4ª-feira da 28ª Semana do Tempo Comum – 17 de Outubro de 2018 – Sto. Inácio de Antioquia, Bispo e Mártir, memória – Cor: Vermelho
Ano do Laicato, instituído pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, tendo se iniciado no Domingo de Cristo Rei, 26 de novembro de 2017, e estendendo-se até o Domingo de Cristo Rei de 2018. Objetivo: “Como Igreja, Povo de Deus, celebrar a presença e a organização dos cristãos leigos e leigas no Brasil; aprofundar a sua identidade, vocação, espiritualidade e missão; e testemunhar Jesus Cristo e seu Reino na sociedade”.
1ª Leitura – Gl 5,18-25
Os que pertencem a Jesus Cristo
crucificaram a carne com suas paixões.
Leitura da Carta de São Paulo aos Gálatas 5,18-25:
Irmãos:
18 Se sois conduzidos pelo Espírito,
então não estais sob o jugo da Lei.
19 São bem conhecidas as obras da carne:
fornicação, libertinagem, devassidão,
20 idolatria, feitiçaria, inimizades,
contendas, ciúmes, iras,
intrigas, discórdias, facções,
21 invejas, bebedeiras, orgias,
e coisas semelhantes a estas.
Eu vos previno, como aliás já o fiz:
os que praticam essas coisas
não herdarão o reino de Deus.
22 Porém, o fruto do Espírito é:
caridade, alegria, paz,
longanimidade, benignidade,
bondade, lealdade,
23 mansidão, continência.
Contra estas coisas não existe lei.
24 Os que pertencem a Jesus Cristo crucificaram a carne
com suas paixões e seus maus desejos.
25 Se vivemos pelo Espírito,
procedamos também segundo o Espírito, corretamente.
Palavra do Senhor.
Salmo – Sl 1,1-2. 3. 4.6 (R. Cf. Jo 8,12)
R. Senhor, quem vos seguir, terá a luz da vida!
1 Feliz é todo aquele que não anda *
conforme os conselhos dos perversos;
que não entra no caminho dos malvados, *
nem junto aos zombadores vai sentar-se;
2 mas encontra seu prazer na lei de Deus *
e a medita, dia e noite, sem cessar. R.
3 Eis que ele é semelhante a uma árvore *
que à beira da torrente está plantada;
ela sempre dá seus frutos a seu tempo, +
e jamais as suas folhas vão murchar. *
Eis que tudo o que ele faz vai prosperar, R.
4 mas bem outra é a sorte dos perversos. +
Ao contrário, são iguais à palha seca *
espalhada e dispersada pelo vento.
6 Pois Deus vigia o caminho dos eleitos, *
mas a estrada dos malvados leva à morte.R.
Evangelho – Lc 11,42-46
Aí de vós, fariseus;
ai de vós também, mestres da Lei.
+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas 11,42-46:
Naquele tempo, disse o Senhor:
42 Aí de vós, fariseus, porque pagais o dízimo da hortelã,
da arruda e de todas as outras ervas,
mas deixais de lado a justiça e o amor de Deus.
Vós deveríeis praticar isso, sem deixar de lado aquilo.
43 Aí de vós, fariseus,
porque gostais do lugar de honra nas sinagogas,
e de serdes cumprimentados nas praças públicas.
44 Aí de vós, porque sois como túmulos que não se vêem,
sobre os quais os homens andam sem saber.’
45 Um mestre da Lei tomou a palavra e disse:
‘Mestre, falando assim, insultas-nos também a nós!’
46 Jesus respondeu:
‘Ai de vós também, mestres da Lei,
porque colocais sobre os homens cargas insuportáveis,
e vós mesmos não tocais nessas cargas,
nem com um só dedo.
Palavra da Salvação.
Comentário do dia
Beato John Henry Newman (1801-1890)
teólogo, fundador do Oratório em Inglaterra
Sermão «Ceremonies of the Church»
A tradição e a vontade de Deus
Pouco importa como aprendemos a conhecer a vontade de Deus – seja através da Escritura, seja através da tradição apostólica, ou daquilo a que São Paulo chama a «natureza» (cf Rm 1,20) –, desde que estejamos certos de que essa é mesmo a sua vontade. Na realidade, Deus revela-nos o conteúdo da fé por inspiração, porque a fé é de ordem sobrenatural; mas revela-nos as questões práticas do dever moral pela nossa própria consciência e pela razão divinamente guiada.
As questões puramente formais, revela-no-las através da tradição da Igreja, pelo costume que nos leva a pô-las em prática, embora o costume não venha na Escritura; isto para responder à pergunta que podemos fazer a nós próprios: «Para que havemos de observar ritos e formas que a Escritura não prescreve?» A Escritura transmite-nos aquilo em que é necessário acreditar, aquilo para que devemos tender, o que devemos manter. Mas não estabelece a forma concreta de o fazer.
Ora, uma vez que não só podemos praticar aquelas coisas de uma forma precisa, somos forçados a acrescentar alguma coisa àquilo que nos diz a Escritura. Por exemplo, ela recomenda-nos que nos reunamos para a oração e associa a sua eficácia […] à união dos corações. Mas, como não indica o momento nem o local da oração, a Igreja tem de completar o que a Escritura se contentou em prescrever de forma genérica. […]
Podemos dizer que a Bíblia nos dá o espírito da nossa religião, e que a Igreja tem de organizar o corpo em que o espírito encarna. […] A religião não existe de forma abstrata. […] As pessoas que tentam adorar a Deus duma forma (dizem elas) «puramente espiritual» acabam por, de fato, não O adorar de todo. […] Portanto, a Escritura dá-nos o espírito e a Igreja, o corpo da nossa devoção. E, assim como não podemos ver o espírito dum homem sem ser por intermédio do seu corpo, assim também não podemos compreender o objeto da nossa fé sem a sua forma exterior.
Neste mês de outubro, com o Papa e toda a Igreja, rezemos na seguinte intenção
Pela evangelização: A missão dos consagrados
Para que os consagrados e as consagradas reavivem o seu fervor missionário e estejam presentes entre os pobres, os marginalizados e aqueles que não têm voz.