Leituras Bíblicas
Dia 12 de outubro de 2009
Dia de Nossa Senhora da Conceição Aparecida – Padroeira do Brasil
Solenidade
Lc 1,26-38:
Quando Isabel estava no sexto mês de gravidez, Deus enviou o anjo Gabriel a uma cidade da Galiléia chamada Nazaré. O anjo levava uma mensagem para uma virgem que tinha casamento contratado com um homem chamado José, descendente do rei Davi. Ela se chamava Maria. O anjo veio e disse:
– Que a paz esteja com você, Maria! Você é muito abençoada. O Senhor está com você.
Porém Maria, quando ouviu o que o anjo disse, ficou sem saber o que pensar. E, admirada, ficou pensando no que ele queria dizer. Então o anjo continuou:
– Não tenha medo, Maria! Deus está contente com você. Você ficará grávida, dará à luz um filho e porá nele o nome de Jesus. Ele será um grande homem e será chamado de Filho do Deus Altíssimo. Deus, o Senhor, vai fazê-lo rei, como foi o antepassado dele, o rei Davi. Ele será para sempre rei dos descendentes de Jacó, e o Reino dele nunca se acabará.
Então Maria disse para o anjo:
– Isso não é possível, pois eu sou virgem!
O anjo respondeu:
– O Espírito Santo virá sobre você, e o poder do Deus Altíssimo a envolverá com a sua sombra. Por isso o menino será chamado de santo e Filho de Deus. Fique sabendo que a sua parenta Isabel está grávida, mesmo sendo tão idosa. Diziam que ela não podia ter filhos, no entanto agora ela já está no sexto mês de gravidez. Porque para Deus nada é impossível.
Maria respondeu:
– Eu sou uma serva de Deus; que aconteça comigo o que o senhor acabou de me dizer!
E o anjo foi embora.
Comentário do Evangelho:
“EIS A TUA MÃE”
Dom José Negri, Bispo Diocesano de Blumenau
Ao celebrarmos os 10 anos de criação da nossa Diocese, fomos iluminados ao pensar que essa data poderia ser marcada por algo significativo, que envolvesse todo o povo de Deus. Logo lembramos que a Igreja no Brasil e na América Latina assinalou as coordenadas de sua caminhada eclesial na Conferência de Aparecida, sob a proteção da Virgem. Naquela ocasião, no Santuário da Mãe Aparecida, o Santo Padre Bento XVI exortou-nos, dizendo que “O Papa veio a Aparecida com viva alegria para vos dizer primeiramente: ‘Permanecei na escola de Maria’. Inspirai-vos nos seus ensinamentos, procurai acolher e guardar dentro do coração as luzes que Ela, por mandato divino, vos envia lá do alto”.
Em comunhão, portanto, com as conclusões e a mensagem que nos vêm da V Conferência Episcopal Latino-Americana, e acolhendo o convite do Santo Padre, decidimos dar um timbre particular a essa primeira etapa da caminhada da nossa Diocese, acolhendo em nossa casa a imagem da Virgem de Aparecida.
Antes de morrer, Jesus ofereceu ao apóstolo João aquilo que Ele tinha de mais precioso: sua Mãe, Maria: ”Eis aqui a tua mãe”. Essas foram as últimas palavras de Jesus que, por esse motivo, adquirem um caráter particular e constituem como que o seu testamento espiritual. Em seguida, diz o Evangelho que "desde aquela hora, o discípulo recebeu-a em sua casa" (Jo 19, 27).
Receber Maria em nossa Diocese e em nossas comunidades significa aprender com Ela a fixar o nosso olhar em Jesus e a escutá-lo, porque Ele nos revela o rosto do Pai e a dignidade do homem. Maria, acolhendo a saudação do Anjo, fez-se discípula do Senhor e, assim, penetrada da Palavra de Deus, tornou-se a Mãe da Palavra encarnada, [Documento de Aparecida, 271]. Que Ela nos ajude a fazer de nossas pastorais e movimentos lugares onde se cria o espaço para ler a Palavra e a se vivenciá-la em atos e gestos concretos.
Receber Maria significa deixar que Ela nos ensine a adotar a atitude da “atenção e da acolhida” ao outro. Temos muito a aprender com Maria, como saber preocupar-nos com os outros e interessar-nos por aqueles que sofrem, porque foram atingidos por tantos flagelos que afligem a nossa sociedade. Peçamos a Maria que transforme as nossas comunidades em “escolas e casas de acolhida e de comunhão”. [DA, 272]
Maria vem a nossa casa para nos dizer que não estamos sozinhos em nossa vida. Jesus, quando do alto da cruz voltou o seu olhar para a Mãe, derramou no coração dela todo o seu sofrimento. Ele volta a entregar-nos a Mãe, para que seja o nosso consolo, para que seja a nossa esperança, para que possamos depositar no coração dela os nossos anseios e as expectativas de um mundo mais unido.
Enfim, a visita que Maria nos faz acontece no mês missionário e o Documento de Aparecida a definiu como “grande missionária”. Sabemos muito bem que o povo brasileiro sente uma grande devoção para com Nossa Senhora. Ela atrai multidões à comunhão com Jesus e com sua Igreja. Não percamos essa oportunidade para sermos verdadeiros evangelizadores, seguindo o exemplo dela, levando muitas pessoas a Cristo.
Que este tempo seja um tempo de graça. Revigoremos a nossa fé através de uma caminhada de conversão. Que a Eucaristia, celebrada em todas as paróquias e comunidades, seja o ponto mais sublime e mais alto da visita mariana. No sacrifício da Missa, Jesus nos diz novamente: “Eis a tua mãe”.
Redescubramos a oração do terço! Gostaria de retomar, a esse propósito, as palavras do Papa João Paulo II quando, ao proclamar o Ano do Rosário, nos convidava a fazer dessa oração um exercício simples e profundo de contemplação do rosto de Cristo. E encorajava-nos dizendo: “Não tenhais vergonha de recitar o Rosário sozinhos, ao irdes para a escola, para a universidade ou para o trabalho, ao longo do caminho e nos meios de transporte público; habituai-vos a recitá-lo entre vós, nos vossos grupos, movimentos e associações, porque ele anima e revigora os vínculos entre os membros da família. Essa oração ajudar-vos-á a ser fortes na fé, constantes na caridade, alegres e perseverantes na esperança”[8.03.03].