«Salve, ó cheia de graça» – São João Damasceno (c. 675-749), monge, teólogo, doutor da Igreja Homilia sobre a Natividade da Virgem, § 9; SC 80

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Nossa Senhora da Conceição Aparecida . Solenidade
12 de Outubro de 2020
Cor: Branco

Evangelho – Jo 2,1-11
Fazei o que ele vos disser.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João 2,1-11:
Naquele tempo:
1 Houve um casamento em Caná da Galiléia.
A mãe de Jesus estava presente.
2 Também Jesus e seus discípulos
tinham sido convidados para o casamento.
3 Como o vinho veio a faltar,
a mãe de Jesus lhe disse:
“Eles não têm mais vinho”.
4 Jesus respondeu: “Mulher, por que dizes isto a mim?
Minha hora ainda não chegou.”
5 Sua mãe disse aos que estavam servindo:
“Fazei o que ele vos disser”.
6 Estavam seis talhas de pedra colocadas aí
para a purificação que os judeus costumam fazer.
Em cada uma delas cabiam mais ou menos cem litros.
7 Jesus disse aos que estavam servindo:
“Enchei as talhas de água”.
Encheram-nas até a boca.
8 Jesus disse:
“Agora tirai e levai ao mestre-sala”.
E eles levaram.
9 O mestre-sala experimentou a água,
que se tinha transformado em vinho.
Ele não sabia de onde vinha,
mas os que estavam servindo sabiam,
pois eram eles que tinham tirado a água.
10 O mestre-sala chamou então o noivo e lhe disse:
“Todo mundo serve primeiro o vinho melhor
e, quando os convidados já estão embriagados,
serve o vinho menos bom.
Mas tu guardaste o vinho melhor até agora!”
11 Este foi o início dos sinais de Jesus.
Ele o realizou em Caná da Galiléia
e manifestou a sua glória,
e seus discípulos creram nele.
Palavra da Salvação.

 

Comentário do dia 1
São João Damasceno (c. 675-749), monge, teólogo, doutor da Igreja
Homilia sobre a Natividade da Virgem, § 9; SC 80

«Salve, ó cheia de graça»

 

Esta mulher será Mãe de Deus, porta de luz, fonte de vida; Ela reduzirá a nada a acusação que pesava sobre Eva. A esta mulher, «os grandes do povo rendem-lhe homenagem» (Sl 44,13), os reis das nações prostrar-se-ão perante Ela oferecendo-lhe presentes […]; mas a glória da Mãe de Deus é interior: é o fruto do seu seio.

Mulher imensamente digna de ser amada, três vezes feliz, «bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre» (Lc 1,42). Filha do rei Davi e Mãe de Deus, Rei do universo, obra-prima com que o Criador Se regozija […], tu serás o apogeu da natureza. Porque a tua vida não será para ti, não foi para ti que nasceste, mas a tua vida será para Deus. Vieste ao mundo para Ele, servirás para a salvação de todos os homens, cumprindo o destino por Deus fixado desde todo o sempre: a encarnação do Verbo, sua Palavra, e a nossa divinização. Tudo o que desejas é alimentar-te das palavras de Deus, fortificar-te com a sua seiva como «oliveira verdejante na casa do Senhor» Sl 51,10), «como a árvore plantada à beira das correntes» (Sl 1,2), tu, a «árvore da vida» (Gn 2,9) que «produz frutos doze vezes, um em cada mês» (Ap 22,2). […]

O que é infinito, sem limites, veio morar no teu seio; Deus, o Menino Jesus, alimentou-Se do teu leite. Tu és a porta de Deus sempre virginal; as tuas mãos seguram o teu Deus; os teus joelhos são um trono mais elevado do que os querubins. […] Tu és a câmara nupcial do Espírito, «um rio! Os seus canais alegram a cidade de Deus», isto é, a torrente dos dons do Espírito. Tu «és formosa, a bem amada» de Deus (Ct 4,7).

 

Comentário do dia 2
São Cláudio de la Colombière (1641-1682)
jesuíta
«Reflexões cristãs»

Razões para crer?

Os maus cristãos não têm fé, mas também não abjuram; desculpam-se, afirmando não ter razões para crer. Daí que o seguinte discurso seja comum na boca de muitos: «Se tivesse visto algum milagre, seria santo». «Esta geração é uma geração perversa: pede um sinal», e os maus desejam ver milagres. O mais espantoso é que, tendo visto os milagres que ocorrem todos os dias diante dos seus olhos, estando, por assim dizer, rodeados de milagres, não deixem de continuar a procurá-los, como os escribas e os fariseus, que queriam vê-los no céu, depois de os terem visto na Terra.

E nem os mortos ressuscitados em vida do Salvador, nem o eclipse do Sol aquando da sua morte os tornaram fiéis; pelo contrário, a sua inveja tornou-se mais forte por causa deles, o seu ódio mais venenoso; uma e outro ascenderam ao ponto da fúria, e a sua infidelidade não foi curada. E assim acontecerá a quantos, vivendo mal, estão à espera de milagres para crer: «Ainda que alguém ressuscitasse dos mortos, não se deixariam convencer» (Lc 16,31). […]

Todas as dificuldades que detêm os incrédulos, todas as contradições com que eles deparam nos dogmas da fé, tudo o que lhes parece uma contrariedade, tudo o que lhes parece novo, surpreendente, contrário ao senso comum, contrário à razão, inconcebível, impossível, todos os seus argumentos, todas as suas pretensas demonstrações, tudo isso, muito longe de me abalar, reforça-me ainda mais, torna-me inabalável na minha religião. […] As novas dúvidas são para mim novas razões para crer.

 

Com o Papa e toda a Igreja, neste mês de outubro, rezemos na seguinte intenção:
Intenção de oração pela evangelização – A missão dos leigos na Igreja
Rezemos para que, em virtude do batismo, os fiéis leigos, em especial as mulheres, participem mais nas instâncias de responsabilidade da Igreja.

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