Evangelho deste domingo: pescadores de homens

Por Pe. Pedro García, missionário claretiano

 Apresentamos a meditação escrita pelo Pe. Pedro García, missionário claretiano, conhecido evangelizador na América Central, sobre o evangelho deste domingo (Lc 5, 1-11), 5º do Tempo Comum.

 

* * *

Poucas cenas do Evangelho serão hoje tão lidas, comentadas, cantadas ou pintadas como aquela às margens do lago. Porque é muito o que ela inspira. Quem não conhece o incansável cântico “Tu te abeiraste na praia…”? Lucas nos conta o fato com pinceladas de mestre.

Jesus, diante da impossibilidade de falar às pessoas que se amontoavam em volta dele, tem de subir em uma barca, para doutrinar dela a multidão. E, acabada a instrução, pede de Pedro:

– Avance para águas mais profundas, e lancem suas redes para a pesca.

Pedro e seus companheiros conhecem muito bem o lago e sabem que é inútil querer pescar hoje. Por isso, ele responde a Jesus:

– Mestre, nós trabalhamos a noite inteira e nada pescamos. Mas, em atenção à sua palavra, vou lançar as redes.

Jogam as redes na água e os pescadores começam imediatamente a fazer esforços enormes para segurá-las e empurrá-las para a barca, pois quase se rompiam com tanto peso. Estavam tão carregadas, que eles gritam aos colegas da outra barca:

– Ei,Tiago! Ei, João!… Venham nos dar uma mão, porque não conseguimos com tantos peixes!

Enchem as duas barcas até não poderem mais, de forma que quase afundam e, com esforço, chegam sãos e salvos até a margem. São pessoas do lago, que conhecem seu trabalho e não conseguem sair do seu assombro. Jesus sorri para eles, anima-os e lhes promete:

– Vamos, não tenham medo! A partir de hoje, vocês serão pescadores de homens. Venham comigo!

Eles deixam as redes. Tiago e João se despedem do seu pai e dos pescadores. E, sem pensar mais, lançam-se no seguimento de Jesus, assim como Pedro e André, para não abandoná-lo nunca mais. Serão os apóstolos mais fiéis e os mais queridos de Jesus.

Há um detalhe que Lucas faz questão de destacar: a barca é de Pedro, os outros são chamados a aliviar a barca de Pedro com a mesma pesca; e seguirão o mesmo chamado que Jesus dirige antes de tudo a Pedro:

– Você será pescador de homens.

Não ver nisso a intenção de Lucas de sublinhar a primazia de Pedro – e do seu sucessor, o Papa – é querer fechar voluntariamente os olhos.

Jesus nos fala aqui mais com gestos que com palavras. Usa uma linguagem que todos nós entendemos.

O que são nossos pastores!

E o que somos nós, que ouvimos a palavra de Jesus e o seguimos!

E como lançamos as redes, quando trabalhamos pelos demais!

E os incontáveis irmãos que ganhamos para Cristo!…

A missão de pescar compromete, por convite expresso do Senhor, os pastores da Igreja, o Papa, os bispos e sacerdotes, os missionários e missionárias que levam o Evangelho a todos os lugares…

E nós, os leigos? O que corresponde a nós? Estamos privados, por nossa condição de leigos, da glória missionária da Igreja?… Oh! Não, mil vezes não!

Nós estamos chamados a ser, podemos ser, e somos se quisermos, apóstolos de primeira categoria. Em nosso lugar. Sem sair da nossa casa e sem deixar nem uma só das nossas obrigações.

Felizmente, hoje se despertou muito viva entre nós a consciência de que Jesus Cristo convida todos os batizados a responsabilizar-se da Igreja, cada um do seu lugar.

Somos conscientes de que a salvação dos homens, realizada e merecida por Jesus Cristo com seu sacrifício redentor na cruz, depende, em sua aplicação, de nós, os batizados, que prestamos nossa colaboração para Jesus Cristo, o Senhor. Para isso, ainda que tenhamos iniciativa própria, nós nos colocamos à disposição dos pastores da Igreja – do Papa até o nosso pároco – para trabalhar com segurança plena, todos unidos, na obra do Salvador.

Jesus Cristo chama voluntários e hoje os encontra abundantes em sua Igreja.

O que importa é que sintamos um zelo abrasador pela salvação dos irmãos que precisam de nós.

Um zelo como o daquele grande bispo do Canadá. Quando contemplava a vida duríssima dos comerciantes de peles, exclamava enaltecido e triste ao mesmo tempo:

– Ah! No imenso país a mim confiado, nem um só rabo de lobo se perde. E deveriam perecer, cada dia, as almas que custaram o sangue de Jesus Cristo?… E eu hesitaria em sacrificar-me?… De jeito nenhum! (Dom Grandin)

Somos pescadores de homens e apóstolos quando não nos negamos a trabalhar pelo Reino, pela Igreja, onde quer que estivermos.

E se não chegamos a mais, nossa generosidade e nossa oração são os instrumentos mais fortes de um apostolado calado, mas fecundíssimo. O Papa Pio XI, conhecido como o “Papa das Missões”, dizia uma frase que se tornou famosa:

– Não nos é possível falar de Deus a todos os homens. Mas podemos falar de todos os homens a Deus.

Jesus Cristo chama voluntários. E nós sabemos responder-lhe “sim”. Que conte conosco. Que sonhamos com uma pesca imensa. Que Ele se sinta orgulhoso de todos aqueles que desejam fazer algo por Ele…

ZENIT, 05.02.2010 

 

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