“Toda a lei se resume neste único mandamento: ‘Amarás o teu próximo como a ti mesmo (Gl 5,4) – Palavra de vida para o mês junlho

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Essa frase é de Paulo, o Apóstolo: frase breve, estupenda, lapidar, clarificadora.
 
Ela nos indica qual deve ser a base do comportamento cristão, aquilo que deve inspirá-lo sempre: o amor ao próximo.
 
O Apóstolo vê na prática desse mandamento a plena atuação da lei. Com efeito, a lei manda não cometer adultério, não matar, não roubar, não desejar… E sabemos que aquele que ama não faz nada disso: não mata, não rouba…
 
“Toda a lei se resume neste único mandamento: ‘Amarás o teu próximo como a ti mesmo’.”

Todavia, a pessoa que ama não só evita o mal. Quem ama se abre aos outros, deseja o bem, pratica o bem, sabe doar-se: chega a dar a vida pela pessoa amada.
 
Por isso Paulo escreve que, amando o próximo, não só se cumpre a lei, mas se cumpre “toda a lei”.
 
“Toda a lei se resume neste único mandamento: ‘Amarás o teu próximo como a ti mesmo’.”

Se toda a lei está contida no amor ao próximo, precisamos ver os outros mandamentos como meios para nos iluminar e guiar a fim de sabermos encontrar, nas complexas situações da vida, o caminho para amar os outros; precisamos saber descobrir nos outros mandamentos a intenção de Deus, a sua vontade.
 
Ele quer que sejamos obedientes, castos, mortificados, mansos, misericordiosos, pobres… para concretizarmos melhor o mandamento da caridade.
 
“Toda a lei se resume neste único mandamento: ‘Amarás o teu próximo como a ti mesmo’.”

Poderíamos nos perguntar: por que o Apóstolo não fala também do amor a Deus?
 
O fato é que o amor a Deus e o amor ao próximo não competem entre si. Um deles, o amor ao próximo, é até mesmo expressão do outro, do amor a Deus. Com efeito, amar a Deus significa fazer a sua vontade. E a sua vontade é que amemos o próximo.
 
“Toda a lei se resume neste único mandamento: ‘Amarás o teu próximo como a ti mesmo’.”

Como colocaremos em prática essa Palavra?
 
É evidente: amando o próximo; amando o próximo de verdade.
 
Isso significa: doar-se, mas doar-se a ele de modo desinteressado.
 
Não é amor instrumentalizar o próximo por objetivos próprios, ainda que estes sejam os mais espirituais, como por exemplo, a própria santificação. Devemos amar o próximo, não a nós mesmos.
 
Porém não resta dúvida de que, quem ama dessa maneira, chega realmente à santidade; torna-se “perfeito como o Pai”, porque realizou a melhor coisa que podia fazer. Atuou de modo certeiro a vontade de Deus, colocou-a em prática: cumpriu toda a lei.
 
Porventura no fim da vida não seremos examinados unicamente sobre esse amor?
 
Chiara Lubich
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Este comentário à Palavra de Vida foi publicado originalmente, em junho de 1983.

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