Na alocução que precedeu a oração mariana, o Santo Padre ressaltou que há muitos séculos a diocese de Viterbo tem um forte vínculo de comunhão e afeto com o Sucessor de Pedro. Bento XVI disse que percebeu esse laço afetivo visitando, está manhã, a sala do Conclave, na residência dos papas, onde foram escolhidos cinco pontífices. Viterbo foi sede papal de 1254 a 1281. Nesta cidade estão sepultados quatro pontífices: João XXI, Alessandro IV, Clemente IV e Adriano.
Na província de Viterbo nasceu São Leão Magno, que prestou um grande serviço à verdade na caridade, por meio de um assíduo exercício da palavra testemunhado com os seus sermões e suas cartas. Na localidade de Blera nasceu o Papa Sabiano, sucessor de São Gregório Magno e em Canino nasceu o Papa Paulo III. E Bento XVI acrescentou: "Viterbo é chamada a "Cidade dos Papas" e isso deve estimular vocês a viver e testemunhar a fé cristã, a mesma fé pela qual deram a vida os santos mártires Valentino e Ilário, sepultados na Catedral, primeiros de uma longa fileira de santos, mártires e bem-aventurados desta terra."
O Santo Padre pediu aos fiéis suas orações para que possa desempenhar com fidelidade e amor a missão de Pastor do rebanho de Cristo. O papa prometeu que rezará pela Igreja em Viterbo a fim de que possa permanecer unida e viver na fraterna comunhão, condições indispensáveis para oferecer ao mundo um testemunho evangélico eficaz. A seguir o Santo Padre concedeu a todos a sua bênção apostólica.
Após a oração mariana do Angelus, o papa saudou os participantes do Congresso Internacional "Homens e Religiões", que tem início hoje em Cracóvia, na Polônia, e se concluirá na próxima terça-feira, dia 8, sobre o tema "Fé e culturas em diálogo".
Líderes religiosos, chefes de Estado, homens e mulheres de cultura foram convidados pela arquidiocese de Cracóvia e pela Comunidade Romana de Santo Egídio a participar do encontro e recordar os 70 anos do início da II Guerra Mundial, e os vinte anos da queda do Muro de Berlim e dos regimes comunistas na Europa Oriental.
"Não podemos nos esquecer dos fatos dramáticos que deram início a um dos maiores e terríveis conflitos da história, que causou a morte de milhões de pessoas e provocou o sofrimento do amado povo polonês. Um conflito que causou a tragédia do Holocausto e o extermínio de milhões de inocentes" – frisou Bento XVI.
O Santo Padre ressaltou que a memória desses eventos deve nos impulsionar a rezar pelas vítimas e por aqueles que sofrem no corpo e no espírito. "Que tais fatos não mais se repitam e se intensifiquem os esforços a fim de construir em nosso tempo, marcado por conflitos e contradições, uma paz duradoura, transmitindo, sobretudo, às novas gerações, uma cultura e um estilo de vida centralizados no amor, na solidariedade e na estima pelo outro" – ressaltou o papa.
Bento XVI sublinhou que neste sentido as religiões podem e devem contribuir na promoção da reconciliação e do perdão, na luta contra a violência, o racismo, o totalitarismo, o fundamentalismo que deturpam a imagem do Criador no ser humano, cancelando o horizonte de Deus que leva ao desprezo do próprio homem. "O Senhor nos ajude a construir a paz, partindo do amor e da compreensão" – concluiu o Santo Padre.