«Ordena que estes meus dois filhos se sentem no teu reino um à tua direita e outro à tua esquerda” – Basílio de Selêucia (?-c. 468) bispo Sermão 24

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4ª-feira da 2ª Semana da Quaresma – 20 de Março de 2019 – Cor: Roxo

 

Evangelho – Mt 20,17-28
Eles o condenarão à morte.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Mateus 20,17-28:
Naquele tempo:
17 Enquanto Jesus subia para Jerusalém,
ele tomou os doze discípulos à parte
e, durante a caminhada, disse-lhes:
18 ‘Eis que estamos subindo para Jerusalém,
e o Filho do Homem será entregue
aos sumos sacerdotes e aos mestres da Lei.
Eles o condenarão à morte,
19 e o entregarão aos pagãos para zombarem dele,
para flagelá-lo e crucificá-lo.
Mas no terceiro dia ressuscitará.’
20 A mãe dos filhos de Zebedeu
aproximou-se de Jesus com seus filhos
e ajoelhou-se com a intenção de fazer um pedido.
21 Jesus perguntou: ‘O que tu queres?’
Ela respondeu: ‘Manda que estes meus dois filhos
se sentem, no teu Reino,
um à tua direita e outro à tua esquerda.’
22 Jesus, então, respondeu-lhes:
‘Não sabeis o que estais pedindo.
Por acaso podeis beber o cálice que eu vou beber?’
Eles responderam: ‘Podemos.’
23 Então Jesus lhes disse:
‘De fato, vós bebereis do meu cálice,
mas não depende de mim
conceder o lugar à minha direita ou à minha esquerda.
Meu Pai é quem dará esses lugares
àqueles para os quais ele os preparou.’
24 Quando os outros dez discípulos ouviram isso,
ficaram irritados contra os dois irmóos.
25 Jesus, porém, chamou-os, e disse:
‘Vós sabeis que os chefes das nações
têm poder sobre elas e os grandes as oprimem.
26 Entre vós não deverá ser assim.
Quem quiser tornar-se grande, torne-se vosso servidor;
27 quem quiser ser o primeiro, seja vosso servo.
28 Pois, o Filho do Homem não veio para ser servido,
mas para servir e dar a sua vida
como resgate em favor de muitos.’
Palavra da Salvação.

 

Comentário do dia 
Basílio de Selêucia (?-c. 468)
bispo
Sermão 24

«Ordena que estes meus dois filhos se sentem no teu reino um à tua direita e outro à tua esquerda»

 

Vês a fé desta mulher? Pois bem, considera o momento da sua petição. […] A cruz estava disposta, a Paixão estava iminente, a multidão dos inimigos preparava-se já. O Mestre fala da sua morte e os discípulos inquietam-se; antes mesmo da Paixão, estremecem à simples evocação da sua chegada; o que ouvem espanta-os e perturba-os.

É então que, distanciando-se do grupo dos apóstolos, esta mãe pede o Reino, reclama um trono para seus filhos. Que dizes, mulher? Ouves falar da cruz e pedes um trono? Fala-se da Paixão e tu desejas o Reino? […] Como te ocorreu vires solicitar tal dignidade? Qual é elemento, do que foi dito e feito, que te leva a pensar no Reino? […]

– Vejo – diz ela – a Paixão, mas prevejo a Ressurreição. Vejo a cruz erguida e contemplo o céu aberto. Olho os cravos, mas vejo igualmente o trono. […] Ouvi dizer ao próprio Senhor: «Sentar-vos-eis em doze tronos» (Mt 19,28). Vejo o futuro com os olhos da fé.

Esta mulher chega a antecipar as palavras do ladrão que, da cruz, pronunciou esta oração: «Lembra-te de mim quando estiveres no teu reino» (Lc 23,42). Antes da cruz, ela tomou o Reino como objeto da sua súplica. […] Era um desejo perdido na visão do futuro! O que o tempo escondia, via-o a fé!

Intenção do Apostolado da Oração
Reconhecimento dos direitos das comunidades cristãs
Pelas comunidades cristãs, em particular as que são perseguidas, para que sintam a proximidade de Cristo e para que os seus direitos sejam reconhecidos.

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