8º Domingo Do Tempo Comum – 3 de Março de 2019 – Cor: Verde
Evangelho – Lc 6,39-45
A boca fala do que o coração está cheio.
+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 6,39-45:
Naquele tempo:
39 Jesus contou uma parábola aos discípulos:
‘Pode um cego guiar outro cego?
Não cairão os dois num buraco?
40 Um discípulo não é maior do que o mestre;
todo discípulo bem formado será como o mestre.
41Por que vês tu o cisco no olho do teu irmão,
e não percebes a trave que há no teu próprio olho?
42 Como podes dizer a teu irmão:
irmão, deixa-me tirar o cisco do teu olho,
quando tu não vês a trave no teu próprio olho?
Hipócrita! Tira primeiro a trave do teu olho,
e então poderás enxergar bem
para tirar o cisco do olho do teu irmão.
43 Não existe árvore boa que dê frutos ruins,
nem árvore ruim que dê frutos bons.
44 Toda árvore é reconhecida pelos seus frutos.
Não se colhem figos de espinheiros,
nem uvas de plantas espinhosas.
45 O homem bom tira coisas boas
do bom tesouro do seu coração.
Mas o homem mau tira coisas más do seu mau tesouro,
pois sua boca fala do que o coração está cheio.
Palavra da Salvação.
Comentário do dia
São Francisco de Sales (1567-1622)
bispo de Genebra, doutor da Igreja
Introdução à vida devota, I, cap. 3
«Cada árvore conhece-se pelo seu fruto»
Na criação, Deus mandou que as plantas dessem os seus frutos, cada uma «segundo as suas espécies» (Gn 1,11); da mesma maneira, ordenou aos cristãos, que são as plantas vivas da sua Igreja, que produzissem frutos de devoção, cada um segundo a sua qualidade e vocação. A devoção, a vida cristã, deve ser exercida de formas diferentes pelo fidalgo, pelo artesão, pelo criado, pelo príncipe, pela viúva, pela jovem e pela mulher casada; e também é preciso acomodar a prática da devoção às forças, às atividades e aos deveres específicos de cada um. […]
E se o bispo preferisse ser solitário como os monges? E se os casados não quisessem trabalhar como os capuchinhos, se o artesão estivesse todo o dia na igreja como o religioso, e o religioso constantemente exposto a todo o tipo de encontros para o serviço do próximo como o bispo? Tal não seria ridículo, desregrado e insuportável? Este erro, no entanto, é muito frequente. […] A devoção, quando é verdadeira, em nada prejudica; pelo contrário, tudo aperfeiçoa. […]
«A abelha», diz Aristóteles, «tira o mel das flores sem as estragar», deixando-as inteiras e frescas como as encontrou. A verdadeira devoção faz ainda melhor, pois, não só não prejudica nenhum tipo de vocação nem atividade, como, pelo contrário, as honra e embeleza. […] Com ela, o cuidado da família torna-se mais pacífico, o amor do marido e da mulher mais sincero, o serviço do príncipe mais fiel, e todos os tipos de ocupação mais suaves e amáveis. Não é só um erro, é também uma heresia querer banir a devoção das companhias de soldados, das lojas dos artesãos, da corte dos príncipes, dos lares dos casais. […] Onde quer que estejamos, podemos e devemos aspirar à perfeição.
Intenção do Apostolado da Oração
Reconhecimento dos direitos das comunidades cristãs
Pelas comunidades cristãs, em particular as que são perseguidas, para que sintam a proximidade de Cristo e para que os seus direitos sejam reconhecidos.