O santo de hoje viveu no séc. III e IV da era cristã, durante um período de intensa perseguição aos cristãos que não podiam professar a própria fé, pois o que predominava naquela época era o culto aos deuses pagãos.
Pantaleão era filho de Eustóquio, gentio e de Êubola, cristã. Sua mãe encaminhou-o na fé cristã. Após o falecimento de sua mãe, Pantaleão foi aplicado pelo pai aos estudos de retórica, filosofia e medicina.
Durante a perseguição, travou amizade com um sacerdote, exemplo de virtude, Hermolau, que o persuadiu de Nosso Senhor Jesus Cristo ser o autor da vida e o senhor da verdadeira saúde.
Um dia que se viu diante de uma criança morta por uma víbora, disse para consigo: “Agora verei se é verdade o que Hermolau me diz”. E, segundo isto, diz ao menino: “Em nome de Jesus Cristo, levanta-te; e tu, animal peçonhento, sofre o mal que fizeste”. Levantou-se a criança e a víbora ficou morta; em vista disso, Pantaleão converteu-se e recebeu logo o santo batismo.
Acabou sendo convocado pelo imperador Maximiano como seu médico pessoal. As milagrosas curas que em nome de Jesus Cristo realizava, suscitaram a inveja de outros médicos, que o acusaram de cristão perante o imperador que, por sua vez, o mandou ser amarrado a uma árvore e degolado.
Desta forma, assumindo a coroa do martírio, São Pantaleão passou desta vida para a vida eterna.
Fonte: Site Canção Nova
São Clemente de Ochrida
+ 916
Clemente é chamado “de Ochrida” pela sua forte ligação com aquela cidade. Mas é também conhecido como “o búlgaro”, e todos os títulos são apropriados, porque durante sua vida religiosa conviveu muito tempo com esse povo, deixando marcas profundas de sua presença na Bulgária. A sua origem, seu nascimento e juventude são desconhecidos.
No século IX, o príncipe da Morávia solicitou ao imperador de Constantinopla que lhe enviasse evangelizadores de origem germânica. Tinha a intenção de ampliar a catequização da população, mas não queria os missionários “latinos”, que eram diferentes dos “germânicos” nos rituais litúrgicos. Isso era possível porque a Igreja ainda não tinha um padrão para todos os rituais católicos.
Seguiram para lá os irmãos Cirilo e Metódio, ambos germânicos, no futuro conhecidos como os “apóstolos do Oriente”. Os dois irmãos levaram alguns colaboradores, um deles era Clemente. Como era muito culto e aplicado, tornou-se o colaborador direto de Metódio na adaptação da liturgia do Oriente para as populações daquela região.
Clemente fez inúmeras viagens com os dois apóstolos por todo o leste europeu, sendo um discípulo fiel na pregação do cristianismo. A evangelização do leste europeu era marcada pela rivalidade gerada com divisão entre evangelizadores “latinos” e “germânicos”. Tanto assim que o próprio Clemente precisou afastar-se de uma cidade, porque um bispo não aceitava os “ritos germânicos”.
Por isto, Clemente decidiu seguir para a Bulgária, onde, além de refúgio, encontrou um novo campo de ação. Lá, trabalhou na simplificação do novo alfabeto para facilitar os estudos. Também converteu à fé cristã o próprio rei, que deixou o trono e retirou-se para um mosteiro. Os outros dois reis sucessores encorajaram a obra missionária e Clemente foi nomeado “primeiro bispo de língua búlgara” para comandar a principal diocese.
Porém Clemente tinha sempre o pensamento voltado para a querida cidade de Ochrida, onde havia construído uma escola, que também era um mosteiro. Era lá que pretendia recolher-se na velhice. Mas não conseguiu, porque antes deveria pessoalmente escolher, instruir e formar o bispo substituto. No dia 27 de julho de 916 ele faleceu na cidade de Velika.
Seu corpo foi sepultado no Mosteiro de Ochrida, onde seu túmulo passou a ser visitado e venerado pela população. Em alguns lugares, por tradição popular, costuma ser lembrado no dia 25 de novembro. A Igreja Católica proclamou-o santo e escolheu o dia de sua morte, 27 de julho, para as homenagens litúrgicas.
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São Celestino I
Papa
+432
O papa Celestino I, eleito em 10 de setembro de 422, nasceu na Campânia, no sul da Itália. Considerado um governante de atitude, foi também um pioneiro em muitos aspectos. Enfrentou as graves questões da época de tal maneira que passou para a história, embora o seu mandato tenha durado apenas uma década.
Era um período de reconstrução para Roma, que fora quase destruída pela invasão dos bárbaros, liderados por Alarico. O papa Clementino I participou ativamente restaurando numerosas basílicas, entre elas a de Santa Maria, em Trastevere, a primeira dedicada a Nossa Senhora, e construiu a de Santa Sabina.
Além disso, entendia que o papa tinha o direito de responder pessoalmente a correspondência enviada pelos cristãos leigos e não apenas das autoridades e dos clérigos. E ele o exerceu por meio de suas cartas, as quais chamava de decretais, e que se tornaram a semente do direito canônico. Também foi vigoroso o intercâmbio de correspondência que manteve com seu amigo e contemporâneo, santo Agostinho, o bispo de Hipona, do qual foi ferrenho defensor.
Foi ele o primeiro a determinar que os bispos não deveriam nunca negar a absolvição a alguém que estivesse morrendo. Também proibiu que os bispos vestissem cintos e mantos como os monges. Combateu as heresias, ajudou a esclarecer dúvidas doutrinais e combateu os abusos que se instalavam nas sedes episcopais. Seus atos pareciam acertar todo alvo escolhido. Enviou são Patrício à Irlanda e são Paládio à Escócia e, como se sabe, ambos se tornaram, histórica e espiritualmente, ligados a esses países para todo o sempre.
Outro evento importantíssimo realizado sob sua direção foi o Concílio de Éfeso, em 431. A importância desse Concílio, o segundo realizado pela Igreja e do qual participaram apenas cento e sessenta bispos, foi que nele se confirmou o dogma de Maria como “Mãe de Deus” e não apenas “mãe do homem”, como pregava o arcebispo de Constantinopla, Nestório. Ele defendia a tese de que Jesus não era Deus quando nasceu e, portanto, Maria era apenas a mãe do homem Jesus e não de Deus feito homem.
O papa Celestino I, para acabar com a confusão que se generalizara no mundo cristão, determinou que são Cirilo, bispo de Alexandria, dirigisse o Concílio, que se iniciou em 22 de junho de 431. Ao seu final, foi restabelecida a verdade bíblica do nascimento do Cristo. O papa enviou comunicados a todas as autoridades do mundo não só explicando a decisão, mas informando a destituição e condenação do bispo Nestório, que foi poupado da excomunhão.
Este foi seu último documento oficial, expedido na data de 15 de março de 432, que fechou com chave de ouro seu pontificado, pois morreria alguns meses depois, em 27 de julho.
São Celestino I foi sepultado numa capela do cemitério de Priscila. Em 817, suas relíquias foram colocadas na basílica de Santa Praxedes, e uma parte delas enviadas para a catedral de Mantova.
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São Raimundo Zanfogni
1140-1200
Raimundo Zanfogni voltava com sua mãe da Terra Santa quando esta morreu. Tinha quinze anos quando retornou à sua terra natal, depois dessa viagem. Ele nasceu em Piacenza, Itália, no ano de 1140.
Mais tarde, casou-se e teve cinco filhos, porém todos morreram no mesmo ano. Nasceu então um outro, Geraldo, forte e sadio, mas a esposa adoeceu e morreu quando o menino ainda era muito pequeno. Por isso decidiu deixar o filho com os sogros, que o educaram no seguimento de Cristo, e tornou-se um peregrino.
Primeiro foi à Santiago de Compostela, depois a Roma, de onde seguiu para Jerusalém e voltou novamente para Roma. Mas aconteceu algo que o reconduziu a Piacenza. Dizia ter recebido um aviso divino de que deveria retornar e cuidar dos pobres de sua cidade. E ali, imediatamente, iniciou a sua obra.
Raimundo passou a cuidar dos doentes e moribundos, num tempo em que não existia assistência aos necessitados. Fundou uma espécie de hospedaria-albergue, onde tratava a todos com dedicação e dignidade, enxergando em cada um deles a face de Cristo. Como não tinha muitas posses, tornou-se esmoler para manter suas obras. Frequentava todos os dias as igrejas, pregava pelas ruas e fazia procissões com seus pobres, solicitando a caridade das pessoas. Logo ele passou a abrigar também as crianças abandonadas, que se tornaram a grande razão de sua vida.
Além de dar abrigo e cuidado, afeto e carinho, ele catequizava a todos na doutrina cristã. Era um simples leigo, tinha pouca instrução, mas possuía o dom da sabedoria e pregava com autoridade. Por isso ele tomou a iniciativa de advertir publicamente o próprio bispo, que não se posicionava com firmeza diante dos problemas da cidade. Na época, Piacenza e Cremona passavam por constantes lutas, resultando em mortos inocentes. Servindo de mediador, Raimundo conseguiu solucionar o conflito.
Tornou-se o protetor dos pobres e das vítimas dos abusos de todos os gêneros, que ele mesmo acompanhava aos tribunais defendendo-os na frente dos juízes insensíveis e prepotentes. As autoridades do governo, por fim, passaram a consultá-lo em todas as questões que envolviam os pobres.
Faleceu no dia 27 de julho de 1200, entre seus pobres, e exortando ao filho Geraldo que se tornasse sacerdote, o que de fato ocorreu pouco tempo depois. Com fama de santidade em vida, foi sepultado próximo à capela dos Doze Apóstolos.
Logo as notícias de graças e prodígios se espalharam pela região e a casa dos seus pobres passou a ser chamada de Hospedaria de São Raimundo Zanfogni. Mas ele só foi canonizado em 1602, pelo papa Clemente VIII, que designou o dia de sua morte para a celebração litúrgica.
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Santa Natália e companheiros, mártires, +852
Estes santos sofreram o martírio durante a perseguição muçulmana, em 852.
Natália, ou Sabagota, como era chamada, havia-se convertido à fé cristã juntamente com o marido, Aurélio. Félix e Liliana eram seus parentes.
Todos viviam a fé na clandestinidade até que foram descobertos e presos.
Contam que, certo dia, S. Aurélio presenciou um espetáculo humilhante em que um cristão amarrado a um jumento, com a cara voltada para a cauda do animal, era conduzido debaixo de grande gritaria ao lugar da execução.
A partir daquele momento, professou abertamente sua fé. Pressentindo que chegava a sua hora, distribuiu os bens aos pobres e necessitados. Félix e Liliana fizeram o mesmo.
Presos, bem como Jorge, que era monge, foram todos condenados à morte.
Beata Maria Madalena Martinengo Virgem (1687-1737)
MARIA MADALENA nasceu a 4 de outubro de 1687, filha de condes: o pai, dos condes de Martinengo, a mãe, dos condes Secchi. Tendo perdido a mãe com a idade de um ano, foi educada pela madrinha e uma sua doméstica, ambas com grande influência na sua vocação. Era tão aplicada aos estudos que, aos 10 anos, lia corretamente textos latinos. Completou a instrução nos melhores colégios de Bréscia e no mosteiro das beneditinas do Espírito Santo.
Aos 13 anos fez voto de virgindade, e desde então foi vítima de terrível aridez e fortes tentações, que a atormentaram durante quase dez anos. A 8 de setembro de 1705, com 18 anos, ingressou nas clarissas capuchinhas de Santa Maria da Neve, e entregou-se à prática heróica de virtudes, duras penitências e árduo trabalho, procurando sempre as tarefas menos apetecíveis.
Mas também, lhe foram confiados ofícios de responsabilidade, como mestra de noviças, vigária e abadessa. Foi favorecida com fenômenos místicos, como estigmas, êxtases, aparições, ciência infusa, profecia e milagres. Apesar disso, ou talvez por isso, foi mal compreendida e mal aceita por parte dos seus confessores e de algumas irmãs.
Escreveu uma “Autobiografia”, obra-prima de espiritualidade e vida mística, “Advertências espirituais para adquirir profunda humildade”, “Tratado sobre a humildade”, “Máximas espirituais” e uma “Miscelânea”. Morreu com 49 anos de idade, a 27 de julho de 1737. Foi beatificada por Leão XIII a 3 de junho de 1900.
Oração
Vós, Senhor Deus, que concedestes à Beata Maria Madalena imitar a Jesus, pobre e humilde, dai-nos por sua intercessão que, fiéis à nossa vocação, possamos chegar até Vós pelos caminhos da verdade e da justiça. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém!