Discorde com honestidade, graça, humildade e coragem de quem tem idéias políticas, filosóficas e teológicas deferentes das suas. Discorde das outras religiões e dos outros pregadores. Discorde de amigos, pai e mãe, filhos, irmãos da mesma igreja. É seu direito de profeta. Se não puder concordar, discorde. Mas não se esqueça que discordar não é amar menos. Se ao discordar, você ficar irado e se exaltar mude de assunto. Você não tem o direito de ferir ninguém.
Quem não respeita e deixa de amar aqueles de quem discorda não está pronto para o diálogo. Se a eles a quem você falar forem honestos e sinceros, aceitarão sua discordância. Se você for honesto e sincero, aceitará que eles pensem ou creiam de outro jeito. Discorde sem cair em discórdia. Fale não se cale, mas não ofenda o interlocutor. Não se combate um erro com gritos, berros e indiretas. Não se anuncia o Reino de Deus com cara de gorila e risos de hiena.
Aquele pregador que, de vez em quando, vejo berrando, dando murros na mesa, esbravejando na televisão criou um personagem estilo João Batista ou São Jerônimo. É um pregador irado. Há quem goste. Se vão lá é porque gostam de braveza. Milhares, porém, desligam o aparelho e garantem que jamais iriam ouvi-lo.
Por que ele o faz? Está colhendo resultados. Poderia ser manso e sereno? Poderia, mas não quer. Ficou com outras partes do evangelho. Está errado? Não. É seu estilo. Não é porque eu não faria aquilo que vou dizer que ele erra. Mas sei de milhares de cristãos que não aceitam pregações tão peremptórias. É preciso ser muito profeta ou muito ator para segurar por tantos anos tanta cara feia e tanto xingatório
Fonte: site Paulinas, 26/08/2009