Em junho de 1570 partiu de Lisboa para o Brasil o Beato Padre Inácio de Azevedo, acompanhado de 70 sacerdotes e irmãos jesuítas. Quis a Providencia que essa gloriosa corte de apóstolos não chegasse ao Brasil, pois a maior parte deles encontrou o martírio, por mãos de hereges protestantes, no Oceano Atlântico.
Em 15 de julho de 1570 a nau Santiago, no qual viajavam o Padre Inácio e numerosa leva de jesuítas, viu-se cercada por várias naus de piratas protestantes de origem francesa. Após longa luta em que os católicos, inferiores em número e em armamento, causaram consideráveis estragos aos atacantes, afinal sucumbiu a nau portuguesa.
Foram martirizados, por ódio à Fé católica, juntamente com o Padre Inácio, 39 outros jesuítas, sendo 31 portugueses e 8 espanhóis. São venerados como os Quarenta Mártires do Brasil.
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Santa Generosa
e seus companheiros mártires
Século II
No século II da era cristã, Scili era uma pequena província romana do norte da África, não muito distante da capital Cartago, onde residia Saturnino, o procônsul designado pelo imperador Cômodo.
Cômodo governou o Império Romano por doze anos. Era um tirano cruel e vaidoso. Para divertir-se, usava roupas de gladiador e matava seus opositores desarmados no Anfiteatro Flávio, atualmente conhecido como Coliseu. Durante o seu reinado, determinou que os cristãos voltassem a ser sacrificados.
A Cartago romana deveu seu resplendor principalmente ao cristianismo, bem depressa aceito por seus habitantes. Consta que foi o apóstolo são Marcos que a evangelizou. Logo foi elevada à condição de diocese e tornou-se a pátria de grandes santos, como Cipriano, Agostinho e muitos outros. Mas também foi o local onde inúmeros cristãos morreram martirizados, após serem julgados e condenados pelo procônsul Saturnino, que obedecia às ordens de Roma.
Nessa ocasião, na pequena vila de Scili, doze fiéis professavam, tranqüilos, o cristianismo. Eram todos muito humildes e foram denunciados pelo “crime” de serem cristãos. Então, foram simplesmente presos e levados pelos oficiais do procônsul a Cartago, para serem julgados.
Naquela cidade, no dia 17 de julho, na sala de audiências, Saturnino começou dizendo aos acusados que a religião dele mandava que os súditos jurassem pela “divindade” do imperador e que, se eles fizessem tal juramento, o soberano os “perdoaria”. Assim, foram todos interrogados, entre os quais Generosa. Eles confessaram a fé em Cristo e disseram que nenhum tipo de morte faria com que desistissem dela.
Outra vez Saturnino ordenou que renegassem a fé cristã, que adorassem o imperador. Então Esperato, em nome de seus companheiros, respondeu que não reconheciam a divindade do imperador e que serviriam unicamente a Deus, que era o Rei dos reis e o Senhor de todos os povos. Não temiam a ninguém, a não ser ao Senhor Deus, que está nos céus. E que desejavam continuar fiéis a ele e perseverar na fé: sim, eram cristãos.
Diante de tão clara e direta confissão, o procônsul sentenciou: “Ordeno que sejam lançados no cárcere, pregados em cepos e decapitados: Generosa, Vestina, Donata, Januária, Segunda, Esperato, Narzal, Citino, Vetúrio, Félix, Acelino e Letâncio, que se declaram cristãos e se recusam a tributar honra e reverência ao imperador”.
Assim está descrito o martírio de santa Generosa e seus companheiros no catálogo oficial dos santos, também chamado Martirológio Romano.
A veneração litúrgica de santa Generosa é celebrada no dia de seu trânsito para a vida eterna.
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Bartolomeu de Las Casas
1474-1566
Bartolomeu de Las Casas nasceu em Sevilha, na Espanha, no ano de 1474. Seu pai era um mercador da esquadra de Colombo, na segunda viagem ao novo continente. Estudou na Universidade de Salamanca, onde se graduou em direito. Foi para a América como conselheiro legal do governador, chegando, em 15 de abril de 1502, na ilha Espanhola.
Como a maioria, Bartolomeu estava motivado pelo espírito aventureiro e explorador de riquezas, logo se adaptando ao estilo de vida influente dos colonizadores. No início, aceitou o ponto de vista convencional quanto à exploração da população indígena. Ele também participou dos ataques contra as tribos, e os escravizava em suas plantações.
Depois viajou para Roma, onde terminou os estudos e ordenou-se sacerdote em 1507. A rainha Isabel, chamada “a católica”, da Espanha, considerava a evangelização dos índios a justificativa mais importante para a expansão colonial. Insistia para que os sacerdotes e frades estivessem entre os primeiros a fixarem-se na América. Em 1510, Bartolomeu de Las Casas retornou à ilha Espanhola, agora como missionário, para combater o tratamento cruel e desumano dado aos índios pelos colonizadores.
Para defender os índios no novo continente, Bartolomeu viajou várias vezes à Espanha, apelando aos oficiais do governo e a todos que o quisessem ouvir. Desde que ingressou na vida religiosa dominicana, ele se dedicou à causa indígena em defesa da vida, da liberdade e da dignidade. Lutou, também, para que tivessem direitos políticos, de povos livres e capazes de realizar uma nova sociedade, mais próxima do Evangelho.
A prioridade, para Bartolomeu, era a evangelização. Com tal propósito, viajou pela América Central fazendo um trabalho pioneiro, registrando tudo em seus diários. Foi perseguido pelos colonizadores espanhóis de São Domingos, Peru, Nicarágua, Guatemala e do México. Neste último país, foi nomeado bispo aos setenta anos de idade, em 1544. Mas ficou apenas três anos em Chiapas, sempre perseguido pelos espanhóis.
Em 1547, partiu da América para não mais voltar. Regressou à Espanha, continuando lá a defesa dos índios, quando corrigiu e publicou seus escritos, todos se contrapondo à política colonial. Porém suas idéias foram contestadas na América e também na Espanha. Tanto que, em 1552, suas obras foram censuradas e proibidas para leitura.
Morreu aos noventa e dois anos de idade no Convento Dominicano de Atocha, no dia 17 de julho de 1566, em Madri, Espanha.
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Santo Aleixo
Século IV
Aleixo, filho único do senador Eufemiano, italiano, nasceu em Roma, no ano de 350. Herdeiro de uma considerável fortuna, cresceu dentro da religião cristã. Desde a infância, ficou famoso por sua natural caridade, possuindo todas as graças e virtudes. Os pais, como era costume na época, cuidaram do seu enlace com uma jovem de excelente família cristã e ele acabou se casando.
Porém, na noite de núpcias, sem consumar a união, e após conversar com a esposa, abandonou tudo para aproximar-se de Deus. Como peregrino, vagou de cidade em cidade até chegar em Edessa, na Síria, onde ficou por algum tempo. Vivia como um piedoso mendigo ao lado da basílica do Apóstolo Tomé, repartindo com os pobres as esmolas que recebia. Diversos prodígios aconteciam com a sua presença, por isso passou a ser chamado de “o homem de Deus” e venerado por sua santidade. Mas teve de abandonar a cidade, porque desejava continuar no anonimato.
Retornou para a vida de peregrino. Sofreu tanto que ficou transfigurado. Quando em Roma, foi para a casa do pai e disse: “Tende compaixão deste pobre de Jesus Cristo e permita-me ficar em algum canto do palácio”. Não tendo reconhecido o próprio filho, ele o acolheu e mandou que o levassem para cuidar da cocheira dos animais. Viveu assim durante dezessete anos, na cocheira do seu próprio palácio, sendo maltratado pelos seus próprios criados e sem ser identificado pelos pais.
Morreu em 17 de julho e foi enterrado num cemitério comum para criados. Porém, antes de morrer, entregou um pergaminho ao criado que o socorreu, na qual revelava sua identidade. Os pais, quando souberam, levaram o caso ao conhecimento do bispo, que autorizou sua exumação. Aleixo foi levado, então, para um túmulo construído na propriedade do senador. A fama de sua história e de “homem de Deus” espalhou-se entre os cristãos romanos e orientais, difundindo rapidamente o seu culto.
Segundo uma antiga tradição romana, a casa do senador ficava no monte Aventino. Em 1217, durante a construção da igreja dedicada a são Bonifácio, neste local as relíquias de santo Aleixo foram encontradas. Por tal motivo o papa Honório III decidiu que ela seria dedicada a santo Aleixo. Outro grande devoto deste santo foi o bispo Sérgio de Damasco, que viveu em Roma no final do século X. Ele acabou fundando o Mosteiro de Santo Aleixo, destinado aos monges gregos.
No século XV, os Irmãos de Santo Aleixo elegeram-no como patrono. Em 1817, a Congregação dos Sagrados Corações de Jesus e Maria nomeou-o seu segundo patrono, como exemplo de paciência, humildade e de caridade a ser seguido. A Igreja manteve o dia de sua festa no dia 17 de julho, como sempre foi celebrada pela antiga tradição cristã.
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