Leituras Bíblicas
“Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna” (Jo 6,68)!
Dia 12 de fevereiro de 2010
Sexta-feira da 5ª semana do Tempo Comum
A Igreja celebra hoje: Santo Julião Hospitaleiro (Século VI) – Leia sua vida clicando: http://www.paulinas.org.br/diafeliz/santo.aspx?Dia=12&Mes=2&SantoID=774
Livro de 1º Reis (11,29-32.12,19):
Sucedeu que, saindo Jeroboão de Jerusalém, o profeta Aías de Silo encontrou-o no caminho. Aías estava coberto com um manto novo, e estavam só os dois no campo.
Então, Aías tomou o manto novo com que se cobria e rasgou-o em doze pedaços.
E disse a Jeroboão: “Toma dez pedaços para ti, pois assim diz o Senhor, Deus de Israel: ‘Eis que Eu vou tirar o reino das mãos de Salomão e dar-te-ei as dez tribos.
Ficar-lhe-á, porém, uma tribo por causa do meu servo Davi e da cidade de Jerusalém, que Eu escolhi de entre todas as tribos de Israel’”.
O reino de Israel esteve em revolta contra a casa de Davi até ao dia de hoje.
Livro de Salmos [81(80),10-11.12-13.14-15]:
‘Não terás contigo um deus estrangeiro, nem te prostrarás diante de um deus estranho.
Eu sou o SENHOR, teu Deus, que te tirou da terra do Egipto. Abre a tua boca e Eu enchê-la-ei.’
Mas o meu povo não quis ouvir-me; Israel não quis obedecer.
Por isso, entreguei-os à sua obstinação; deixei-os seguir os seus caprichos.
Se o meu povo me tivesse escutado! Se Israel tivesse seguido os meus caminhos!
Num instante, Eu humilharia os seus inimigos e castigaria os seus adversários.
Evangelho segundo S. Marcos (7,31-37):
Tornando a sair da região de Tiro, veio por Sídon para o mar da Galileia, atravessando o território da Decápole.
Trouxeram-lhe um surdo-mudo e rogaram-lhe que impusesse as mãos sobre ele.
Afastando-se com ele da multidão, Jesus meteu-lhe os dedos nos ouvidos e fez saliva com que lhe tocou a língua.
Erguendo depois os olhos ao céu, suspirou dizendo: «Effathá», que quer dizer «abre-te.»
Logo os ouvidos se lhe abriram, soltou-se a prisão da língua e falava corretamente.
Jesus mandou-lhes que a ninguém revelassem o sucedido; mas quanto mais lho recomendava, mais eles o apregoavam.
No auge do assombro, diziam: «Faz tudo bem feito: faz ouvir os surdos e falar os mudos.»
Comentário ao Evangelho do dia feito por
Santo Efrém (c. 306-373), Diácono na Síria, Doutor da Igreja
Sermão «Sobre o Nosso Senhor», 10-11
«Meteu-lhe os dedos nos ouvidos […] tocou-lhe a língua»
A força divina que o homem não pode tocar desceu, envolveu-se num corpo palpável, para que os pobres lhe tocassem, e, tocando a humanidade de Cristo, percebessem a sua divindade. Através de dedos de carne, o surdo-mudo sentiu que lhe tocavam nas orelhas e na língua. Através de dedos palpáveis, percebeu a divindade intocável, quando o nó da sua língua foi quebrado e as portas fechadas das suas orelhas foram abertas. Porque o arquitecto e o artesão do corpo veio até ele e, com uma palavra suave, criou sem dor aberturas nas orelhas surdas; então, também a boca fechada, até então incapaz de dar vida à palavra, proclamou ao mundo o louvor d’Aquele que desta forma deu fruto à sua esterilidade.
Do mesmo modo, o Senhor fez lama com a Sua saliva e ungiu os olhos do cego de nascença (Jo 9,6), para nos fazer compreender que lhe faltava algo, como ao surdo-mudo. Uma imperfeição inata da nossa dimensão humana foi suprimida graças ao fermento que vem do seu corpo perfeito. […] Para colmatar o que faltava a estes corpos humanos, deu algo de Si mesmo, da mesma maneira que se dá a comer [na Eucaristia]. É por este meio que faz desaparecer os defeitos e reanima os mortos, para que possamos reconhecer que, graças ao seu corpo «onde habita toda a plenitude da divindade» (Cl 2,9), os defeitos da nossa humanidade são ultrapassados e a verdadeira vida é dada aos mortais por este corpo onde habita a verdadeira vida.