, calou-se. Enquanto acreditava, falava: «Eu acreditei, por isso falei» (Sl 115,10). Porque desprezou a palavra do anjo, esta palavra atormentou-o, a fim de que ele honrasse pelo seu silêncio a palavra que tinha desprezado.
Convinha que ficasse muda a boca que tinha dito: «Como é isso possível?», para que aprendesse a possibilidade do milagre. A língua que estava solta foi presa, para que aprendesse que Aquele que tinha prendido a língua podia desprender o seio. Assim, pois, a experiência instruiu aquele que não tinha aceitado o ensinamento da fé. […] Ele aprendeu assim que aquele que tinha fechado uma boca aberta podia abrir um seio fechado.