Leituras Bíblicas
“Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna” (Jo 6,68)!
Dia 16 de fevereiro de 2010
Terça feira da 6ª semana do Tempo Comum
Hoje a Igreja celebra: José Allamano, Bem-aventurado (1851-1926) – Leia sua vida clicando: http://www.paulinas.org.br/diafeliz/santo.aspx?Dia=16&Mes=2
Carta de S. Tiago (1,12-18):
Feliz o homem que resiste à tentação, porque, depois de ter sido provado, receberá a coroa da vida que o Senhor prometeu aos que o amam.
Ninguém diga, quando for tentado para o mal: «É Deus que me tenta.» Porque Deus não é tentado pelo mal, nem tenta ninguém.
Cada um é tentado pela sua própria concupiscência, que o atrai e seduz.
E a concupiscência, depois de ter concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, uma vez consumado, gera a morte.
Não vos enganeis, meus amados irmãos.
Toda a boa dádiva e todo o dom perfeito vêm do alto, descendo do Pai das luzes, no qual não há mudanças nem períodos de sombra.
Por sua livre decisão, nos gerou com a palavra da verdade, para sermos como que as primícias das suas criaturas.
Livro de Salmos [94(93),12-13.14-15.18-19]:
Ó SENHOR, feliz o homem a quem tu corriges e instruis na tua lei!
Esse terá descanso nos dias maus, enquanto se abre a cova para o ímpio.
O SENHOR não abandona o seu povo nem despreza a sua herança.
De novo há de voltar a haver justiça, e hão de segui-la todos os de coração reto.
Quando digo: "Os meus pés vacilam", logo a tua bondade, SENHOR, me ampara.
Quando se avolumam as angústias dentro em mim, as tuas consolações confortam a minha alma.
Evangelho segundo S. Marcos (8,14-21):
Os discípulos tinham-se esquecido de levar pães e só traziam um pão no barco.
Jesus começou a avisá-los, dizendo: «Olhai: tomai cuidado com o fermento dos fariseus e com o fermento de Herodes.»
E eles discorriam entre si: «Não temos pão.»
Mas Ele, percebendo-o, disse: «Porque estais a discorrer que não tendes pão? Ainda não entendestes nem compreendestes? Tendes o vosso coração endurecido? Tendes olhos e não vedes, tendes ouvidos e não ouvis? E não vos lembrais de quantos cestos cheios de pedaços recolhestes, quando parti os cinco pães para aqueles cinco mil?» Responderam: «Doze.» «E quando parti os sete pães para os quatro mil, quantos cestos cheios de bocados recolhestes?» Responderam: «Sete.»
Disse-lhes então: «Ainda não compreendeis?»
Comentário ao Evangelho do dia feito por
São Vicente de Lérins (? – antes de 450), monge
Commonitorium, 23 (a partir da trad. bréviaire rev.)
«Ainda não entendestes nem compreendestes?»
Na Igreja de Cristo, não poderá haver nenhum progresso na doutrina? […] Mas com certeza que é necessário que haja, e progresso considerável! Quem seria tão ciumento dos homens e inimigo de Deus que tentasse opor-se a ele? Mas com a condição de se tratar de um verdadeiro progresso da fé, e não de uma alteração. […] É pois necessário que a inteligência, a ciência e a sabedoria cresçam e progridam fortemente em cada um e em todos, em cada homem e na Igreja inteira, ao longo dos anos e dos séculos; mas é preciso que progridam segundo a sua própria natureza, quer dizer, na mesma doutrina, no mesmo sentido, na mesma afirmação.
Que a religião das almas imite portanto o desenvolvimento dos corpos: apesar de evoluírem e crescerem ao longo dos anos, permanecem o que eram. Há uma grande diferença entre o desabrochar da infância e os frutos da velhice, mas é a mesma pessoa que passa da infância à idade maior. É um só e mesmo o homem cuja estatura e maneiras se modificam, enquanto ele conserva a mesma natureza, enquanto ele permanece uma só e a mesma pessoa. Os membros dos bebês são pequenos, os dos jovens são grandes; são, contudo, os mesmos […], que existiam já em potência no embrião. […]
Do mesmo modo, a fé cristã deve seguir estas leis do progresso para se fortificar com os anos, para que o tempo a desenvolva e a idade a enobreça. Os nossos pais semearam o trigo da fé para a colheita da Igreja. Seria injusto e chocante que nós, os seus descendentes, em vez do trigo da verdade autêntica, recolhêssemos o erro fraudulento do joio (Mt 13,24ss.). Pelo contrário, é justo e lógico que não haja desacordo entre os primórdios e o fim e que recolhamos este trigo que se desenvolveu depois de o mesmo trigo ser semeado. Assim, enquanto uma parte das primeiras sementes deve evoluir com o tempo, será conveniente ainda agora fertilizá-las e aperfeiçoar a sua cultura.