«Sede misericordiosos como o vosso Pai é misericordioso» – Juliana de Norwich (1342-depois de 1416) mística inglesa Revelações do Amor Divino, cap. 48

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2ª-feira da 2ª Semana da Quaresma – 18 de Março de 2019 – Cor: Roxo

 

Evangelho – Lc 6,36-38
Perdoai e sereis perdoados.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas 6,36-38:
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos:
36 Sede misericordiosos,
como também o vosso Pai é misericordioso.
37 Não julgueis e não sereis julgados;
não condeneis e não sereis condenados;
perdoai, e sereis perdoados.
38 Dai e vos será dado.
Uma boa medida, calcada, sacudida, transbordante
será colocada no vosso colo;
porque com a mesma medida com que medirdes os outros,
vós também sereis medidos.’
Palavra da Salvação.

 

Comentário do dia 
Juliana de Norwich (1342-depois de 1416)
mística inglesa
Revelações do Amor Divino, cap. 48

«Sede misericordiosos como o vosso Pai é misericordioso»

 

A meu ver, a misericórdia [de Deus] consiste no amor que opera com suavidade e plenitude de graça, numa superabundante compaixão. Ela põe mãos à obra para nos defender e para que todas as coisas resultem em nosso bem. Desse modo, por amor, permite por vezes que vacilemos; e quanto mais vacilamos, mais caímos, e quanto mais caímos, mais morremos. […] Apesar disso, o suave olhar da piedade e do amor nunca se separa de nós, não cessa nunca a obra da misericórdia.

O bem próprio da misericórdia e o da graça são dois aspetos de um único amor. A misericórdia é um atributo da compaixão, proveniente de uma ternura materna; a graça é um atributo da glória, proveniente do majestoso poder do Senhor no mesmo amor. A misericórdia defende, ampara, vivifica e cura, e em tudo isso é ternura amorosa; a graça edifica e recompensa infinitamente mais do que o merece a nossa vontade e o nosso trabalho, e assim propaga e manifesta a generosidade que Deus, nosso Senhor soberano, nos prodigaliza na sua maravilhosa afabilidade.

Tudo isso provém da magnificência do seu amor, já que a graça transforma a nossa terrível fraqueza em abundante e infinita consolação, a nossa vergonhosa queda em sublime e glorioso reerguer-se, a nossa triste morte em santa e bem-aventurada vida. […] Sempre que a nossa perversidade neste mundo nos conduz ao sofrimento, à vergonha e à aflição, no Céu, pelo contrário, a graça reconforta-nos e conduz-nos à glória e à felicidade; e com tal superabundância que, ao chegarmos lá acima para receber a recompensa que a graça preparou para nós, agradeceremos e bendiremos a Nosso Senhor, alegrando-nos por termos sofrido tais adversidades.

E esse ditoso amor será de tal ordem, que conheceremos em Deus certas coisas que nunca teríamos conhecido se não tivéssemos passado por tais provações.

Intenção do Apostolado da Oração
Reconhecimento dos direitos das comunidades cristãs
Pelas comunidades cristãs, em particular as que são perseguidas, para que sintam a proximidade de Cristo e para que os seus direitos sejam reconhecidos.

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