Domingo, 2 de Abril de 2023
DOMINGO DE RAMOS E DA PAIXÃO DO SENHOR, Ano A
Leituras:
Is 50,4-7
Sl 21(22),8-9.17-18a.19-20.23-24 (R. 2a)
Fl 2,6-11 ou mais breve 26,11-54
Mt 26,14-27,66
Procissão de Ramos
EVANGELHO
Bendito o que vem em nome do Senhor.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 21,1-11:
Naquele tempo,
1
Jesus e seus discípulos aproximaram-se de Jerusalém
e chegaram a Betfagé, no monte das Oliveiras.
Então Jesus enviou dois discípulos,
2
dizendo-lhes: “Ide até o povoado que está ali na frente,
e logo encontrareis uma jumenta amarrada,
e com ela um jumentinho.
Desamarrai-a e trazei-os a mim!
3
Se alguém vos disser alguma coisa, direis:
‘O Senhor precisa deles, mas logo os devolverá'”.
4
Isso aconteceu para se cumprir
o que foi dito pelo profeta:
5
“Dizei à filha de Sião: Eis que o teu rei vem a ti,
manso e montado num jumento,
num jumentinho, num potro de jumenta”.
6
Então os discípulos foram
e fizeram como Jesus lhes havia mandado.
7
Trouxeram a jumenta e o jumentinho
e puseram sobre eles suas vestes, e Jesus montou.
8
A numerosa multidão estendeu suas vestes pelo caminho,
enquanto outros cortavam ramos das árvores,
e os espalhavam pelo caminho.
9
As multidões que iam na frente de Jesus
e os que o seguiam, gritavam:
“Hosana ao Filho de Davi!
Bendito o que vem em nome do Senhor!
Hosana no mais alto dos céus!”
10
Quando Jesus entrou em Jerusalém
a cidade inteira se agitou, e diziam:
“Quem é este homem?”
11
E as multidões respondiam:
“Este é o profeta Jesus, de Nazaré da Galileia”.
Palavra da Salvação.
Missa
PRIMEIRA LEITURA
Não desviei meu rosto das bofetadas e cusparadas; sei que não serei humilhado.
Leitura do Livro do Profeta Isaías 50,4-7
4
O Senhor Deus deu-me língua adestrada,
para que eu saiba dizer
palavras de conforto à pessoa abatida;
ele me desperta cada manhã e me excita o ouvido,
para prestar atenção como um discípulo.
5
O Senhor abriu-me os ouvidos;
não lhe resisti nem voltei atrás.
6
Ofereci as costas para me baterem
e as faces para me arrancarem a barba;
não desviei o rosto de bofetões e cusparadas.
7
Mas o Senhor Deus é meu Auxiliador,
por isso não me deixei abater o ânimo,
conservei o rosto impassível como pedra,
porque sei que não sairei humilhado.
Palavra do Senhor.
Salmo responsorial
Sl 21(22),8-9.17-18a.19-20.23-24 (R. 2a)
R. Meu Deus, meu Deus, por que me abandonastes?
8
Riem de mim todos aqueles que me veem, *
torcem os lábios e sacodem a cabeça:
9
“Ao Senhor se confiou, ele o liberte *
e agora o salve, se é verdade que ele o ama!” R.
17
Cães numerosos me rodeiam furiosos, *
e por um bando de malvados fui cercado.
Transpassaram minhas mãos e os meus pés *
18a
e eu posso contar todos os meus ossos. * R.
19
Eles repartem entre si as minhas vestes *
e sorteiam entre si a minha túnica.
20
Vós, porém, ó meu Senhor, não fiqueis longe, *
ó minha força, vinde logo em meu socorro! R.
23
Anunciarei o vosso nome a meus irmãos *
e no meio da assembleia hei de louvar-vos!
24
Vós que temeis ao Senhor Deus, dai-lhe louvores, †
glorificai-o, descendentes de Jacó, *
e respeitai-o, toda a raça de Israel! R.
SEGUNDA LEITURA
Humilhou-se a si mesmo; por isso, Deus o exaltou acima de tudo.
Leitura da Carta de São Paulo aos Filipenses 2,6-11
6
Jesus Cristo, existindo em condição divina,
não fez do ser igual a Deus uma usurpação,
7
mas ele esvaziou-se a si mesmo,
assumindo a condição de escravo
e tornando-se igual aos homens.
Encontrado com aspecto humano,
8
humilhou-se a si mesmo,
fazendo-se obediente até a morte, e morte de cruz.
9
Por isso, Deus o exaltou acima de tudo
e lhe deu o Nome que está acima de todo nome.
10
Assim, ao nome de Jesus,
todo joelho se dobre no céu,
na terra e abaixo da terra,
e toda língua proclame:
“Jesus Cristo é o Senhor”, para a glória de Deus Pai.
Palavra do Senhor.
Aclamação ao Evangelho
Fl 2,8-9
R. Glória e louvor a vós, ó Cristo.
V. Jesus Cristo se tornou obediente,
obediente até a morte numa cruz.
Pelo que o Senhor Deus o exaltou
e deu-lhe um nome muito acima de outro nome.
EVANGELHO (mais longo)
Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo Mateus 26,14-27,66:
O que me dareis se vos entregar Jesus?
Naquele tempo,
14
Um dos doze discípulos, chamado Judas Iscariotes,
foi ter com os sumos sacerdotes
15
e disse: “O que me dareis se vos entregar Jesus?”
Combinaram, então, trinta moedas de prata.
16
E daí em diante, Judas procurava uma oportunidade
para entregar Jesus.
Onde queres que façamos os preparativos para comer a Páscoa?
17
No primeiro dia da festa dos ázimos,
os discípulos aproximaram-se de Jesus
e perguntaram:
“Onde queres que façamos os preparativos
para comer a Páscoa?”
18
Jesus respondeu: “Ide à cidade,
procurai certo homem e dizei-lhe:
‘O Mestre manda dizer: o meu tempo está próximo,
vou celebrar a Páscoa em tua casa,
junto com meus discípulos'”.
19
Os discípulos fizeram como Jesus mandou
e prepararam a Páscoa.
Um de vós vai me trair.
20
Ao cair da tarde, Jesus pôs-se à mesa
com os doze discípulos.
21
Enquanto comiam, Jesus disse:
“Em verdade eu vos digo, um de vós vai me trair”.
22
Eles ficaram muito tristes
e, um por um, começaram a lhe perguntar:
“Senhor, será que sou eu?”
23
Jesus respondeu:
“Quem vai me trair é aquele
que comigo põe a mão no prato.
24
O Filho do Homem vai morrer,
conforme diz a Escritura a respeito dele.
Contudo, ai daquele que trair o Filho do Homem!
Seria melhor que nunca tivesse nascido!”
25
Então Judas, o traidor, perguntou:
“Mestre, serei eu?”
Jesus lhe respondeu: “Tu o dizes”.
Isto é o meu corpo. Isto é o meu sangue.
26
Enquanto comiam, Jesus tomou um pão
e, tendo pronunciado a bênção,
partiu-o, distribuiu-o aos discípulos,
e disse: “Tomai e comei, isto é o meu corpo”.
27
Em seguida, tomou um cálice,
deu graças e entregou-lhes, dizendo:
“Bebei dele todos.
28
Pois isto é o meu sangue, o sangue da aliança,
que é derramado em favor de muitos,
para remissão dos pecados.
29
Eu vos digo: de hoje em diante
não beberei deste fruto da videira,
até ao dia em que, convosco, beberei o vinho novo
no Reino do meu Pai”.
30
Depois de terem cantado salmos,
foram para o monte das Oliveiras.
Ferirei o pastor e as ovelhas do rebanho se dispersarão.
31
Então Jesus disse aos discípulos:
“Esta noite,
vós ficareis decepcionados por minha causa.
Pois assim diz a Escritura: ‘Ferirei o pastor
e as ovelhas do rebanho se dispersarão’.
32
Mas, depois de ressuscitar,
eu irei à vossa frente para a Galileia”.
33
Disse Pedro a Jesus:
“Ainda que todos fiquem decepcionados por tua causa,
eu jamais ficarei”.
34
Jesus lhe declarou:
“Em verdade eu te digo, que, esta noite,
antes que o galo cante, tu me negarás três vezes”.
35
Pedro respondeu:
“Ainda que eu tenha de morrer contigo,
mesmo assim não te negarei”.
E todos os discípulos disseram a mesma coisa.
Começou a ficar triste e angustiado.
36
Então Jesus foi com eles a um lugar chamado Getsêmani,
e disse: “Sentai-vos aqui,
enquanto eu vou até ali para rezar!”
37
Jesus levou consigo Pedro e os dois filhos de Zebedeu,
e começou a ficar triste e angustiado.
38
Então Jesus lhes disse:
“Minha alma está triste até á morte.
Ficai aqui e vigiai comigo!”
39
Jesus foi um pouco mais adiante,
prostrou-se com o rosto por terra e rezou:
“Meu Pai, se é possível, afaste-se de mim este cálice.
Contudo, não seja feito como eu quero,
mas sim como tu queres”.
40
Voltando para junto dos discípulos,
Jesus encontrou-os dormindo, e disse a Pedro:
“Vós não fostes capazes de fazer
uma hora de vigília comigo?
41
Vigiai e rezai, para não cairdes em tentação;
pois o espírito está pronto, mas a carne é fraca”.
42
Jesus se afastou pela segunda vez e rezou:
“Meu Pai, se este cálice não pode passar
sem que eu o beba, seja feita a tua vontade!”
43
Ele voltou de novo e encontrou os discípulos dormindo,
porque seus olhos estavam pesados de sono.
44
Deixando-os, Jesus afastou-se e rezou pela terceira vez,
repetindo as mesmas palavras.
45
Então voltou para junto dos discípulos e disse:
“Agora podeis dormir e descansar.
Eis que chegou a hora
e o Filho do Homem é entregue nas mãos dos pecadores.
46
Levantai-vos! Vamos!
Aquele que me vai trair, já está chegando”.
Lançaram as mãos sobre Jesus e o prenderam.
47
Jesus ainda falava, quando veio Judas, um dos Doze,
com uma grande multidão armada de espadas e paus.
Vinham a mandado dos sumos sacerdotes
e dos anciãos do povo.
48
O traidor tinha combinado com eles um sinal, dizendo:
“Jesus é aquele que eu beijar; prendei-o!”
49
Judas, logo se aproximou de Jesus, dizendo:
“Salve, Mestre!” E beijou-o.
50
Jesus lhe disse:
“Amigo, a que vieste?”
Então os outros avançaram
lançaram as mãos sobre Jesus e o prenderam.
51
Nesse momento, um dos que estavam com Jesus
estendeu a mão, puxou a espada,
e feriu o servo do Sumo Sacerdote,
cortando-lhe a orelha.
52
Jesus, porém, lhe disse:
“Guarda a espada na bainha!
pois todos os que usam a espada pela espada morrerão.
53
Ou pensas que eu não poderia recorrer ao meu Pai
e ele me mandaria logo mais de doze legiões de anjos?
54
Então, como se cumpririam as Escrituras,
que dizem que isso deve acontecer?”
55
E, naquela hora, Jesus disse à multidão:
“Vós viestes com espadas e paus para me prender,
como se eu fosse um assaltante.
Todos os dias, no Templo, eu me sentava para ensinar,
e vós não me prendestes”.
56
Porém, tudo isto aconteceu
para se cumprir o que os profetas escreveram.
Então todos os discípulos, abandonando Jesus, fugiram.
Vereis o Filho do Homem sentado à direita do Todo-poderoso.
57
Aqueles que prenderam Jesus
levaram-no à casa do Sumo Sacerdote Caifás,
onde estavam reunidos os mestres da Lei e os anciãos.
58
Pedro seguiu Jesus de longe
até o pátio interno da casa do Sumo Sacerdote.
Entrou e sentou-se com os guardas
para ver como terminaria tudo aquilo.
59
Ora, os sumos sacerdotes e todo o Sinédrio
procuravam um falso testemunho contra Jesus,
a fim de condená-lo à morte.
60
E nada encontraram,
embora se apresentassem muitas falsas testemunhas.
Por fim, vieram duas testemunhas,
61
que afirmaram: “Este homem declarou:
‘posso destruir o Templo de Deus
e construí-lo de novo em três dias'”.
62
Então o Sumo Sacerdote levantou-se
e perguntou a Jesus: “Nada tens a responder
ao que estes testemunham contra ti?”
63
Jesus, porém, continuava calado.
E o Sumo Sacerdote lhe disse:
“Eu te conjuro pelo Deus vivo
que nos digas se tu és o Messias, o Filho de Deus”.
64
Jesus respondeu: “Tu o dizes.
Além disso, eu vos digo que de agora em diante
vereis o Filho do Homem
sentado à direita do Todo-poderoso,
vindo sobre as nuvens do céu”.
65
Então o sumo sacerdote rasgou suas vestes
e disse: “Blasfemou!
Que necessidade temos ainda de testemunhas?
Pois agora mesmo vós ouvistes a blasfêmia.
66
Que vos parece?”
Responderam: “É réu de morte!”
67
Então cuspiram no rosto de Jesus e o esbofetearam.
Outros lhe deram bordoadas,
68
dizendo: “Faze-nos uma profecia, Cristo,
quem foi que te bateu?”
Antes que o galo cante, tu me negarás três vezes.
69
Pedro estava sentado fora, no pátio.
Uma criada chegou perto dele e disse:
“Tu também estavas com Jesus, o Galileu!”
70
Mas ele negou diante de todos:
“Não sei o que tu estás dizendo”.
71
E saiu para a entrada do pátio.
Então uma outra criada viu Pedro
e disse aos que estavam ali:
“Este também estava com Jesus, o Nazareno”.
72
Pedro negou outra vez, jurando:
“Nem conheço esse homem!”
73
Pouco depois, os que estavam ali
aproximaram-se de Pedro e disseram:
“É claro que tu também és um deles,
pois o teu modo de falar te denuncia”.
74
Pedro começou a maldizer e a jurar, dizendo
que não conhecia esse homem!”
E nesse instante o galo cantou.
75
Pedro se lembrou do que Jesus tinha dito:
“Antes que o galo cante, tu me negarás três vezes”.
E saindo dali, chorou amargamente.
Entregaram Jesus a Pilatos, o governador.
27,1
De manhã cedo,
todos os sumos sacerdotes e os anciãos do povo
convocaram um conselho contra Jesus,
para condená-lo à morte.
2
Eles o amarraram, levaram-no
e o entregaram a Pilatos, o governador.
Não é lícito colocá-las no tesouro porque é preço de sangue.
3
Então Judas, o traidor,
ao ver que Jesus fora condenado, ficou arrependido
e foi devolver as trinta moedas de prata
aos sumos sacerdotes e aos anciãos,
4
dizendo:
“Pequei, entregando à morte um homem inocente”.
Eles responderam: “O que temos nós com isso?
O problema é teu”.
5
Judas jogou as moedas no santuário,
saiu e foi se enforcar.
6
Recolhendo as moedas, os sumos sacerdotes disseram:
“É contra a Lei colocá-las no tesouro do Templo,
porque é preço de sangue”.
7
Então discutiram em conselho
e compraram com elas o Campo do Oleiro,
para aí fazer o cemitério dos estrangeiros.
8
É por isso que aquele campo até hoje
é chamado de “Campo de Sangue”.
9
Assim se cumpriu o que tinha dito o profeta Jeremias:
“Eles pegaram as trinta moedas de prata
– preço do Precioso,
preço com que os filhos de Israel o avaliaram –
10
e as deram em troca do Campo do Oleiro,
conforme o Senhor me ordenou!”
Tu és o rei dos judeus?
11
Jesus foi posto diante do governador,
e este o interrogou:
“Tu és o rei dos judeus?”
Jesus declarou: “É como dizes”,
12
e nada respondeu, quando foi acusado
pelos sumos sacerdotes e anciãos.
13
Então Pilatos perguntou:
“Não estás ouvindo de quanta coisa eles te acusam?”
14
Mas Jesus não respondeu uma só palavra,
e o governador ficou muito impressionado.
15
Na festa da Páscoa,
o governador costumava soltar o prisioneiro
que a multidão quisesse.
16
Naquela ocasião, tinham um prisioneiro famoso,
chamado Barrabás.
17
Então Pilatos perguntou à multidão reunida:
“Quem vós quereis que eu solte:
Barrabás, ou Jesus, a quem chamam de Cristo?”
18
Pilatos bem sabia
que eles haviam entregado Jesus por inveja.
19
Enquanto Pilatos estava sentado no tribunal,
sua mulher mandou dizer a ele:
“Não te envolvas com esse justo! Porque esta noite,
em sonho, sofri muito por causa dele”.
20
Porém, os sumos sacerdotes e os anciãos
convenceram as multidões para que pedissem Barrabás
e que fizessem Jesus morrer.
21
O governador tornou a perguntar:
“Qual dos dois quereis que eu solte?”
Eles gritaram: “Barrabás”.
22
Pilatos perguntou: “Que farei com Jesus,
que chamam de Cristo?”
Todos gritaram: “Seja crucificado!”
23
Pilatos falou: “Mas, que mal ele fez?”
Eles, porém, gritaram com mais força:
“Seja crucificado!”
24
Pilatos viu que nada conseguia
e que poderia haver uma revolta.
Então mandou trazer água,
lavou as mãos diante da multidão, e disse:
“Eu não sou responsável pelo sangue deste homem.
Este é um problema vosso!”
25
O povo todo respondeu:
“Que o sangue dele caia sobre nós
e sobre os nossos filhos”.
26
Então Pilatos soltou Barrabás,
mandou flagelar Jesus,
e entregou-o para ser crucificado.
Salve, rei dos judeus!
27
Em seguida, os soldados de Pilatos
levaram Jesus ao palácio do governador,
e reuniram toda a tropa em volta dele.
28
Tiraram sua roupa e o vestiram com um manto vermelho;
29
depois teceram uma coroa de espinhos,
puseram a coroa em sua cabeça,
e uma vara em sua mão direita.
Então se ajoelharam diante de Jesus e zombaram,
dizendo: “Salve, rei dos judeus!”
30
Cuspiram nele
e, pegando uma vara, bateram na sua cabeça.
31
Depois de zombar dele,
tiraram-lhe o manto vermelho
e, de novo, o vestiram com suas próprias roupas.
Daí o levaram para crucificar.
Com ele também crucificaram dois ladrões.
32
Quando saíam, encontraram um homem chamado Simão,
da cidade de Cirene,
e o obrigaram a carregar a cruz de Jesus.
33
E chegaram a um lugar chamado Gólgota,
que quer dizer “lugar da caveira”.
34
Ali deram vinho misturado com fel para Jesus beber.
Ele provou, mas não quis beber.
35
Depois de o crucificarem,
fizeram um sorteio, repartindo entre si as suas vestes.
36
E ficaram ali sentados, montando guarda.
37
Acima da cabeça de Jesus
puseram o motivo da sua condenação:
“Este é Jesus, o Rei dos Judeus”.
38
Com ele também crucificaram dois ladrões,
um à direita e outro à esquerda de Jesus.
Se és o Filho de Deus, desce da cruz!
39
As pessoas que passavam por ali o insultavam,
balançando a cabeça e dizendo:
40
“Tu que ias destruir o Templo
e construí-lo de novo em três dias,
salva-te a ti mesmo!
Se és o Filho de Deus, desce da cruz!”
41
Do mesmo modo, os sumos sacerdotes,
junto com os mestres da Lei e os anciãos,
também zombaram de Jesus:
42
“A outros salvou… a si mesmo não pode salvar!
É Rei de Israel… Desça agora da cruz!
e acreditaremos nele.
43
Confiou em Deus; que o livre agora,
se é que Deus o ama!
Já que ele disse: Eu sou o Filho de Deus”.
44
Do mesmo modo, também os dois ladrões
que foram crucificados com Jesus, o insultavam.
Eli, Eli, lamá sabactâni?
45
Desde o meio-dia até às três horas da tarde,
houve escuridão sobre toda a terra.
46
Pelas três horas da tarde, Jesus deu um forte grito:
“Eli, Eli, lamá sabactâni?”,
que quer dizer: “Meu Deus, meu Deus,
por que me abandonaste?”
47
Alguns dos que ali estavam, ouvindo-o, disseram:
“Ele está chamando Elias!”
48
E logo um deles, correndo, pegou uma esponja,
ensopou-a em vinagre, colocou-a na ponta de uma vara,
e lhe deu para beber.
49
Outros, porém, disseram:
“Deixa, vamos ver se Elias vem salvá-lo!”
50
Então Jesus deu outra vez um forte grito
e entregou o espírito.
Aqui todos se ajoelham e faz-se uma pausa.
51
E eis que a cortina do santuário
rasgou-se de alto a baixo, em duas partes,
a terra tremeu e as pedras se partiram.
52
Os túmulos se abriram
e muito corpos dos santos falecidos ressuscitaram!
53
Saindo dos túmulos, depois da ressurreição de Jesus,
apareceram na Cidade Santa
e foram vistos por muitas pessoas.
54
O oficial e os soldados
que estavam com ele guardando Jesus,
ao notarem o terremoto e tudo que havia acontecido,
ficaram com muito medo e disseram:
“Ele era mesmo Filho de Deus!”
55
Grande número de mulheres estava ali, olhando de longe.
Elas haviam acompanhado Jesus desde a Galileia,
prestando-lhe serviços.
56
Entre elas estavam Maria Madalena,
Maria, mãe de Tiago e de José,
e a mãe dos filhos de Zebedeu.
José colocou o corpo de Jesus em um túmulo novo.
57
Ao entardecer,
veio um homem rico de Arimateia, chamado José,
que também se tornara discípulo de Jesus.
58
Ele foi procurar Pilatos e pediu o corpo de Jesus.
Então Pilatos mandou que lhe entregassem o corpo.
59
José, tomando o corpo,
envolveu-o num lençol limpo,
60
e o colocou em um túmulo novo,
que havia mandado escavar na rocha.
Em seguida, rolou uma grande pedra
para fechar a entrada do túmulo, e retirou-se.
61
Maria Madalena e a outra Maria
estavam ali sentadas, diante do sepulcro.
Tendes uma guarda. Ide, guardai o sepulcro como melhor vos parecer.
62
No dia seguinte,
como era o dia depois da preparação para o sábado,
os sumos sacerdotes e os fariseus foram ter com Pilatos,
63
e disseram: “Senhor, nós nos lembramos
de que quando este impostor ainda estava vivo, disse:
‘Depois de três dias eu ressuscitarei!’
64
Portanto, manda guardar o sepulcro até ao terceiro dia,
para não acontecer que os discípulos venham roubar o
corpo e digam ao povo: ‘Ele ressuscitou dos mortos!’
pois essa última impostura
seria pior do que a primeira”.
65
Pilatos respondeu: “Tendes uma guarda.
Ide e guardai o sepulcro como melhor vos parecer”.
66
Então eles foram reforçar a segurança do sepulcro:
lacraram a pedra e montaram guarda.
Palavra da Salvação
Ou:
EVANGELHO (mais breve)
Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo Mateus 27,11-54:
Tu és o rei dos judeus?
11
Naquele tempo,
Jesus foi posto diante do Pôncio Pilatos,
e este o interrogou:
“Tu és o rei dos judeus?”
Jesus declarou: “É como dizes”,
12
e nada respondeu, quando foi acusado
pelos sumos sacerdotes e anciãos.
13
Então Pilatos perguntou:
“Não estás ouvindo de quanta coisa eles te acusam?”
14
Mas Jesus não respondeu uma só palavra,
e o governador ficou muito impressionado.
15
Na festa da Páscoa,
o governador costumava soltar o prisioneiro
que a multidão quisesse.
16
Naquela ocasião, tinham um prisioneiro famoso,
chamado Barrabás.
17
Então Pilatos perguntou à multidão reunida:
“Quem vós quereis que eu solte:
Barrabás, ou Jesus, a quem chamam de Cristo?”
18
Pilatos bem sabia
que eles haviam entregado Jesus por inveja.
19
Enquanto Pilatos estava sentado no tribunal,
sua mulher mandou dizer a ele:
“Não te envolvas com esse justo! Porque esta noite,
em sonho, sofri muito por causa dele”.
20
Porém, os sumos sacerdotes e os anciãos
convenceram as multidões para que pedissem Barrabás
e que fizessem Jesus morrer.
21
O governador tornou a perguntar:
“Qual dos dois quereis que eu solte?”
Eles gritaram: “Barrabás”.
22
Pilatos perguntou: “Que farei com Jesus,
que chamam de Cristo?”
Todos gritaram: “Seja crucificado!”
23
Pilatos falou: “Mas, que mal ele fez?”
Eles, porém, gritaram com mais força:
“Seja crucificado!”
24
Pilatos viu que nada conseguia
e que poderia haver uma revolta.
Então mandou trazer água,
lavou as mãos diante da multidão, e disse:
“Eu não sou responsável pelo sangue deste homem.
Este é um problema vosso!”
25
O povo todo respondeu:
“Que o sangue dele caia sobre nós
e sobre os nossos filhos”.
26
Então Pilatos soltou Barrabás,
mandou flagelar Jesus,
e entregou-o para ser crucificado.
Salve, rei dos judeus!
27
Em seguida, os soldados de Pilatos
levaram Jesus ao palácio do governador,
e reuniram toda a tropa em volta dele.
28
Tiraram sua roupa e o vestiram com um manto vermelho;
29
depois teceram uma coroa de espinhos,
puseram a coroa em sua cabeça,
e uma vara em sua mão direita.
Então se ajoelharam diante de Jesus e zombaram,
dizendo: “Salve, rei dos judeus!”
30
Cuspiram nele
e, pegando uma vara, bateram na sua cabeça.
31
Depois de zombar dele,
tiraram-lhe o manto vermelho
e, de novo, o vestiram com suas próprias roupas.
Daí o levaram para crucificar.
Com ele também crucificaram dois ladrões.
32
Quando saíam, encontraram um homem chamado Simão,
da cidade de Cirene,
e o obrigaram a carregar a cruz de Jesus.
33
E chegaram a um lugar chamado Gólgota,
que quer dizer “lugar da caveira”.
34
Ali deram vinho misturado com fel para Jesus beber.
Ele provou, mas não quis beber.
35
Depois de o crucificarem,
fizeram um sorteio, repartindo entre si as suas vestes.
36
E ficaram ali sentados, montando guarda.
37
Acima da cabeça de Jesus
puseram o motivo da sua condenação:
“Este é Jesus, o Rei dos Judeus”.
38
Com ele também crucificaram dois ladrões,
um à direita e outro à esquerda de Jesus.
Se és o Filho de Deus, desce da cruz!
39
As pessoas que passavam por ali o insultavam,
balançando a cabeça e dizendo:
40
“Tu que ias destruir o Templo
e construí-lo de novo em três dias,
salva-te a ti mesmo!
Se és o Filho de Deus, desce da cruz!”
41
Do mesmo modo, os sumos sacerdotes,
junto com os mestres da Lei e os anciãos,
também zombaram de Jesus:
42
“A outros salvou… a si mesmo não pode salvar!
É Rei de Israel… Desça agora da cruz!
e acreditaremos nele.
43
Confiou em Deus; que o livre agora,
se é que Deus o ama!
Já que ele disse: Eu sou o Filho de Deus”.
44
Do mesmo modo, também os dois ladrões
que foram crucificados com Jesus, o insultavam.
Eli, Eli, lamá sabactâni?
45
Desde o meio-dia até às três horas da tarde,
houve escuridão sobre toda a terra.
46
Pelas três horas da tarde, Jesus deu um forte grito:
“Eli, Eli, lamá sabactâni?”,
que quer dizer: “Meu Deus, meu Deus,
por que me abandonaste?”
47
Alguns dos que ali estavam, ouvindo-o, disseram:
“Ele está chamando Elias!”
48
E logo um deles, correndo, pegou uma esponja,
ensopou-a em vinagre, colocou-a na ponta de uma vara,
e lhe deu para beber.
49
Outros, porém, disseram:
“Deixa, vamos ver se Elias vem salvá-lo!”
50
Então Jesus deu outra vez um forte grito
e entregou o espírito.
Aqui todos se ajoelham e faz-se uma pausa.
51
E eis que a cortina do santuário
rasgou-se de alto a baixo, em duas partes,
a terra tremeu e as pedras se partiram.
52
Os túmulos se abriram
e muito corpos dos santos falecidos ressuscitaram!
53
Saindo dos túmulos, depois da ressurreição de Jesus,
apareceram na Cidade Santa
e foram vistos por muitas pessoas.
54
O oficial e os soldados
que estavam com ele guardando Jesus,
ao notarem o terremoto e tudo que havia acontecido,
ficaram com muito medo e disseram:
“Ele era mesmo Filho de Deus!”
Palavra da Salvação.
Comentário do dia
Santa Gertrudes de Helfta (1256-1301)
monja beneditina
O Arauto, Livro IV, SC 255
Como iremos ao vosso encontro, Senhor?
No santo dia de Ramos […], Gertrudes diz ao Senhor […]: «Vós, Senhor Deus, meu Bem-Amado, que para minha salvação caminhais para a vossa Paixão, como poderei ir ao vosso encontro e honrar-Vos de maneira digna?». O Senhor respondeu-lhe: «Dá-Me uma montada, uma multidão que vá jubilosa diante de Mim, uma multidão que Me siga cantando louvores e uma multidão que Me acompanhe e Me sirva.
Explico: dá-Me uma montada na contrição do teu coração, confessando que muitas vezes negligenciaste seguir a razão e que […] não prestaste atenção às coisas que a minha bondade não cessa de fazer por ti, tendo em vista a tua salvação. […] Em segundo lugar, dar-Me-ás uma multidão que vá jubilosa diante de Mim quando me receberes com os sentimentos de estima de todo o Universo, em união com este amor que Me levou hoje a Jerusalém para salvação do mundo inteiro, a Mim, o Criador e o Salvador de todos. […] Em terceiro lugar, dá-Me uma multidão que Me siga cantando louvores.
Para isso, confessa que nunca te esforçaste suficientemente por imitar os exemplos da minha vida perfeita e oferece-Me uma vontade de tal forma enamorada que, se pudesses incitar todos os homens a imitar na perfeição os exemplos da minha vida perfeitíssima e da minha Paixão, nisso empregarias de todo o coração todas as tuas forças, para minha glória.
E ardendo em desejo, pede para receberes a graça de Me imitares, tanto quanto é possível ao homem, em particular por uma humildade , uma paciência e uma caridade autênticas, virtudes que Eu pratiquei ainda mais na altura da minha Paixão. Em quarto lugar, dá-Me uma multidão que Me siga e sirva. Para tal, confessa que nunca estiveste ao meu lado com a fidelidade que se requeria quando foi necessário defender a verdade e a justiça.
E, acrescentou o Senhor, se alguém se der a Mim destas quatro maneiras, sem dúvida alguma, em nome do Universo, Eu virei a Ele com tanta condescendência que ele receberá o fruto da salvação eterna».
Somos convidados, neste mês, a rezar com nosso Papa e todos os cristãos na seguinte intenção:
POR UMA CULTURA DA NÃO VIOLÊNCIA
Rezemos pela maior difusão de uma cultura da não violência, que implica um cada vez menor recurso às armas, seja da parte dos Estados, seja da parte dos cidadãos.