A 56ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), maior encontro de líderes da Igreja no País, reuniu 489 bispos (atuantes e eméritos) no Santuário Nacional, em Aparecida, interior de São Paulo, de 11 a 20 de abril. O tema central do evento abordou as “Diretrizes para formação de presbíteros da Igreja no Brasil”.
Considerado um assunto de extrema importância para o episcopado, nos dias atuais, a atualização na formação de novos padres tem o objetivo de incentivar “vocações sadias, sábias, servidoras e santas”, conforme afirmou o arcebispo de Aparecida (SP), Dom Orlando Brandes. Além da formação antes da ordenação, os bispos desejam fomentar a formação permanente. Em todas as profissões, os desafios surgem todos os dias, novas invenções e motivações, por isso, tornou-se uma necessidade a atualização teológica, pastoral, espiritual, psico-afetiva e contínua também para os presbíteros. O intuito é promover a evangelização efetiva nas paróquias, comunidades e movimentos eclesiais e a realização pessoal, fundamental para o exercício do ministério. Condição de perseverança e solidez vocacional.
Quarenta e cinco assuntos estavam na pauta geral do evento para avaliar toda a pastoral da Igreja no Brasil e realizar projeções futuras, entre eles o ordenamento das novas comunidades, questões ligadas a casais de segunda união, o Ano do Laicato e a atual conjuntura política do Brasil. Além disso, foi realizado um retiro para o episcopado no dia 14 de abril, um momento de oração para toda a Igreja.
Uma reflexão aprofundada sobre a importância, o significado e o dinamismo do estado laico, onde toda a Igreja e o Reino de Deus são interpeladores campos de ação, também foi um dos assuntos abordados como tema prioritário. A Assembleia Geral da CNBB é um evento eclesial que promove a unidade da Igreja.
Cenário atual
A Carta aberta aos bispos brasileiros, por ocasião da 56ª Assembleia Geral da CNBB, o último trecho destaca a importância do encontro para o País:
“A CNBB, tendo em vista sua história na luta pelas liberdades democráticas e pela justiça social, é convidada a se posicionar claramente sobre a situação política atual do nosso país, a indicar à sociedade brasileira caminhos de superação da crise.
Está em jogo, no atual momento, o futuro da nossa Nação. Muitos podem argumentar que a pior atitude da Igreja, com vista a agradar gregos e troianos, seria a omissão. É fato que uma atitude profética sempre implicará em riscos.
O medo e a paralisia que se abateram sobre muitas lideranças sociais e políticas – e que trarão consequências perversas à vida do nosso povo – poderiam ser enfrentados com corajosa atitude profética dessa Conferência, nesse momento crucial da vida nacional.
Não poderia ser diferente. Termino essa modesta missiva com um trecho da última exortação apostólica do Papa Francisco: “Não podemos propor-nos um ideal de santidade que ignore a injustiça deste mundo, onde alguns festejam, gastam folgadamente e reduzem a sua vida às novidades do consumo, ao mesmo tempo em que outros se limitam a olhar de fora enquanto a sua vida passa e termina miseravelmente. ” (Exortação Apostólica Gaudete et Exsultate, 101).”
A Amazônia no coração da Igreja
Quase junto com a 56ª Assembleia da CNBB, em Roma, a Amazônia era assunto de análise e projetos. Para 2019, um sínodo pan-amazônico de bispos está na agenda da Igreja. Assim, de 11 e 12 de abril, membros do conselho pré-sinodal reuniram-se com o Papa Francisco, na Secretaria do Sínodo dos Bispos, e aprovaram um documento de trabalho para o inusitado sínodo. Ele servirá de base para as reuniões, reflexões e escuta dos povos da Amazônia no caminho até o Sínodo.
Conforme comunicado divulgado pela Secretaria do Sínodo dos Bispos, no debate, destacou-se a importância da região amazônica para todo o planeta. De outro lado, a situação pastoral em todo o território e a necessidade de novos caminhos para uma enculturação do Evangelho mais incisiva junto às populações amazônicas, em especial os indígenas, foi objeto de discussão entre os membros e os especialistas.
O texto do Documento que inclui um questionário será, agora, enviado às Conferências Episcopais e aos organismos de direito para dar início à consulta pré-sinodal. O Cardeal brasileiro Claudio Humes preside à Rede Eclesial Pan-Amazônica – REPAM e, na Assembleia da CNBB, informou os bispos sobre o andamento desses promissores trabalhos.
(Com informações dos sites Canção Nova, A12 e Vatican)