Irmãos: Animai-vos dos sentimentos de Jesus Cristo, o Qual, apesar da sua natureza divina, sabendo que não era rapina julgar-Se igual a Deus, aniquilou-Se a Si mesmo, assumindo a natureza de escravo, tornando-Se semelhante aos homens, e como tal reconhecido. Humilhou-Se a Si mesmo fazendo-Se obediente até à morte, e morte de cruz! Foi por isso que Deus O glorificou, e Lhe deu um nome que está acima de todo o nome, para que ao nome de Jesus todo o joelho se dobre, (ajoelha-se), nos Céus, na Terra e nos Infernos, e toda língua proclame que o Senhor, Jesus Cristo, está na glória do Pai (Fl 2, 5-11).
Naquele tempo: disse Jesus à multidão dos Judeus: “É agora o julgamento deste mundo; é agora que o Príncipe deste mundo vai ser expulso dele. E Eu, quando for levantado da terra, a todos atrairei a Mim.” Dizia isto para indicar de que morte viria a morrer. – A multidão respondeu-Lhe: “Nós sabemos, pela Lei, que o Cristo permanece eternamente! Como é que, então, Tu podes dizer que o Filho do homem há-de ser levantado? Quem é este Filho do homem?” Jesus, então, respondeu-lhes: “A luz ainda está um pouco de tempo convosco: caminhai enquanto tendes Luz, para não serdes surpreendidos pelas trevas, pois quem caminha nas trevas, não sabe para onde vai. Enquanto tendes a luz, acreditai na Luz, para serdes filhos da Luz” ( Jo 12, 31-36)!
Nos reunimos com todos os Santos, neste dia, para exaltar a Santa Cruz, que é fonte de santidade e símbolo revelador da vitória de Jesus sobre o pecado, morte e demônio; também na Cruz encontramos o maior sinal do amor de Deus, por isso : “Nós, porém, pregamos um Messias crucificado, escândalo para os judeus, loucura para os pagãos ” (1Cor 1,23).
Esta festividade está ligada à dedicação de duas importantes basílicas construídas em Jerusalém por ordem de Constantino, filho de Santa Helena. Uma, construída sobre o Monte do Gólgota e outra, no lugar em que Cristo Jesus foi sepultado e ressuscitado pelo poder de Deus.
A dedicação destas duas basílicas remonta ao ano 335, quando a Santa Cruz foi exaltada ou apresentada aos fiéis. Encontrada por Santa Helena, foi roubada pelos Persas e resgatada pelo imperador Heráclio. Graças a Deus a Cruz está guardada na tradição e no coração de cada verdadeiro Cristão, por isso neste dia, a Igreja nos convida a rezarmos : ” Do Rei avança o estandarte, fulge o mistério da Cruz, onde por nós suspenso o autor da vida, Jesus. Do lado morto de Cristo, ao golpe que lhe vibravam, para lavar meu pecado o sangue e a água jorravam. Árvore esplêndida bela de rubra púrpura ornada dos santos membros tocar digna só tu foste achada”.
“Viva Jesus! Viva a Santa cruz!”
Santa Cruz…sede a nossa salvação!
www.obradoespiritosanto.com
São Materno de Colônia
séc. IV
É conhecido apenas como o primeiro bispo da história cristã da cidade de Colônia, na Alemanha. Desde o século IV, criou-se uma tradição cristã, na cidade de Trier, na Alemanha, segundo a qual Materno teria vindo da Palestina. E não é só isso: o próprio apóstolo Pedro é que o teria enviado para divulgar o Evangelho ao mundo germânico.
Essa tradição fazia de Trier a primeira sede episcopal cristã da Alemanha, portanto dotada de jurisprudência sobre as demais, por uma questão de antiguidade.
A figura de Materno, o bispo de Colônia, é, de fato, muito importante para a história da Igreja, que já estava liberta das perseguições externas, graças ao imperador Constantino. Mas a Igreja continuava exposta às divisões internas dos cristãos, que, insistentemente, prejudicavam a si próprios.
Materno é um de seus pacificadores, convocado a deixar a Alemanha para resolver um grande conflito nascido no norte da África: o cisma donatista. Liderados pelo bispo Donato, esse grupo de radicais tinha uma visão extremamente elitista, era totalmente contrário às indulgências e pregava a segregação dos bons cristãos daqueles infiéis e traidores.
Os donatistas consideravam traidores os cristãos que, por medo, durante a perseguição do imperador Diocleciano, haviam renegado a fé e entregado os livros sagrados às autoridades romanas. Até mesmo negavam-se a aceitar a re-inclusão dos sacerdotes que haviam agido dessa maneira, bom como a inclusão de novos sacerdotes, caso também tivessem sido considerados, anteriormente, indignos. E por isso os donatistas de Cartago não reconheciam o novo bispo, Ceciliano, porque um dos bispos que o consagraram havia renegado à fé, durante as perseguições.
Chamado para arbitrar, o imperador Constantino, em 313, escreve ao papa Melquior, de origem africana, para convocar o bispo Ceciliano, bem como outros, favoráveis ou não à sua questão, para uma decisão final, imparcial. E ainda o informa que os bispos Materno, da Alemanha, Retício e Martino, da França, já estavam a caminho de Roma. O imperador Constantino, obedecendo às suas conveniências políticas, promoveu um ato incisivo no colegiado eclesiástico, afiançando o caso africano também aos bispos da Alemanha e da França.
Mais nada se sabe de Materno depois dessa importante missão em Roma, que se concluiu com a sentença favorável ao bispo Ceciliano. Mas o cisma não terminou, mesmo contando, também, com a notável presença de santo Agostinho, bispo de Hipona.
Entretanto, em Trier, a fama de santidade de seu primeiro bispo fez a figura de Materno tomar vulto e a população começa a venerá-lo. Ao longo dos séculos, a catedral de Trier, que abriga as relíquias de são Materno, foi reconstruída e, hoje, podemos ver o grau de devoção dos fiéis estampado nos vitrais desse templo. Seu culto foi autorizado pelo Vaticano, em conseqüência dessa devoção secular e ainda presente nos fiéis.
A data de sua tradicional festa litúrgica, no dia 14 de setembro, foi mantida.
www.obradoespiritosanto.com