Vunibaldo dedicou sua vida à oração contemplativa e ao apostolado. Preferia ficar retirado na solidão, mas colocava-se sempre disponível para difundir o Evangelho. Era um príncipe da realeza dos Kents, nascido em 701. Antes dessa importância e riqueza material, porém, teve o privilégio de descender de uma família de santos, pois era filho de são Ricardo, rei da Inglaterra meridional, irmão de são Vilibaldo e de santa Valburga.
Em 720, partiu com o pai e o irmão em peregrinação para a Terra Santa, passando, antes, por Roma. Mas seu pai adoeceu durante a viagem e morreu na cidade italiana de Luca. Os dois irmãos ficaram juntos em Roma, por dois anos. Depois se separaram, Vilibaldo partiu para a Palestina e ele ficou ali, estudando, por mais dezesseis anos.
Seu tio Bonifácio era, então, o bispo da Alemanha, e estava empenhado na evangelização da região, para o que solicitou sua ajuda. Em 738, Vunibaldo foi ordenado sacerdote e foi auxiliar a missão do tio no interior das terras germânicas. Cinco anos depois, foi chamado para a Corte, por solicitação do duque Odilon.
Por mais algum tempo, ficou acompanhando o tio na sua obra apostólica. Porém, cada vez mais, ansiava pela vida monástica e pela contemplação na solidão. Resolveu construir um mosteiro. Comprou o terreno em Heidenheim, para onde se retirou com alguns companheiros, para cultivarem, enquanto também construíam o mosteiro. Na época, seu irmão e futuro santo, Vilibaldo, era bispo de Eichestat, e o ajudou a estabelecer-se.
Contudo o tempo para os estudos e a contemplação foi curto, porque logo foi nomeado abade. Nesse cargo, dedicava-se ao apostolado para reforçar a fé da população, que recaía, sempre, no paganismo. Os habitantes eram supersticiosos, e viviam nos prazeres mundanos. Vunibaldo combateu com muita firmeza tais vícios, comprometendo a integridade física dos monges e do próprio mosteiro, pois sofriam constantes ameaças de morte e de incêndio.
Sonhando, ainda, com a paz do retiro, decidiu acabar os seus dias no Mosteiro de Monte Cassino. Escreveu ao abade e aos monges de lá pedindo para ser acolhido pela comunidade. A resposta veio através de um caloroso convite. Mas Vunibaldo estava muito doente e teve de desistir do projeto. Quando já não conseguia mais caminhar até a igreja, pediu para colocarem um pequeno altar em sua cela, ficando, na quietude da oração, a contemplar o Santíssimo Sacramento. Pouco tempo depois morreu, em 18 de dezembro de 761.
A sua veneração só fez aumentar, pois já tinha fama de santidade em vida. Seu culto difundiu-se, principalmente, entre os povos germânicos, que o festejam neste dia. A biografia de são Vunibaldo foi escrita por sua irmã, santa Valburga, que relatou com detalhes os prodígios que aconteciam com sua simples presença, prodígios também confirmados por outros registros, e pela tradição oral, divulgada entre os cristãos através dos tempos.
São Graciano, Bispo e Confessor
(+ séc. IV)
Entre os sete missionários cristãos enviados pela Santa Sé, para evangelizar na região da Gália futura França estava Graciano. Segundo os registros da diocese de Tours, Graciano foi o seu primeiro bispo.
No ano 249, quando Graciano chegou a Tours, local que o papa Fabiano, lhe determinou para exercer o cargo de bispo, cidade não possuía igreja, os pobres eram maltratados e os enfermos, marginalizados; era dominada, completamente, pelos pagãos. Assim no início, como expoente do catolicismo, passou a ser perseguido pelos inimigos, que não queriam deixar a adoração dos falsos deuses.
Em alguns períodos, a perseguição era tão forte que Graciano precisava esconder-se em lugares solitários. Lá, reunia os cristãos e os interessados em converter-se para poder celebrar os sacramentos, a Santa Missa e pregar a palavra de Deus.
Com o bispo perseverante o grupo de cristãos foi crescendo. Os necessitados da cidade, pela primeira vez, começaram a receber atenção e ajuda comunitária. Ele fundou, até, um hospital para os doentes abandonados, que antes não existia para atendê-los. Esse árduo e fecundo apostolado se estendeu por cinqüenta anos.
A tradição diz que, o próprio Jesus teria aparecido ali para avisar o bispo Graciano que a sua morte se aproximava. De fato, logo depois ele faleceu, numa data não muito certa, mas no ano 301. Seu corpo foi sepultado no cemitério cristão que ele mesmo construíra nos arredores da cidade.
Muitos anos depois, São Martinho de Tours, seu sucessor na mesma diocese, recebeu de Deus a revelação do local exato em que fora sepultado São Gaciano, e passou a venerá-lo convenientemente.
Suas relíquias foram transferidas para a antiga Catedral de Tours, que era dedicada a são Martinho e, na atualidade, é dedicada a são Gaciano.
A festa do primeiro bispo de Tours foi fixada pela Igreja no dia 18 de dezembro.
www.obradoespiritosanto.com