A manhã deste Domingo, 19 de julho, será toda de festa para a cidade de Blumenau e o Vale do Itajaí. Dom Angélico Sândalo Bernardino está entre nós.
Depois de ter acolhido o novo Bispo Diocesano Dom José Negri, Dom Bernardino voltou a residir em São Paulo. Assim decidiu. No entanto, deixou saudades. Sabia ser amigo, conselheiro e pai. Sabia também corrigir, discordar se preciso fosse. Por isso, nem todos compreenderam suas palavras e decisões. É o quinhão da autenticidade e da profecia.
Dom Angélico permanecerá na memória das nossas famílias, das nossas comunidades, da história, enfim. Quantos lares ele visitou! Quantas comunidades ele animou com sua presença e palavra. Quantas lágrimas ele derramou com nossa gente! Por ocasião da catástrofe que nos atingiu, rodou quilômetros e quilômetros para ajudar, consolar, orientar, socorrer, encorajar.
As lembranças da figura do primeiro bispo da Diocese de Blumenau, por outro lado, são muito mais marcadas por alegrias. Ele abriu caminhos de evangelização. Nas palavras e nos gestos deste discípulo missionário de Jesus, a Igreja se afirmou nestas terras. Somos privilegiados porque temos construídos os seminários menor e maior, respectivamente em Blumenau e Florianópolis. Já com bons resultados na recuperação de dependentes químicos, adianta-se, em Ilhota, a conclusão das acomodações da Casa Diocesana deste urgente e indispensável projeto. Uma casa de formação de propriedade da Diocese, Dom Angélico, mesmo com não pequenas dificuldades, conseguiu adquirir, reformar e equipar.
Sempre muito sensível ao sofrimento dos irmãos e irmãs, Dom Angélico referia-se frequentemente aos santuários da Diocese. Não só aos de Nossa Senhora Aparecida, em Blumenau, e Nossa Senhora dos Navegantes, em Navegantes. Para ele, estes tinham importância inalienável. Citava com verdadeira ênfase o santuário da Casa de Convivência de Idosos, em Blumenau; o Albergue Bom Pastor (que oferece acolhida, refeições e orientação para o trabalho) e o Hospital Santa Isabel, também em Blumenau; a Casa de Recuperação de tóxico-dependentes, em Ilhota; o Morro do Baú (por causa da catástrofe), igualmente em Ilhota.
Dos cinqüenta anos de sacerdote que Dom Angélico já celebrou em São Paulo, no Domingo passado e, neste Domingo, às 9h, celebra em Blumenau, quase nove anos ele dedicou à nossa terra catarinense. É preciso dizer que somos imensamente agradecidos a Deus por nos ter dado este incomparável dom através do amor do saudoso e venerável sucessor de Pedro, João Paulo II.
E ao senhor, Dom Angélico, as palavras são pequenas para expressar nosso inteiro obrigado. Queremos apenas dizer-lhe que a Palavra do apóstolo e evangelista João, na sua primeira Carta, Deus é Amor, agora tem carne, encarnou-se de alguma forma na sua pessoa humana, sacerdotal e episcopal.
E, assim, sua memória, seus ensinamentos e seu testemunho continuam bradando em nós e entre nós pela paz, justiça, esperança, amor, libertaçãoo e salvação.
Obrigado, Dom Angélico! Reze por nós!
Por Pe. Raul Kestring