Segunda visita do cardeal Walter Kasper à Bielorrúsia
Entre as comunidades católica e ortodoxa, há diferenças históricas e de tradição. “Não queremos simplesmente apagar essas diferenças. Mas para nós, cristãos, o amor é o mandamento definitivo. Devemos estar dispostos a perdoar e superar a culpa por uma melhor compreensão dos outros”.
Foi o que afirmou o cardeal Walter Kasper, presidente do Conselho Pontifício para a Unidade dos Cristãos, durante a Eucaristia celebrada na catedral da Bem-aventurada Maria, em Minsk, no domingo passado.
Com esta celebração, iniciou-se a segunda viagem do cardeal à Bielorrússia, nesta ocasião a convite do metropolita ortodoxo Filarete, acompanhado do arcebispo de Washington, cardeal Theodore McCarrick.
O motivo da viagem é manter um encontro com o metropolita Filarete e os professores do Instituto de Teologia da Universidade Estatal da Bielorrússia.
O dicastério vaticano, afirmou o cardeal Kasper, “tem cooperado com o metropolita Filarete e com o Instituto de Teologia há anos. Agora somos bons amigos e nos guia o mesmo objetivo: trabalhar juntos para alcançar a comunhão plena entre as Igrejas católica e ortodoxa”.
Na Eucaristia estiveram presentes Dom Tadeusz Kondrusiewicz, arcebispo de Minsk-Mohilev, e o visitador apostólico dos greco-católicos da Bielorrússia, o archimandrita Siarhej Hayek.
O cardeal Kasper sublinhou a “significativa contribuição” dos católicos bielorrussos para “promover a unidade cristã neste país”.
Quis recordar também que o diálogo ecumênico “não acontece só nas conferências de teologia, mas na vida diária”.
“Em nosso dia-a- dia, encontramos muitos cristãos ortodoxos: entre vizinhos, nos locais de trabalho e frequentemente também nas famílias”.
“Temos de nos interessar uns pelos outros, nos interessar na fé de nossos vizinhos, na forma em que cada um é guiado por sua fé, e respeitar isso em uns e outros”.
Após a missa, o purpurado abençoou uma Via Sacra, obra do escultor Andryenka Uladzimir Aliaksandravich.
No dia seguinte, os cardeal Kasper e McCarrick, acompanhados por Dom Kondrusiewicz, visitaram o Instituto de Teologia “São Cirilo e São Metódio” de Minsk.
Ali, o cardeal Kasper voltou a insistir na importância do diálogo ecumênico, “cujo ânimo, antes de tudo, é o de encontrar respostas aos perigosos e complicados desafios do presente”.
Um deles, segundo recordou o cardeal MacCarrick, é o que enfrenta a Comissão Intercristã na busca de soluções pacíficas do conflito na Terra Santa.
Em todo caso, sublinhou o cardeal McCarrick, ao menos em seu país, Estados Unidos, “a relação entre os representantes cristãos é boa, e os ortodoxos e os greco-católicos não são uma exceção”.
Na internet: www.catholic.by
(Inma Álvarez)
ZENIT, 11/11/2009