Assim «renovas a face da terra» (Sl 103,30) – São Cirilo de Alexandria – LeituraS Bíblicas

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Leituras Bíblicas

“Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna” (Jo 6,68)!

Dia 31 de janeiro de 2010

4º Domingo do Tempo Comum

 

A Igreja celebra hoje: Santo João Bosco (1815-1888) – Leia sua vida clicando:http://www.paulinas.org.br/diafeliz/santo.aspx?Dia=31&Mes=1

Livro de Jeremias (1,4-5.17-19):

A palavra do Senhor foi-me dirigida nestes termos:
«Antes de te haver formado no ventre materno, Eu já te conhecia; antes que saísses do seio de tua mãe, Eu te consagrei e te constituí profeta das nações.»
Tu, porém, cinge os teus rins, levanta-te e diz-lhes tudo o que Eu te ordenar. Não temas diante deles; se não, serei Eu a fazer-te temer na sua presença. E eis que hoje te estabeleço como cidade fortificada, como coluna de ferro e muralha de bronze, diante de todo este país, dos reis de Judá e de seus chefes, dos sacerdotes e do povo da terra.
Far-te-ão guerra, mas não hão de vencer, porque Eu estou contigo para te salvar» – oráculo do Senhor.

Livro de Salmos [71(70),1-2.3-4.5-6.15.17]:

Em ti, SENHOR, me refugio, jamais serei confundido.
Pela tua justiça, livra-me e protege-me; inclina para mim os teus ouvidos e salva-me.
Sê a minha proteção e o refúgio onde me acolho. Tu prometeste salvar-me, pois és o meu rochedo e a minha fortaleza.
Meu Deus, livra me das mãos do ímpio, das mãos do opressor e do violento.
Tu és a minha esperança, ó Senhor DEUS, e a minha confiança desde a juventude.
Em ti me apoio desde o seio materno, desde o ventre materno és o meu protetor; és o objeto contínuo do meu pensamento.
A minha boca proclamará a tua justiça, e todo o dia anunciarei a tua salvação, sabendo bem que ela é sem medida.
Instruíste me, ó Deus, desde a minha juventude e até hoje anunciei sempre as tuas maravilhas.

1ª Carta aos Coríntios (12,31.13,1-13):

Aspirai, porém, aos melhores dons. Aliás, vou mostrar-vos um caminho que ultrapassa todos os outros.
Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, sou como um bronze que soa ou um címbalo que retine.
Ainda que eu tenha o dom da profecia e conheça todos os mistérios e toda a ciência, ainda que eu tenha tão grande fé que transporte montanhas, se não tiver amor, nada sou.
Ainda que eu distribua todos os meus bens e entregue o meu corpo para ser queimado, se não tiver amor, de nada me aproveita.
O amor é paciente, o amor é prestável, não é invejoso, não é arrogante nem orgulhoso,
nada faz de inconveniente, não procura o seu próprio interesse, não se irrita nem guarda ressentimento.
Não se alegra com a injustiça, mas rejubila com a verdade.
Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
O amor jamais passará. As profecias terão o seu fim, o dom das línguas terminará e a ciência vai ser inútil.
Pois o nosso conhecimento é imperfeito e também imperfeita é a nossa profecia.
Mas, quando vier o que é perfeito, o que é imperfeito desaparecerá.
Quando eu era criança, falava como criança, pensava como criança, raciocinava como criança. Mas, quando me tornei homem, deixei o que era próprio de criança.
Agora, vemos como num espelho, de maneira confusa; depois, veremos face a face. Agora, conheço de modo imperfeito; depois, conhecerei como sou conhecido.
Agora permanecem estas três coisas: a fé, a esperança e o amor; mas a maior de todas é o amor.

Evangelho segundo S. Lucas (4,21-30):

 Começou, então, a dizer-lhes: «Cumpriu-se hoje esta passagem da Escritura, que acabais de ouvir.»
Todos davam testemunho em seu favor e se admiravam com as palavras repletas de graça que saíam da sua boca. Diziam: «Não é este o filho de José?»
Disse-lhes, então: «Certamente, ides citar-me o provérbio: ‘Médico, cura-te a ti mesmo.’ Tudo o que ouvimos dizer que fizeste em Cafarnaúm, fá-lo também aqui na tua terra.»
Acrescentou, depois: «Em verdade vos digo: Nenhum profeta é bem recebido na sua pátria.
Posso assegurar-vos, também, que havia muitas viúvas em Israel no tempo de Elias, quando o céu se fechou durante três anos e seis meses e houve uma grande fome em toda a terra;
contudo, Elias não foi enviado a nenhuma delas, mas sim a uma viúva que vivia em Sarepta de Sídon.
Havia muitos leprosos em Israel, no tempo do profeta Eliseu, mas nenhum deles foi purificado senão o sírio Naaman.»
Ao ouvirem estas palavras, todos, na sinagoga, se encheram de furor.
E, erguendo-se, lançaram-no fora da cidade e levaram-no ao cimo do monte sobre o qual a cidade estava edificada, a fim de o precipitarem dali abaixo.
Mas, passando pelo meio deles, Jesus seguiu-o seu caminho.

Comentário ao Evangelho do dia feito por
São Cirilo de Alexandria (380-444), Bispo e Doutor da Igreja
Sobre o Profeta Isaías, 5, 5; PG 70, 1352-1353 (a partir da trad. de Delhougne, Les Pères commentent, p. 394)

Assim «renovas a face da terra» (Sl 103,30)

Cristo quis trazer a si o mundo inteiro e conduzir a Deus Pai todos os habitantes da terra. Quis restabelecer todas as coisas num estado melhor e renovar, por assim dizer, a face da terra. Eis por que, mesmo sendo o Senhor do Universo, tomou «a condição de servo» (Fl 2,7). Por isso, anunciou a Boa Nova aos pobres, afirmando que tinha sido enviado com esse objetivo (Lc 4,18).

Os pobres, ou antes, as pessoas que podemos considerar como pobres, são as que sofrem por se verem privadas de todo o bem, as «sem esperança e sem Deus no mundo» (Ef 2,12), como diz a Escritura. São, parece-nos, as pessoas vindas do paganismo e que, enriquecidas pela fé em Cristo, beneficiaram-se deste tesouro divino: a proclamação que trouxe a salvação. Por ela, tornaram-se participantes do Reino dos céus e concidadãos dos santos, herdeiros das realidades que o homem não pode compreender nem exprimir – daquilo que, segundo o apóstolo Paulo, «os olhos não viram, os ouvidos não ouviram, o coração do homem não pressentiu, isso Deus preparou para aqueles que O amam» (1Cor 2,9). […]

Também os descendentes de Israel tinham o coração ferido, eram pobres e como que prisioneiros, estavam cheios de trevas. […] Cristo veio anunciar os benefícios da sua vinda precisamente aos descendentes de Israel, antes dos outros, e ao mesmo tempo proclamar o ano da graça do Senhor (Lc 4,19) e o dia da recompensa.

 

 

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