Para aqueles que ainda não conhecem o trabalho da Pastoral da Sobriedade, ela vem atender a uma necessidade atual e emergente de situações de sofrimento e conflito voltados, aos inúmeros casos de pessoas que buscam resolução e conforto para os males das drogas que cercam familiares e dependentes.
A PS vem apresentar o amor gratuito de Deus aos excluídos como sendo os preferidos, como aqueles que mais merecem atenção. Por esta razão é, sobretudo, uma Pastoral firmada com muita coragem, pois vai em busca da ovelha desgarrada e busca resgatá-la convidando a viver um novo caminho, de fé para uma vida plena e sóbria.
Contudo, devemos considerar que a família atual carece de uma estrutura maior pautada no conhecimento sobre as drogas e de saber que papel deve desempenhar. Vários fatores contribuíram para estarmos hoje vivendo esse flagelo das drogas e é preciso dar-se as mãos para caminharmos juntos: Igreja, família, comunidades, escolas, além dos órgãos sociais.
Como falou o Papa João Paulo: “A droga é um mal e ao mal não se dá trégua”. Partindo desse princípio, é possível atuar na prevenção, na repressão e redução de danos e reabilitação, como pontos centrais apoiados pela Igreja.
Para termos uma idéia dessa realidade, o negócio do tráfico é extremamente rentável, e muitos representantes políticos preferem fechar os olhos a essa questão. Obviamente esses ganhos se estendem a uma determinada camada da sociedade que procura não consumir, pois de fato sabe que a droga reduz suas vítimas à destruição da própria personalidade. Ou seja, o usuário vem a ser um mero consumidor com vida útil, assim como os produtos que encontramos em lojas de artigos baratos.
É preciso refletir aqui que estão em questão também as drogas legais, que declaradamente realizam investimentos exorbitantes para tornar um consumidor potencial por vários anos, até provocar a sua morte. Curiosamente, declara que esse investimento gera alguns mil empregos diretos na sua industrialização, além de impostos pagos. Se ampliarmos a lente, conseguiremos ver quem realmente ganha com isso.
A PS nos convida a perceber que a questão das drogas é muito mais comprometedora do que imaginamos, pois estamos lidando com um mal que foi divulgado como prazeroso, que adentrou em nossas casas através da mídia, estimulando um desejo – sempre faltante – de bem estar. Como se não fosse suficiente, novos produtos químicos são produzidos para auxiliar no combate às doenças, mas que ilegalmente utilizados ou ainda inacabados, desenvolvem níveis piores de dependência.
Temos um grande desafio pela frente que é promover a vida e vimos aqui ressaltar a importância de cada um nessa luta contra as drogas. A nossa principal arma é o amor ao próximo, mas o nosso escudo é o entendimento dos perigos que nos cercam.
Com grande alegria participamos deste projeto de vida e convidamos todos a participar, a ajudar a recuperar a força para lidar com tamanha dificuldade. Vamos juntos reagir contra o sentimento de abandono. Na nossa diocese realizamos grupos de auto-ajuda semanalmente. Procure, informe-se. Estamos lhe aguardando.
Texto: Malena Andrade, psicóloga, assessora da Pastoral da Sobriedade da Diocese de Blumenau