Crianças brasileiras com o Terço nas mãos – RV
18/10/2016 09:19
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Roma (RV) – Nesta terça-feira, a partir das, 09h de Roma, 5 da manhã no Brasil, um milhão de crianças em todo o mundo estarão unidas através da oração do Terço pela paz e a unidade da Síria. Esta é uma iniciativa que há anos realiza a Fundação de direito pontifício Ajuda à Igreja que Sofre, comprometida com a difusão do Terço entre as crianças. Este ano a oração do Terço é dedicada às crianças sírias. São dezenas as pequenas vítimas dos últimos bombardeios contra a cidade de Aleppo, enquanto continuam a falir os esforços diplomáticos. Sobre a iniciativa de AIS e sobre a situação no país dilacerado pela guerra, a Rádio Vaticano ouviu Alessandro Monteduro, diretor da AIS-Itália:
R. – São 11 anos que “Ajuda à Igreja que Sofre” envolve em uma grande iniciativa as crianças em todo o mundo: a oração do Terço. Os verdadeiros protagonistas desta iniciativa são crianças. A ambição, também neste ano, é de chegar a um milhão de crianças que rezam o Terço.
P. – A inspiração desta iniciativa veio das palavras de São Pio de Pietrelcina, que dizia: “Se um milhão de crianças rezar o Terço, o mundo vai mudar” …
R. – É uma iniciativa que nasceu tomando como sugestão as palavras de São Pio. Estamos comprometidos com isso há 11 anos. Fizemos também algo mais: criamos um pequeno texto intitulado “Nós, crianças, rezamos o Terço”, um texto de 2009, distribuído em oito línguas diferentes, em 600 mil exemplares. Foi uma maneira de tentar compor uma comunidade de oração: nós a que quisemos definir uma “rede social mariana”. Também porque, é verdade que os protagonistas são as crianças, mas também é verdade que qualquer um de nós – adultos, obviamente – poderá e deverá participar – ciente de que o cimento, a cola, desta comunidade é, precisamente, o Terço.
P. – Qual é a situação das crianças na Síria? Hoje, no último ataque contra Aleppo, morreram mais crianças … Como ajudá-las?
R. – A situação é dramática: são os números que falam de um quadro, não só na Síria, mas também no Iraque, dramático. Dos 11 milhões de 400 mil sírios forçados a fugir de suas casas, cerca da metade são crianças. Algo em torno de dois milhões de crianças na Síria, nestes cinco anos de conflito, deixaram a escola: dois milhões! O UNICEF diz e mostra que uma escola em cada quatro foi destruída. Em segundo lugar, até mesmo os dados do Grupo Oxford de Pesquisa na Inglaterra, dizem que nos dois primeiros anos de guerra na Síria foram mortas 11.500 crianças. Vamos ao país vizinho? Vamos ao Iraque? São dois milhões de crianças no Iraque que não vão a escola: foram 5.300, nos últimos anos, as escolas destruídas. Este é o horror. Como podemos ajudá-las? Com a esperança. A propósito do Iraque, daquilo que eu pude ver, e sobre o que faz Ajuda à Igreja que Sofre, damos a possibilidade a 7 mil crianças, em Erbil e Duhok, de continuar seus estudos, apesar de terem sido forçadas pelo Estado islâmico a deixar a Planície de Nínive e Mosul. E em bonitas escolas, com um corpo docente igualmente esplêndido.
P. – Qual será o futuro desta geração?
R. – Não depende deles, depende de nós, depende da comunidade internacional e do compromisso daqueles que poderiam, e talvez ainda não fizeram o que é necessário fazer. Mesmo tendo em conta que o destino de uma criança é, no entanto, sempre, o nosso ponto de referência, no que se refere ao compromisso de AIS é garantir que as crianças cristãs possam continuar a viver felizes na sua terra, no Oriente Médio. Elas pedem: elas querem continuar a viver como cristãos, a crescer e serem os inspiradores de uma nova convivência pacífica em suas terras, no Oriente Médio: no Iraque e na Síria. (SP)
Fonte: Site da Rádio Vaticano