Palavra: Rm 10, 9-11
9. “Se, com a tua boca, confessas que Jesus é o Senhor e se, em teu coração, crês que Deus o ressuscitou dos mortos, serás salvo.
10. Com efeito, crer no próprio coração conduz à salvação.
11. Pois a Escritura diz: ‘Todo aquele que Nele crê não será confundido’.”
O Programa de Vida Nova exige reparação, profissão de fé, oração e vigilância. Professar a fé é o ato pelo qual o homem compartilha seu Deus como único autor da salvação através de Jesus Cristo. Neste texto compreendemos que a causa da nossa salvação é o acontecimento pascal que se realizou em Cristo, que nos mostrou que o Verdadeiro Caminho pode trazer muitas provações, e principalmente perseguições, mas que a compensação é eterna e jamais nos será tirada.
Por assumir o propósito do Pai, por anunciar o Seu Reino, por acolher os excluídos e necessitados, por ensinar a perdoar, Jesus Cristo vivenciou Sua via crucis, a qual se completou com sua morte na Cruz. Alí, Ele demonstrou todo o Seu amor e confirmou tudo o que havia pregado. A forma como se entregou, garantiu a possibilidade de revermos os nossos pecados e as nossas misérias antes mesmo de morrer. Não precisamos padecer, nem agonizar pelos nossos erros. A reconciliação com o Pai deve ser realizada em vida porque é aqui que praticamos e é aqui que devemos tomar posse da nossa salvação.
Uma vez que compreendemos esse processo e estamos mais próximos do Pai, somos convidados a reconhecer a nossa filiação, propagando, através do nosso próprio exemplo, a forma como nos aproximamos de Deus. Professar a fé significa demonstrar com convicção a forma como praticamos aquilo em que acreditamos. Obviamente, as dificuldades continuarão acontecendo e nos sentiremos mais tentados diante das nossas fraquezas, pois nos tornamos mais sensíveis e percebemos o quanto precisamos viver essa transformação diariamente. Mas, na mesma medida em que isso acontece, também estamos mais fortalecidos pela companhia que permitimos adentrar no nosso coração.
Tomamos consciência de que a fé não desilude. Não é algo que vem e vai. É uma experiência que nos marca e passa a ser parte de nós. Vivemos situações que comprovam e que explicam esse fervor. E é essa vivência que devemos propagar. A nossa experiência passa a ser muito importante para as pessoas que estão precisando de algo maior que as coisas que vivem no seu dia-a-dia.
Professar a fé na Santíssima Trindade representa viver com dignidade a nossa sobriedade de ação, de sentimento e inclusive de pensamento, contribuindo assim para a reconstrução de uma sociedade justa e fraterna. Na Santíssima Trindade não há divisões, assim, também não deve haver divisões entre o corpo, a mente e o coração. Caminhando integralmente em razão de um único objetivo, vamos também estimulando aqueles que estão convivendo conosco e nos manteremos fiéis ao Pai dentro da família, dentro do trabalho e na comunidade.
Portanto, não basta dizer apenas que acreditamos na Santíssima Trindade. É necessário praticar as obras de Deus, estar em comunhão plena com o projeto Jesus Libertador, pondo em prática os Dons que nos são enviados pelo Espírito Santo. Professar a fé é vencer as tentações de comodismo, de poder, das drogas, do ter, do desânimo, da preguiça e da ira. Professar a fé é fundamentar-se num ser novo, transformado e reconciliado com o amor próprio e com o amor fraterno. Professar a fé é acreditar que o Reino de Deus já existe em nós e que precisamos espalhar essa alegria, pregando o perdão, a sobriedade, a caridade, a presença de um Deus que é vivo porque Ele existe principalmente em nós, em nosso coração. A nossa Igreja nos ensina a Oração do Credo, que demonstra o reconhecimento da Verdade, fundamental para a nossa prática e exercício dessa Profissão de Fé. Rezemos juntos: Ceio em Deus Pai…
Malena Andrade – Psicóloga assessora da Pastoral da Sobriedade na Diocese de Blumenau