Bento Daswa será o primeiro beato da África do Sul

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O Papa assinou decreto sobre o martírio de um catequista leigo assassinado em 1990 por ter-se oposto à caça das bruxas

Giorgio Bernardelli

A África do Sul terá o seu primeiro beato. E será um catequista leigo, pai de família, assassinado em 1990 por ter se posicionado publicamente contra a caça às bruxas. Entre os decretos da Congregação das Causas dos santos aprovados pelo Papa Francisco na audiência concedida na tarde de quinta-feira, 22 de janeiro, ao Cardeal prefeito Ângelo Amato, está também aquele referente a Tshimangadzo Samuele Benedetto Daswa, um leigo da Diocese de Tzaneen, que será o primeiro sul-africano a subir à honra dos altares. Torna a notícia ainda mais significativa o fato de que se trata de um cristão assassinado há apenas 25 anos e por razões ligadas àquela do relacionamento com a bruxaria, tema frequente e muitoacalorado em muitas regiões da África.

Tshimangadzo Daswa nasceu na vila de Mbahe no dia 16 de junho de 1946, numa família ligada a cultos tradicionais da tribo dos Lemba. Foi quando terminou a escola que o rapaz começou a frequentar um grupo de católicos que se encontrava na sombra de uma grande árvore. Até que, aos 16 anos, pediu para ser batizado: Escolheu o nome de Bento, como seu catequista. Mas junto ao nome, assumiu também o lema do grande monge: “Reza e trabalha”. Tendo se formado como professor, começou a ensinar na escola de Nweli, da qual se tornou, depois, diretor. Ao mesmo tempo, desempenhava o ministério de catequista; mas não se omitia nem no trabalho com os tijolos, para ajudar a construir aquele que se tornou a primera igreja católica da região. No ano de 1980, casou-se com Shadi Eveline Monyai, com a qual teve oito filhos.

Sempre disposto a dedicar -se a serviços de todos, Bento era um a figura pública e respeitada na sua comunidade. Até que em janeiro de 1990 a região de Nweli foi atingida por tempestades fora da estação própria, durante a qual alguns raios se abateram sobre os tetos das cabanas, deixando-as em chamas. Segundo a cultura tradicional, aquilo era sinal de uma maldição, fruto de bruxaria. Por este motivo os chefes da vila decidiram chamar um mago (xamã, bruxo) para que descobrisse quem era o responsável, o culpado. Mas quando Bento soube disso, tentou explicar que os raios são fenômenos naturais e se negou então a pagar a quota pedida a cada família para pagar o bruxo: ”A minha fé cristã – disse – me impede de participar de uma caça às bruxas”.

A sua atitude foi considerada uma ofensa à cultura tradicional: Algumas noites depois, no dia 2 de fevereiro de 1990, quando chegava em casa com seu veiculo, encontrou a estrada impedida por alguns troncos: quando desembarcou para removê-los, do mato, saiu um grupo ameaçador. Os testemunhas contam que quando entendeu que o estavam matando, colocou-se de joelhos para rezar.

Já no seu funeral os católicos da Diocese de Tzaneen o veneraram como um mártir. E isto explica também o tempo tão rápido da sua causa de beatificação: O processo diocesano se concluiu no ano 2000; e agora, com a assinatura do Papa ao decreto sobre o martírio, esta beatificação histórica e de grande importância para toda a África poderá ser celebrada dentro de poucos meses.

Fonte: http://vaticaninsider.lastampa.it/nel-mondo/dettaglio-articolo/articolo/daswa-sudafrica-sudafrica-south-africa-38733/

Tradução do italiano: Pe. Raul Kestring

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