«E esta mulher, filha de Abraão, que Satanás prendeu há dezoito anos, não devia libertar-se desse jugo?» – Catecismo da Igreja Católica §1730; 1739-1742

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2ª-feira da 30ª Semana do Tempo Comum – 29 de Outubro de 2018 – Cor: Verde

Ano do Laicato, instituído pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, tendo se iniciado no Domingo de Cristo Rei, 26 de novembro de 2017, e estendendo-se até o Domingo de Cristo Rei de 2018. Objetivo: “Como Igreja, Povo de Deus, celebrar a presença e a organização dos cristãos leigos e leigas no Brasil; aprofundar a sua identidade, vocação, espiritualidade e missão; e testemunhar Jesus Cristo e seu Reino na sociedade”.

1ª Leitura – Ef 4,32-5,8
Andai no caminho da caridade, como Cristo.

Leitura da Carta de São Paulo aos Efésios 4,32-5,8:
Irmãos:
32 Sede bons uns para com os outros,
sede compassivos;
perdoai-vos mutuamente,
como Deus vos perdoou por meio de Cristo.
5,1 Sede imitadores de Deus, como filhos que ele ama.
2 Vivei no amor, como Cristo nos amou
e se entregou a si mesmo a Deus por nós,
em oblação e sacrifício de suave odor.
3 A devassidão, ou qualquer espécie de impureza ou cobiça
sequer sejam mencionadas entre vós,
como convém a santos.
4 Nada de palavras grosseiras, insensatas ou obscenas,
que são inconvenientes;
dedicai-vos antes à ação de graças.
5 Pois, sabei-o bem, o devasso, o impuro,
o avarento – que é um idólatra –
são excluídos da herança no reino de Cristo e de Deus.
6 Que ninguém vos engane com palavras vazias.
Tudo isso atrai a cólera de Deus sobre os que lhe desobedecem.
7 Não sejais seus cúmplices.
8 Outrora éreis trevas, mas agora sois luz no Senhor.
Vivei como filhos da luz.
Palavra do Senhor.

 

Salmo – Sl 1,1-2. 3. 4.6 (R. Cf. Ef 5,1))
R. Sejamos, pois, imitadores do Senhor,
como convém aos amados filhos seus.

1 Feliz é todo aquele que não anda *
conforme os conselhos dos perversos;
que não entra no caminho dos malvados, *
nem junto aos zombadores vai sentar-se;
2 mas encontra seu prazer na lei de Deus *
e a medita, dia e noite, sem cessar. R.

3 Eis que ele é semelhante a uma árvore *
que à beira da torrente está plantada;
ela sempre dá seus frutos a seu tempo, +
e jamais as suas folhas vão murchar. *
Eis que tudo o que ele faz vai prosperar, R.

4 mas bem outra é a sorte dos perversos. +
Ao contrário, são iguais à palha seca *
espalhada e dispersada pelo vento.
6 Pois Deus vigia o caminho dos eleitos, *
mas a estrada dos malvados leva à morte.R.

 

Evangelho – Lc 13,10-17
Esta filha de Abraão, não deveria ser
libertada dessa prisão, em dia de sábado?

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas 13,10-17:
Naquele tempo:
10 Jesus estava ensinando numa sinagoga, em dia de sábado.
11 Havia aí uma mulher que, fazia dezoito anos,
estava com um espírito que a tornava doente.
Era encurvada e incapaz de se endireitar.
12 Vendo-a, Jesus chamou-a e lhe disse:
‘Mulher, estás livre da tua doença.’
13 Jesus colocou as mãos sobre ela,
e imediatamente a mulher se endireitou,
e começou a louvar a Deus.
14 O chefe da sinagoga ficou furioso,
porque Jesus tinha feito uma cura em dia de sábado.
E, tomando a palavra, começou a dizer à multidão:
‘Existem seis dias para trabalhar.
Vinde, então, nesses dias para serdes curados,
mas não em dia de sábado.’
15 O Senhor lhe respondeu:
‘Hipócritas! Cada um de vós
não solta do curral o boi ou o jumento,
para dar-lhe de beber, mesmo que seja dia de sábado?
16 Esta filha de Abraão,
que Satanás amarrou durante dezoito anos,
não deveria ser libertada dessa prisão,
em dia de sábado?’
17 Esta resposta envergonhou todos os inimigos de Jesus.
E a multidão inteira se alegrava
com as maravilhas que ele fazia.
Palavra da Salvação.

 

Comentário do dia
Catecismo da Igreja Católica
§1730; 1739-1742

«E esta mulher, filha de Abraão, que Satanás prendeu há dezoito anos, não devia libertar-se desse jugo?»

 

Deus criou o homem racional, conferindo-lhe a dignidade de pessoa dotada de iniciativa e do domínio dos seus próprios atos. «Deus quis “deixar o homem entregue à sua própria decisão” (Sr 15,14), de tal modo que procure por si mesmo o seu Criador e, aderindo livremente a Ele, chegue à total e beatífica perfeição»: «O homem é racional e, por isso, semelhante a Deus, criado livre e senhor dos seus atos» (Santo Ireneu). […] A liberdade do homem é finita e falível. E, de fato, o homem falhou. Livremente, pecou. Rejeitando o projeto divino de amor, enganou-se a si mesmo; tornou-se escravo do pecado.

Esta primeira alienação gerou uma multidão de outras. A história da humanidade, desde as suas origens, dá testemunho de desgraças e opressões nascidas do coração do homem, como consequência de um mau uso da liberdade. […] Afastando-se da lei moral, o homem atenta contra a sua própria liberdade, agrilhoa-se a si mesmo, quebra os laços de fraternidade com os seus semelhantes e rebela-se contra a verdade divina. Pela sua cruz gloriosa, Cristo obteve a salvação de todos os homens. Resgatou-os do pecado, que os retinha numa situação de escravatura. «Foi para a liberdade que Cristo nos libertou» (Gl 5,1).

NEle, nós comungamos na verdade que nos liberta (Jo 8,32). Foi-nos dado o Espírito Santo e, como ensina o Apóstolo, «onde está o Espírito, aí está a liberdade» (2Cor 3,17). Já desde agora nos gloriamos da «liberdade dos filhos de Deus» (Rm 8,21). A graça de Cristo não faz concorrência, de modo nenhum, à nossa liberdade, quando esta corresponde ao sentido da verdade e do bem que Deus colocou no coração do homem.

Pelo contrário, e como certifica a experiência cristã sobretudo na oração, quanto mais dóceis formos aos impulsos da graça, tanto mais crescem a nossa liberdade interior e a nossa segurança nas provações, como também perante as pressões e constrangimentos do mundo exterior. Pela ação da graça, o Espírito Santo educa-nos para a liberdade espiritual, para fazer de nós colaboradores livres da sua obra na Igreja e no mundo.

Neste mês de outubro, com o Papa e toda a Igreja, rezemos na seguinte intenção
Pela evangelização: A missão dos consagrados
Para que os consagrados e as consagradas reavivem o seu fervor missionário e estejam presentes entre os pobres, os marginalizados e aqueles que não têm voz.

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