Dom Rafael Biernaski
Bispo de Blumenau(SC)
Como é bonito celebrar com todo o Povo de Deus este mês dedicado à Maria, Mãe de Deus e Mãe da Igreja. São variadas e ricas as expressões da religiosidade popular que veneram, com simplicidade e amor filial, as virtudes daquela que, do “Sim” na Anunciação até à cruz, caminha com a Igreja, conduzindo- -a maternalmente ao seguimento de seu Filho Jesus.
Nestes tempos de intensa oração e reflexão sobre o mistério da Igreja e sua missão no mundo, a figura de Maria poderá nos ajudar a compreender bem o caminho que precisamos trilhar para que os filhos e filhas possam crescer como irmãos e irmãs. É na Escola de Nazaré que ouviremos a palavra, a meditação, o silêncio e a resposta generosa ao chamado de Deus: “Eis aqui a serva do Senhor! Faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1,38).
É inspirada a iluminação trazida pelo Concílio Vaticano II, no capítulo VIII da Constituição Dogmática Lumen Gentium, ao apresentar a “Bem-aventurada Virgem Maria no mistério de Cristo e da Igreja”. É à luz da contemplação dos mistérios da vida de Cristo que descobrimos Maria como Mãe, Educadora, Discípula, Mestra de oração e Intercessora. No cântico do Magnificat (“A minha alma engrandece o Senhor” – Lc 1,47-56), na casa de Isabel e Zacarias, Maria celebra as maravilhas de Deus na história do seu povo e Sua ação salvadora e transformadora em benefício dos sofredores e fracos. Inspirado e amparado pela proteção materna de Maria, cada batizado é um missionário da vida e da esperança, servindo aos irmãos e irmãs, construindo um mundo fraterno e solidário.
Maria, que encontrou graça diante de Deus, é o exemplo mais perfeito de quem escutou a Palavra da Vida e a viveu como expressão de sua entrega radical e de sua adesão ao projeto de Deus. E como primeira discípula, fiel e perseverante, atenta à vontade de Deus e aos seus desígnios, acompanha a Igreja desde a Vigília de Pentecostes, com os discípulos e discípulas do Senhor, na espera sempre ativa da realização da promessa. Mãe querida, contigo queremos seguir teu Filho Jesus. Que ressoe para nós como disseste em Caná: “Fazei tudo o que Ele vos disser” (Jo 2,5). Pois te recebemos aos pés da cruz: “Eis a tua mãe!” (Jo 19,27).