Leituras Bíblicas
Dia 13 de março de 2011
Ano da Liturgia – Tema: “Eucaristia, fonte e cume da vida emissão da Igreja”
– Lema: Seus olhos se abriram, e eles o reconheceram” (Lc 24,31)
1º Domingo da Quaresma – Ano A
Livro de Génesis 2,7-9.3,1-7:
Então o Senhor Deus formou o homem do pó da terra e insuflou-lhe pelas narinas o sopro da vida, e o homem transformou-se num ser vivo.
Depois, o Senhor Deus plantou um jardim no Éden, ao oriente, e nele colocou o homem que tinha formado.
O Senhor Deus fez brotar da terra toda a espécie de árvores agradáveis à vista e de saborosos frutos para comer; a árvore da Vida estava no meio do jardim, assim como a árvore do conhecimento do bem e do mal.
A serpente era o mais astuto de todos os animais selvagens que o Senhor Deus fizera; e disse à mulher: «É verdade ter-vos Deus proibido comer o fruto de alguma árvore do jardim?»
A mulher respondeu-lhe: «Podemos comer o fruto das árvores do jardim;
mas, quanto ao fruto da árvore que está no meio do jardim, Deus disse: ‘Nunca o deveis comer, nem sequer tocar nele, pois, se o fizerdes, morrereis.’
A serpente retorquiu à mulher: ‘Não, não morrereis;
porque Deus sabe que, no dia em que o comerdes, abrir-se-ão os vossos olhos e sereis como Deus, conhecereis o bem e o mal’.»
Vendo a mulher que o fruto da árvore devia ser bom para comer, pois era de atraente aspecto e precioso para esclarecer a inteligência, agarrou do fruto, comeu, deu dele também a seu marido, que estava junto dela, e ele também comeu.
Então, abriram-se os olhos aos dois e, reconhecendo que estavam nus, coseram folhas de figueira umas às outras e colocaram-nas, como se fossem cinturas, à volta dos rins.
Livro de Salmos 51(50),3-4.5-6.12-13.14.17:
Tem compaixão de mim, ó Deus, pela tua bondade; pela tua grande misericórdia, apaga o meu pecado.
Lava-me de toda a iniquidade; purifica-me dos meus delitos.
Reconheço as minhas culpas e tenho sempre diante de mim os meus pecados.
Contra ti pequei, só contra ti, fiz o mal diante dos teus olhos; por isso é justa a tua sentença e reto o teu julgamento.
Cria em mim, ó Deus, um coração puro; renova e dá firmeza ao meu espírito.
Não me afastes da tua presença, nem me prives do teu santo espírito!
Dá-me de novo a alegria da tua salvação e sustenta-me com um espírito generoso.
Abre, Senhor, os meus lábios, para que a minha boca possa anunciar o teu louvor.
Carta aos Romanos 5,12-19:
Por isso, tal como por um só homem entrou o pecado no mundo e, pelo pecado, a morte, assim a morte atingiu todos os homens, uma vez que todos pecaram…
De fato, antes da Lei já existia o pecado no mundo; mas o pecado não é tido em conta quando não há lei.
Apesar disso, desde Adão até Moisés reinou a morte, mesmo sobre aqueles que não tinham pecado por uma transgressão idêntica à de Adão, que é figura daquele que havia de vir.
Com efeito, o que se passa com o dom gratuito não é o mesmo que se passa com a falta. Se pela falta de um só todos morreram, com muito mais razão a graça de Deus, aquela graça oferecida por meio de um só homem, Jesus Cristo, foi a todos concedida em abundância.
E também com o dom não acontece o mesmo que acontece com as consequências do pecado de um só. Com efeito, o julgamento, que partiu de um só, teve como resultado a condenação; enquanto que o dom gratuito, que partiu de muitas faltas, teve como resultado a justificação.
De fato, se pela falta de um só e por meio de um só reinou a morte, com muito mais razão, por meio de um só, Jesus Cristo, hão de reinar na vida aqueles que recebem em abundância a graça e o dom da justiça.
Portanto, como pela falta de um só veio a condenação para todos os homens, assim também pela obra de justiça de um só veio para todos os homens a justificação que dá a vida.
De fato, tal como pela desobediência de um só homem todos se tornaram pecadores, assim também pela obediência de um só todos se hão de tornar justos.
Evangelho segundo S. Mateus 4,1-11:
Então, o Espírito conduziu Jesus ao deserto, a fim de ser tentado pelo diabo.
Jejuou durante quarenta dias e quarenta noites e, por fim, teve fome.
O tentador aproximou-se e disse-lhe: «Se Tu és o Filho de Deus, ordena que estas pedras se convertam em pães.»
Respondeu-lhe Jesus: «Está escrito: Nem só de pão vive o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus.»
Então, o diabo conduziu-o à cidade santa e, colocando-o sobre o pináculo do templo,
disse-lhe: «Se Tu és o Filho de Deus, lança-te daqui abaixo, pois está escrito: Dará a teu respeito ordens aos seus anjos; eles suster-te-ão nas suas mãos para que os teus pés não se firam nalguma pedra.»
Disse-lhe Jesus: «Também está escrito: Não tentarás o Senhor teu Deus!»
Em seguida, o diabo conduziu-o a um monte muito alto e, mostrando-lhe todos os reinos do mundo com a sua glória,
disse-lhe: «Tudo isto te darei, se, prostrado, me adorares.»
Respondeu-lhe Jesus: «Vai-te, Satanás, pois está escrito: Ao Senhor, teu Deus, adorarás e só a Ele prestarás culto.»
Então, o diabo deixou-o e chegaram os anjos e serviram-no.
Comentário ao Evangelho do dia feito por
São Máximo de Turim (? – c. 420), bispo
Sermão 16; PL 57, 561, CC Sermão 51, p. 206 (a partir da trad. Migne 1996, p. 85 rev.)
Alimentar-se da Palavra que sai da boca de Deus
O Salvador responde ao diabo: «Nem só de pão vive o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus». O que quer dizer: «Não vive do pão deste mundo, nem do alimento material dos quais te serviste para enganar Adão, o primeiro homem, mas da Palavra de Deus, do Seu Verbo, que contém o alimento da vida celestial». Ora, o Verbo de Deus é Cristo Nosso Senhor, como diz o evangelista: «No princípio existia o Verbo; o Verbo estava em Deus» (Jo 1,1). Por conseguinte, todo aquele que se alimenta da palavra de Cristo já não necessita de alimento terreno. Porque quem se renova com o pão do Senhor não pode desejar o pão deste mundo. Efetivamente, o Senhor tem o Seu próprio pão, ou melhor, o Salvador é Ele próprio pão, como nos ensina com estas palavras: «Eu sou o pão que desceu do Céu» (Jo 6,41). É a este pão que o profeta chama «o pão que lhe robustece as forças» (Sl 103,15).
Que me importa o pão que oferece o diabo, quando tenho o pão em que comungo com Cristo? Que me importa o alimento […] por causa do qual o primeiro homem perdeu o Paraíso, Esaú o direito de primogenitura […] (Gn 25,29ss.), que designou Judas Iscariotes como traidor (Jo 13,26ss.)? Com efeito, Adão perdeu o Paraíso devido ao alimento, Esaú perdeu o seu direito de primogenitura por um prato de lentilhas, e Judas renunciou à sua condição de apóstolo por um punhado de moedas; porque, no momento em que o tomou, deixou de ser apóstolo para se tornar traidor. […] O alimento que devemos tomar é aquele que abre o caminho ao Salvador, não ao diabo, o que transforma quem o toma em proclamador da fé e não em traidor.
O Senhor tem razão em dizer, neste tempo de jejum, que é o Verbo de Deus que alimenta, para nos ensinar que não devemos viver os nossos jejuns preocupados com o mundo, mas lendo os textos sagrados. Com efeito, o que se alimenta das Escrituras esquece a fome do corpo; o que se alimenta do Verbo celestial esquece a fome. Eis o alimento que alimenta a alma e alivia o faminto […], que confere a vida eterna e afasta de nós as armadilhas das tentações do diabo. A leitura dos textos sagrados é vida, como afirma o Senhor: «As palavras que vos disse são espírito e são vida» (Jo 6,63).
Intenções do Apostolado da Oração para este mês de março:
Geral: Para que as nações da América Latina possam caminhar na fidelidade ao Evangelho e progredir na justiça social e na paz.
Missionária: Para que o Espírito Santo dê luz e força às comunidades cristãs e aos fiéis perseguidos ou discriminados por causa do Evangelho em tantas regiões do mundo.