“Não basta o esforço de autopreservação,
mas uma atitude constante de ‘saída’”
Pede o Papa Francisco
Pe. Alcimir José Pillotto
O Papa Francisco convida toda Igreja para um Mês Missionário Extraordinário (MME), em outubro de 2019, por ocasião do centenário da promulgação da Carta Apostólica Maximum Illud, com a qual Bento XV quis dar novo impulso à responsabilidade missionária de anunciar o Evangelho. A proclamação do Mês Missionário Extraordinário tem como objetivo despertar a consciência da missão ad gentes (missão aos povos) e retomar com novo impulso a transformação missionária da vida e da pastoral, de modo que todos os fiéis tenham verdadeiramente a peito o anúncio do Evangelho e a transformação das suas comunidades em realidades missionárias e evangelizadoras (cf EG 268). Para tal, o Papa pede na sua carta ampla sensibilização das Igrejas Particulares, dos Institutos de Vida consagrada e das Sociedades de Vida Apostólica, bem como das associações, movimentos, comunidade e outras realidades eclesiais: “Que o Mês Missionário Extraordinário se torne uma ocasião de graça intensa e fecunda para promover iniciativas e intensificar de modo particular a oração – alma de toda a missão -, o anúncio do Evangelho, a reflexão bíblica e teológica sobre a missão, as obras de caridade cristã e as ações concretas de colaboração e solidariedade entre as Igrejas, de modo que se desperte e jamais nos seja roubado o entusiasmo missionário”.
O Santo Padre Francisco conclama todas as comunidades para que se esforcem por atuar os meios necessários para avançar no caminho duma conversão pastoral e missionária, que não pode deixar as coisas como estão: “Neste momento, não nos serve uma ‘simples administração’. Constituamo-nos em ‘estado permanente de missão’, em todas as regiões da terra”. Não basta o esforço da autopreservação, mas uma atitude constante de “saída”.
O Ano Missionário Extraordinário sirva: “de estímulo para superar a tentação frequente que se esconde por detrás de cada introversão eclesial, de todo o fechamento autorreferencial nas próprias fronteiras seguras, de qualquer forma de pessimismo pastoral, de toda a estéril nostalgia do passado. Para, em vez disso, nos abrirmos à jubilosa novidade do Evangelho”.
Portanto, a atividade missionária é a tarefa primária, o paradigma de toda a ação da Igreja e, por isso mesmo, seu maior desafio em todos os tempos. E o Papa nos exorta a um renovado empenho missionário, na convicção de que a missão rejuvenesce a Igreja, revigora a sua fé e identidade, dá-lhe novo entusiasmo e novas motivações. Como já afirmava o documento Evangelii Nuntiandi (Paulo VI, 1975), logo após o concílio Vaticano: “Evangelizar constitui, de fato, a graça e a vocação própria da Igreja, a sua mais profunda identidade. Ela existe para evangelizar” (EN 13).
Seja o Ano Missionário Extraordinário de 2019 muito especial também para nossa diocese; renove nosso vigor de discípulos missionários, considerando-nos todos enviados em missão, a partir do nosso batismo, em nossas famílias, comunidade e na sociedade em que vivemos. Estejamos sempre conscientes que nossa primeira razão de ser Igreja é evangelizar, em todos os ambientes em que vivemos. Acolhamos com alegria, desde já, o convite do Papa Francisco para o Mês Missionário Extraordinário de Outubro de 2019. (Dom Aloísio – Bispo de Santa Cruz do Sul – RS)
O TEMA: “Batizados e enviados: a Igreja de Cristo em missão no mundo”. Razão do tema: “Pôr a missão de Jesus no coração da Igreja, transformando- a em critério para medir a eficácia de suas estruturas, os resultados de seu trabalho, a fecundidade de seus ministros e a alegria que eles são capazes de suscitar. Porque sem alegria não se atrai ninguém”.
OBJETIVO: Reavivar a consciência batismal do Povo de Deus em relação a missão da Igreja; despertar a consciência da missão ad gentes; retornar com novo impulso a transformação missionária da vida e da pastoral.
SENSIBILIZAÇÃO: Haja “ampla sensibilização das Igreja particulares, dos Institutos de vida consagrada e Sociedades de vida apostólica, assim como associações, movimentos, comunidade e outras realidades eclesiais.
As cartas de motivação e convocação do papa Francisco e do Cardeal Filoni para o Mês Extraordinário indicam seis dimensões:
1. Encontro: Destacar a centralidade da pessoa e missão de Jesus Cristo. A missão nasce do encontro com Jesus que dá novo horizonte à vida (Doc. Ap. 29). O encontro com Jesus vivo em sua Igreja é pessoal: Eucaristia, Palavra de Deus, oração pessoal e comunitária.
2. Testemunho e vivências: Valorizar os padroeiros da missão, Santa Terezinha e São Francisco Xavier e o testemunho dos santos e santas, mártires da missão e confessores da fé, expressão das Igrejas dispersas em todo o mundo.
3. Formativa: Reflexão bíblica e teológica sobre a identidade missionária de todo povo de Deus, a partir da temática da Carta Apostólica Maximum Illud do Papa Bento XV. Recuperar a proposta de itinerário formativo do discípulo missionário descrito no Documento de Aparecida. Recuperar a evolução do conceito da missão ad gentes e elaborar fundamentação dos conceitos de missão programática e paradigmática.
4. Caridade missionária: Atenção aos povos da Amazônia legal, com suas realidades. Promover a coleta missionária e valorizar ações concretas de compromisso com os mais pobres. Promover visitas missionárias.
5. Conectar o MME com o Sínodo para Amazônia; envio ad gentes como sinal de acolhimento e fortalecimento das motivações do MME; através de um aplicativo, criar banco de dados dos missionários. Dar maior visibilidade e impulsionar os projetos Igrejas-Irmãs e Ad Gentes e as diversas experiências missionárias, destacando o testemunho de missionários (as) que atuam dentro e fora do Brasil.
6. Celebrativa: Propostas: Abertura nacional do MME no dia 1/10/2019 no Santuário Nacional de Aparecida e em cada Igreja Particular e comunidade paroquial como está sendo preparado em nossa diocese; valorizar o Dia Mundial das Missões com a vigília que antecede no dia 19/10/2019; incentivar a novena e o terço missionário; propor ligação com o mês vocacional, semana da família e bíblica.
A cruz missionária, um dos símbolos do Mês Missionário Extraordinário
A cruz missionária recorda a Páscoa de Jesus que ilumina nossa vida e missão.
1 A haste está em forma de espiral ascendente. Recorda o movimento característico da missão, da encarnação e da direção à Páscoa de Jesus, crucificado e ressuscitado, que ilumina e transforma a realidade.
2 Os cravos testemunham o martírio de Jesus na cruz.
3 As flores que brotam da cruz representam a vida nova que nasce da Páscoa de Jesus Cristo. Em meio a dor e sofrimento, Deus se manifesta e faz ressurgir a esperança e a alegria do Evangelho.
4 A inscrição IHS significa: Jesus, Filho de Deus, Salvador dos Homens.
5 Relíquia de Santa Nazária, fundadora de uma Congregação Missionária na Bolívia.