Sábado da 29ª Semana do Tempo Comum – 27 de Outubro de 2018 – Cor: Verde
Ano do Laicato, instituído pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, tendo se iniciado no Domingo de Cristo Rei, 26 de novembro de 2017, e estendendo-se até o Domingo de Cristo Rei de 2018. Objetivo: “Como Igreja, Povo de Deus, celebrar a presença e a organização dos cristãos leigos e leigas no Brasil; aprofundar a sua identidade, vocação, espiritualidade e missão; e testemunhar Jesus Cristo e seu Reino na sociedade”.
1ª Leitura – Ef 4,7-16
Cristo é a Cabeça. Graças a ele, o corpo,
coordenado e bem unido, realiza o seu crescimento.
Leitura da Carta de São Paulo aos Efésios 4,7-16:
Irmãos:
7 Cada um de nós recebeu a graça
na medida em que Cristo lha deu.
8 Daí esta palavra:
‘Tendo subido às alturas,
ele capturou prisioneiros,
e distribuiu dons aos homens’.
9 ‘Ele subiu’! Que significa isso,
senão que ele desceu também às profundezas da terra?
10 Aquele que desceu é o mesmo que subiu
mais alto do que todos os céus,
a fim de encher o universo.
11 E foi ele quem instituiu alguns como apóstolos,
outros como profetas,
outros ainda como evangelistas,
outros, enfim, como pastores e mestres.
12 Assim, ele capacitou os santos para o ministério,
para edificar o corpo de Cristo,
13 até que cheguemos todos juntos à unidade da fé
e do conhecimento do Filho de Deus,
ao estado do homem perfeito
e à estatura de Cristo em sua plenitude.
14 Assim, não seremos mais crianças
ao sabor das ondas,
arrastados por todo vento de doutrina,
ludibriados pelos homens
e induzidos por sua astúcia ao erro.
15 Motivados pelo amor queremos ater-nos à verdade
e crescer em tudo até atingirmos aquele
que é a Cabeça, Cristo.
16 Graças a ele, o corpo, coordenado e bem unido,
por meio de todas as articulações que o servem,
realiza o seu crescimento,
segundo uma atividade à medida de cada membro,
para a sua edificação no amor.
Palavra do Senhor.
Salmo – Sl 121, 1-2. 3-4a. 4b-5 (R. Cf. 1)
R. Que alegria, quando me disseram: Vamos à casa Senhor!
Ou: Aleluia, Aleluia, Aleluia
1 Que alegria, quando ouvi que me disseram:*
‘Vamos à casa do Senhor!’
2 E agora nossos pés já se detêm,*
Jerusalém, em tuas portas.R.
3 Jerusalém,cidade bem edificada *
num conjunto harmonioso;
4a para lá sobem as tribos de Israel,*
as tribos do Senhor.R.
4b Para louvar, segundo a lei de Israel,*
o nome do Senhor.
5 A sede da justiça lá está *
e o trono de Davi.R.
Evangelho – Lc 13,1-9
Se vós não vos converterdes,
ireis morrer todos do mesmo modo.
+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 13,1-9:
1 Naquele tempo, vieram algumas pessoas
trazendo notícias a Jesus
a respeito dos galileus que Pilatos tinha matado,
misturando seu sangue com o dos sacrifícios que
ofereciam.
2 Jesus lhes respondeu:
‘Vós pensais que esses galileus eram mais pecadores
do que todos os outros galileus,
por terem sofrido tal coisa?
3 Eu vos digo que não.
Mas se vós não vos converterdes,
ireis morrer todos do mesmo modo.
4 E aqueles dezoito que morreram,
quando a torre de Siloé caiu sobre eles?
Pensais que eram mais culpados
do que todos os outros moradores de Jerusalém?
5 Eu vos digo que não.
Mas, se não vos converterdes,
ireis morrer todos do mesmo modo.’
6 E Jesus contou esta parábola:
‘Certo homem tinha uma figueira
plantada na sua vinha.
Foi até ela procurar figos e não encontrou.
7 Então disse ao vinhateiro:
‘Já faz três anos que venho procurando figos nesta
figueira e nada encontro.
Corta-a! Por que está ela inutilizando a terra?’
8 Ele, porém, respondeu:
‘Senhor, deixa a figueira ainda este ano.
Vou cavar em volta dela e colocar adubo.
9 Pode ser que venha a dar fruto.
Se não der, então tu a cortarás.’
Palavra da Salvação.
Comentário do dia
Santo Agostinho (354-430)
bispo de Hipona (norte de África), doutor da Igreja
Confissões, livro 8
Responder ao apelo de Deus e converter-se
Elas prendiam-me, aquelas velhas amigas, aquelas bagatelas de bagatela, vaidades de vaidade! Mansamente, puxavam-me pela veste de carne e murmuravam em voz baixa: «Queres mandar-nos embora? Deixa-te disso! Quando deixarmos de estar contigo, já não te será permitido fazer isto, ou aquilo». Oh! o que elas me sugeriam, meu Deus! […] Eu hesitava em as afastar, em saltar para onde Tu me chamavas; os maus hábitos diziam-me, tirânicos: «Julgas que poderás viver sem elas?»
Mas a sua voz já era fraca, porque, do lado para onde eu voltava a cara e receava passar, a casta dignidade da continência convidava-me, nobre e graciosamente, a avançar sem receio, mostrando-me uma multidão de bons exemplos: […] «Foi o Senhor seu Deus que me entregou a eles. Porque te hás de apoiar em ti mesmo, se não te aguentas em pé? Lança-te nos seus braços, não tenhas medo. Ele não Se vai afastar para que caias. Lança-te sem receio; ele te receberá e curará». […]
Esta disputa no meu coração era uma luta de mim contra mim mesmo. […] Quando o meu olhar conseguiu por fim retirar do fundo do meu coração todas as minhas misérias, ergueu-se uma imensa tempestade de lágrimas. Para apaziguar a tormenta, levantei-me e saí. […] Sem saber muito bem como, estendi-me debaixo de uma figueira e abandonei-me completamente às lágrimas, que correram em cascata – sacrifício digno de Ti, meu Deus. E, sem poder conter-me, perguntei-Te: «E tu, Senhor, até quando? Até quando estarás irritado? Não guardes a lembrança das nossas antigas iniquidades» (Sl 6,4; 78,5). […]
E lancei gritos pungentes: «Quanto tempo mais? Quanto tempo? Amanhã, sempre amanhã. Porque não já?» […] E eis que ouvi uma voz vinda da casa ao lado, uma voz de criança ou de donzela, que cantava e repetia: «Toma e lê! Toma e lê!» Nesse instante, voltei a mim e tentei lembrar-me se seria o refrão de algum jogo infantil; mas nada me vinha à memória. Reprimindo as lágrimas, levantei-me com a ideia de que o Céu me ordenava que abrisse o livro do apóstolo Paulo e lesse a primeira passagem em que os meus olhos se fixassem. […]
Voltei para casa à pressa, agarrei no livro e li a primeira coisa que vi: «Nada de comezainas e bebedeiras, nada de devassidão e libertinagens, nada de discórdias e invejas. Revesti-vos do Senhor Jesus Cristo. Não vos entregueis às coisas da carne, satisfazendo os seus desejos» (Rm 13,13-14). Não valia a pena ler mais; já não era preciso. Mal acabei de ler aqueles linhas, uma luz de segurança derramou-se no meu coração e todas as trevas da minha incerteza se dissiparam.
Neste mês de outubro, com o Papa e toda a Igreja, rezemos na seguinte intenção
Pela evangelização: A missão dos consagrados
Para que os consagrados e as consagradas reavivem o seu fervor missionário e estejam presentes entre os pobres, os marginalizados e aqueles que não têm voz.