Leituras Bíblicas
Dia 23 de junho de 2011
Ano da Liturgia, especialmente da Eucaristia
– Tema: “Eucaristia, fonte e cume da vida emissão da Igreja”
– Lema: Seus olhos se abriram, e eles o reconheceram” (Lc 24,31)
5ª feira – SSMO CORPO E SANGUE DE CRISTO – solenidade
Livro de Deuteronômio 8,2-3.14b-16a:
Recorda-te de todo esse caminho que o Senhor, teu Deus, te fez percorrer durante quarenta anos pelo deserto, a fim de te humilhar, para te experimentar, para conhecer o teu coração e ver se guardarias ou não os seus mandamentos.
Ele te humilhou e fez passar fome; depois, alimentou-te com esse maná, que nem tu nem teus pais conhecíeis, para te ensinar que nem só de pão vive o homem; de tudo o que sai da boca do Senhor é que o homem viverá.
Então, o teu coração se tornaria soberbo e tu esquecerias o Senhor, teu Deus, que te tirou da terra do Egito, da casa de servidão.
Foi Ele quem te conduziu através desse deserto grande e temível, de serpentes venenosas e escorpiões, lugar árido, onde não há água. Foi Ele quem fez jorrar, para ti, água do rochedo duro.
Foi Ele quem te alimentou neste deserto com um maná desconhecido dos teus pais, para te humilhar, para te pôr à prova e, no futuro, te tornar feliz.
Livro de Salmos 147,12-13.14-15.19-20:
Glorifica, Jerusalém, o Senhor; louva, Sião, o teu Deus.
Ele reforçou os ferrolhos das tuas portas e abençoou os teus filhos dentro de ti;
Ele estabeleceu a paz nas tuas fronteiras e saciou-te com a flor do trigo.
Ele manda as suas ordens à terra, e a sua palavra corre velozmente;
Ele revela os seus planos a Jacó, os seus preceitos e as suas sentenças a Israel.
Não fez assim com nenhum outro povo, não lhes deu a conhecer os seus mandamentos.
1ª Carta aos Coríntios 10,16-17:
O cálice de bênção, que abençoamos, não é comunhão com o sangue de Cristo? O pão que partimos não é comunhão com o corpo de Cristo?
Uma vez que há um único pão, nós, embora muitos, somos um só corpo, porque todos participamos desse único pão.
Evangelho segundo S. João 6,51-58:
Eu sou o pão vivo, o que desceu do Céu: se alguém comer deste pão, viverá eternamente; e o pão que Eu hei de dar é a minha carne, pela vida do mundo.»
Então, os judeus, exaltados, puseram-se a discutir entre si, dizendo: «Como pode Ele dar-nos a sua carne a comer?!»
Disse-lhes Jesus: «Em verdade, em verdade vos digo: se não comerdes mesmo a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós.
Quem realmente come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna e Eu hei de ressuscitá-lo no último dia,
porque a minha carne é uma verdadeira comida e o meu sangue, uma verdadeira bebida.
Quem realmente come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e Eu nele.
Assim como o Pai que me enviou vive e Eu vivo pelo Pai, também quem de verdade me come viverá por mim.
Este é o pão que desceu do Céu; não é como aquele que os antepassados comeram, pois eles morreram; quem come mesmo deste pão viverá eternamente.»
Comentário ao Evangelho do dia feito por
Papa Bento XVI
Homilia, celebração eucarística da 20ª Jornada Mundial da Juventude, 21/08/05
«A Minha carne é uma verdadeira comida e o Meu sangue uma verdadeira bebida»
«Isto é o Meu Corpo dado em sacrifício por vós. Isto é o cálice da Nova Aliança no Meu Sangue». […] O que está a acontecer? Como pode Jesus dar o Seu Corpo e o Seu Sangue? Ao fazer do pão o Seu Corpo e do vinho o Seu Sangue, Ele antecipa à Sua morte, aceita-a no Seu íntimo e transforma-a num gesto de amor. Aquilo que, visto do exterior, é violência brutal [a crucifixão], torna-se, visto do interior, num gesto de amor que se doa totalmente. Foi esta a transformação substancial que se realizou no cenáculo e que estava destinada a suscitar um processo de transformações cuja finalidade última é a transformação do mundo, até chegar à condição em que Deus será tudo em todos (cf 1Cor 15,28).
Desde sempre que todos os homens, de alguma forma, aguardam no seu coração uma mudança, uma transformação do mundo. Pois este é o único ato central de transformação capaz de renovar verdadeiramente o mundo: a violência transforma-se em amor e, por conseguinte, a morte em vida. E, porque este ato transforma a morte em vida, a morte, como tal, já está superada a partir do seu interior, nela já está presente a ressurreição. A morte está, por assim dizer, ferida intimamente, de modo que jamais poderá ser ela a última palavra. […]
Esta primeira e fundamental transformação da violência em amor, da morte em vida, arrasta depois consigo as outras transformações. O pão e o vinho tornam-se no Seu Corpo e no Seu Sangue. Mas a transformação não deve deter-se neste ponto, antes, é aqui que deve começar plenamente. O Corpo e o Sangue de Cristo são-nos dados para que nós mesmos, por nossa vez, sejamos transformados. Nós próprios devemos tornar-nos Corpo de Cristo, seus consanguíneos. Todos comemos o único Pão, mas isto significa que entre nós nos tornamos uma só coisa. A adoração, dissemos, torna-se assim união. Deus já não está só diante de nós como o Totalmente Outro. Está dentro de nós, e nós estamos n’Ele. A Sua dinâmica penetra-nos e, a partir de nós, deseja propagar-se aos outros e difundir-se em todo o mundo, para que o Seu amor Se torne realmente a medida dominante do mundo.
Com o Papa e toda a Igreja rezemos, neste mês de junho, pelas Intenções do Apostolado da Oração
Geral: Para que os sacerdotes, unidos ao Coração de Cristo, sejam sempre verdadeiras testemunhas do amor atento e misericordioso de Deus.
Missionária: Para que o Espírito Santo faça surgir em nossas comunidades numerosas vocações missionárias, dispostas a consagrar-se plenamente à difusão do Reino de Deus.