A perseguição – Pe. Raul Kestring

Certo dia, fazendo minha meditação, providencialmente chegou-me às mãos um pequeno texto de santo Ambrósio (340-397), bispo de Milão, no século quarto da era cristã. Com sua experiência como discípulo missionário de Jesus, comentava ele um versículo do livro bíblico Cântico dos Cânticos: «Encontrei-o e já não o deixarei» (Ct 3,4).

Nesse escrito, afirma o santo bispo: “Se queres encontrar a Cristo, procura-O continuamente, sem temeres a fadiga. Muitas vezes, é entre suplícios e sob a mão dos perseguidores que melhor se encontra a Cristo. […] Instantes depois de teres escapado às mãos dos perseguidores, Cristo virá ao teu encontro, a fim de não sucumbires aos poderes do mundo e para evitar que a tua provação se prolongue”.

Impressionou-me deveras o sentido cristão de acolhida, humildade, crescimento, que Ambrósio agregava a perseguição.

Quando é que o discípulo de Jesus é perseguido? Certamente não só no momento em que é levado aos tribunais e condenado por causa do seu testemunho de fé. Através de um pequeno exemplo, pode-se entender um pouco mais essa perspectiva.

Há pouco tempo, morreu um amigo meu que empenhara totalmente a sua vida numa comunidade eclesial. No seu testamento, deixara escrito a observação: “Fui perseguido terrivelmente”. Conhecendo um pouco a vida e o trabalho dele, entendi que, em diversas ocasiões, se sentira incompreendido, caluniado, rejeitado, ofendido. E sua reação diante disso não fora a vingança ou a vitimização. Nos inúmeros contatos pessoais que eu tive com ele, nada percebi de amargura, ódio, desalento. Estampava sempre alegria e até atitudes, comentários, de cunho humorístico, trazendo leveza à convivência. Ele se inspirava exatamente no sentido cristão desses obstáculos.

Pois a perseguição leva a “melhor encontrar Cristo” – afirma Ambrósio! É por isso que o próprio Jesus declara “felizes” os perseguidos. Embora o Mestre acrescente: “Por causa de mim” (Mt 10,22). Não por hipocrisia, contratestemunho, incoerência! Por causa do “Nome” de Jesus!

Com a graça do Espírito Santo, portanto, saibamos aproveitar as experiências de perseguição para conquistarmos a felicidade verdadeira, aquela trazida por Jesus! Esta, não se espera somente depois da morte. Como os apóstolos diante dos maus-tratos do Sinédrio de Jerusalém (Cf. At 5,41), sejamos também nós contentes por havermos sido considerados dignos de ser humilhados por causa do Nome do Senhor! Teremos ainda, assim, forças para amar os inimigos, como nos recomendou também nosso Senhor e Mestre!

Pe. Raul Kestring

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