Dom João Braz de Aviz interveio no lançamento
A biografia oficial de Chiara Lubich (1920-2008), intitulada ‘Levar o mundo entre os braços’ (tradução livre, N. do T.), foi apresentada nessa quarta-feira no Palácio da Chancelaria, em Roma, com vários testemunhos e a certeza de que a vida da fundadora do Focolares não se pode encerrar numa biografia.
Intervieram na apresentação Andrea Riccardi, fundador da comunidade de Sant’Egídio; o prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, Dom João Braz de Aviz. Falaram ainda Eli Folonari, uma das primeiras companheiras de Chiara e o jornalista e autor do livro Armando Torno.
Para Andrea Riccardi, “Chiara é um figura unitiva, tem um papel na história contemporânea da Igreja porque é uma figura cristã mas também humanista, com um pensamento próprio. E teve ainda uma função política sem ter feito política, uma função para os não cristãos e os não crentes”.
“Neste tempo em que estamos assustados, tememos as invasões dos que são diferentes, sedentos de segurança e de fronteiras, Chiara volta a nos dizer que não tem medo de um mundo grande, e que a chave para não ter medo é amar. Ela nos ensina que o amor é a verdadeira defesa”, e que “o amor gera o amor”.
Já Dom João Braz de Aviz afirmou que ouviu falar de Chiara ainda quando ele pertencia a um pequeno grupo de seminaristas adolescentes, nos anos 60. Ela ensinava “que se chega a Deus através da prática do amor ao próximo. Não ensinava uma doutrina, mas sua experiência de vida”.
“Nessa mensagem havia duas certezas vitais: Deus me ama imensamente e sempre, não olha minhas debilidades e meus pecados. E a segunda: posso experimentar o amor de Deus construindo-o com o próximo que passou ao meu lado, não interessa quem seja, católico, ateu ou outro”.
Havia então uma mensagem nova, de “superar as barreiras na relação humana”, porque comunicar e receber a comunicação gera uma verdadeira felicidade, disse o prefeito do organismo vaticano para a Vida Consagrada.
O jornalista Armando Torno, autor do livro, reconheceu que “este volume foi escrito por alguém que nunca conheceu Chiara, na realidade não sou o autor, mas recolhi muitas histórias e testemunhos”. Segundo ele, não foi fácil colocar tudo em um livro.
Para o jornalista do ‘Corriere della Sera’, “Chiara desbloqueia o amor, põe em crise as hipóteses econômicas, os discursos ecumênicos, os políticos; ela dá respostas aos problemas de hoje, àqueles que a sociedade não consegue resolver”.
O autor assinala que se trata de uma revolução do amor “de um místico vivido com grande normalidade” e que cria uma organização com grande simplicidade, que não tem um plano preestabelecido a não ser o Evangelho. Ela “é uma figura deslumbrante”.
ZENIT, 13/04/2011