02 de novembro de 2018 – Comemoração de todos os fiéis defuntos
Ano do Laicato, instituído pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, tendo se iniciado no Domingo de Cristo Rei, 26 de novembro de 2017, e estendendo-se até o Domingo de Cristo Rei de 2018. Objetivo: “Como Igreja, Povo de Deus, celebrar a presença e a organização dos cristãos leigos e leigas no Brasil; aprofundar a sua identidade, vocação, espiritualidade e missão; e testemunhar Jesus Cristo e seu Reino na sociedade”.
Leituras
Jó 19,1.23-27a
Sl 22(23),1-2.3.4.5.6
1Jo 3,14-16
Jo 19,17-18.25-
Primeira Leitura: Jó 19,1.23-27a:
1 Respondeu Jó:
23 Oxalá sejam escritas as minhas palavras e gravadas no bronze,
24 e sobre o chumbo, com estilete de ferro, e eternamente inscritas na rocha!
25 E eu sei que o meu Redentor vive: e que, último, ele se levantará sobre o pó;
26 e atrás de minha pele eu estarei de pé, e, de minha carne, eu verei Eloá.
27a Eu mesmo verei, eu mesmo, meus olhos olharão, e não um outro.
Salmo: Sl 22(23),1-2.3.4.5.6
R: O Senhor é o meu pastor: não me falta coisa alguma!
1 O Senhor é o meu pastor: não me falta coisa alguma!
2 Em campinas verdejantes me coloca a repousar.
3 Me conduz às águas frescas e alma nova ele me dá!
Faz que eu siga o bom caminho pela honra do seu nome. R
4 Se atravesso o vale escuro, nada temo: estás comigo! Teu bordão e teu cajado, ao meu lado, me dão força.
5 Pões a mesa à minha frente, bem defronte do inimigo; de óleo unges-me a cabeça, e o meu cálice transborda.
6 Só felicidade e graça toda a vida hão de seguir-me; minha casa é a do Senhor pelo resto dos meus dias! R.
Segunda Leitura: 1Jo 3,14-16:
Irmãos:
14 Nós sabemos que passamos da morte para a vida porque amamos nossos irmãos. Quem não ama permanece na morte.
15 Quem odeia seu irmão é um assassino e sabeis que nenhum assassino tem a vida eterna permanente dentro de si.
16 Eis como reconhecemos o amor: ele entregou sua vida por nós. Assim nós também devemos dar a vida por nossos irmãos.
Evangelho: Jo 19,17-18.25-39:
17 Jesus, carregando a cruz, saiu da cidade, rumo ao lugar chamado Crânio (em hebraico Golgothá).
18 Ali o crucificaram juntamente com dois outros: um de cada lado e Jesus no meio.
25 Perto da cruz de Jesus, estavam sua mãe, a irmã de sua mãe, Maria, mulher de Cléofas e Maria Madalena.
26 E Jesus, vendo sua mãe e perto dela o discípulo a quem amava, disse à sua mãe: “Mulher, eis aí teu filho!”.
27 Em seguida, disse ao discípulo: “Eis aí tua mãe!”. E desde aquela hora o discípulo a recebeu aos seus cuidados.28 Depois, sabendo que estava tudo consumado, Jesus, cumprindo a Escritura, disse: Tenho sede.
29 Havia por ali um vaso cheio de vinagre. Prendendo uma esponja embebida em vinagre na haste de um hissopo, a levaram à boca de Jesus.
30 Depois de ter tomado o vinagre, Jesus exclamou: “Tudo está consumado!”. E, inclinando a cabeça, entregou o espírito.
31 Entretanto, como era o dia da Preparação, os judeus, com medo de que os corpos ficassem nas cruzes durante o sábado — este dia de sábado devia ser muito importante —, pediram a Pilatos licença para lhes quebrar as pernas e retirar os corpos de lá.
32 Os soldados então, foram, quebraram as pernas do primeiro e, depois, do outro que tinha sido crucificado com ele.
33 Quando chegaram, porém, a Jesus, viram que já estava morto e não lhe quebraram as pernas;
34 mas um soldado lhe abriu o lado com a lança e, no mesmo instante, saiu sangue e água.
35 Aquele que viu dá testemunho e seu testemunho é verdadeiro. E ele sabe que diz a verdade, para que vós também acrediteis.
36 Porque tudo isto aconteceu para que se cumprisse a Escritura: Nenhum osso lhe será quebrado. E a Escritura diz também:
37 Contemplarão aquele que trespassaram.38 Depois disto, José de Arimateia, que era discípulo de Jesus, mas em segredo, por medo dos judeus, pediu autorização a Pilatos para retirar o corpo de Jesus. Pilatos concedeu. Então foi e retirou o corpo dele.
39 Foi também Nicodemos, aquele que em certa ocasião tinha ido encontrar-se com ele à noite. Levava uma grande quantidade de mirra com aloés.
Leituras: Diretório da Liturgia e da Organização da Igreja no Brasil 2018 – Ano B – São Marcos, Brasília, Edições CNBB, 2017.
Comentário do dia
Santo Ambrósio (c. 340-397)
bispo de Milão, doutor da Igreja
Sobre a morte de seu irmão, § 6
«Ao ver Maria a chorar e os judeus que a acompanhavam a chorar também, Jesus suspirou profundamente e comoveu-Se» (Jo 11,33)
Porque te chorarei, meu irmão que tanto amava e que me foste tirado […]? Na verdade, a minha relação contigo não desapareceu, apenas se alterou completamente para mim: até agora, era inseparável do corpo, a partir de agora tornou-se inseparável dos sentimentos. Tu permaneces comigo, e permanecerás para sempre. […] O apóstolo Paulo recorda-me isso e põe uma espécie de freio à minha dor com as seguintes palavras […]: «Irmãos, não queremos deixar-vos na ignorância a respeito dos que faleceram, para não andardes tristes como os outros, que não têm esperança» (1Tes 4,13). […]
Mas nem todas as lágrimas são um sinal de falta de fé ou de fraqueza. Uma coisa é a dor natural, outra a tristeza que resulta da descrença. […] A dor não é a única a manifestar-se com lágrimas; também a alegria tem as suas lágrimas, também o afeto suscita lágrimas, a palavra rega o solo com lágrimas, e a oração, segundo as palavras do profeta, banha de lágrimas o nosso leito (Sl 6,7). Quando os patriarcas eram sepultados, o seu povo também chorava muito.
As lágrimas são, pois, um sinal de afeto e não incitações à dor. Chorei, confesso-o, mas também o Senhor chorou (Jo 11,35); Ele chorou uma pessoa que não era da sua família, eu choro um irmão. Ele, num só homem, chorou todos os homens; e eu chorar-te-ei, meu irmão, em todos os homens. Foi com a nossa sensibilidade que Cristo chorou, e não com a sua, porque a divindade não tem lágrimas. […] Ele chorou neste homem que tinha «uma tristeza de morte» (Mt 26,38), chorou naquele que foi crucificado, que foi morto, que foi sepultado; chorou neste homem […] nascido da Virgem.
Neste mês de novembro, com o Papa e toda a Igreja, rezemos nas seguinte intenção:
Universal: Ao serviço da paz
Para que a linguagem do coração e do diálogo prevaleça sempre sobre a linguagem das armas.