No próximo dia 06 de junho, quinta-feira, o clero de nossa Arquidiocese se reunirá no Seminário São José para a Hora Santa em favor da santificação dos sacerdotes.
Por ocasião da Solenidade do Sagrado Coração de Jesus, nesta sexta-feira, dia 7 de junho, na qual celebramos a Jornada Mundial de Oração pela Santificação dos Sacerdotes, busquemos no Sagrado Coração de Jesus a força necessária para vivermos dignamente o nosso ministério sacerdotal na santidade, permitindo que Cristo aja em nós e em nossas atitudes, que sejam as Suas, com o vigor do Espírito Santo. O nosso ministério é um serviço indispensável para a Igreja e para o mundo e requer de nós fidelidade plena a Cristo e incessante união com Ele. Assim, servindo humildemente, somos guias que conduzem à santidade os fiéis confiados ao nosso ministério. Desse modo, reproduz-se em nossa vida o desejo expresso por Jesus mesmo na oração sacerdotal, depois da instituição da Eucaristia: “Eu peço por eles; não peço pelo mundo, mas por aqueles que me deste, porque são teus (…). Não te peço para tirá-los do mundo, mas para guardá-los do Maligno (…). Consagra-os com a verdade, (…) em favor deles eu me consagro, a fim de que também eles sejam consagrados com a verdade” (Jo 17,9.15.17.19).
Dentro do contexto do Ano da Fé somos chamados, como pastores da Igreja, a conduzir os homens rumo à comunhão com o Filho de Deus, que é vida para o mundo. Vamos reviver a graça para a qual somos chamados, redescobrindo a fé na sua integralidade e em todo o seu fascínio, particularmente neste desafio que nos é colocado: da profunda crise de fé que atinge a muitas pessoas.
O sacerdote é o primeiro homem a demonstrar que como "homo dei" é "homem de fé", é chamado a guiar as comunidades e fiéis a um vivo e decidido amadurecimento da fé. Por isso, o sacerdote, como "alter Christus", deve jorrar rios de água vida, na medida em que ele bebe com fé as palavras de Nosso Senhor, abrindo-se à graça do Espírito Santo.
Por isso, são tão atuais as palavras do Papa Francisco: “O sacerdote que sai pouco de si mesmo, que unge pouco – não digo ‘nada’, porque, graças a Deus, o povo nos rouba a unção –, perde o melhor do nosso povo, aquilo que é capaz de ativar a parte mais profunda do seu coração presbiteral. Quem não sai de si mesmo, em vez de ser mediador torna-se pouco a pouco um intermediário, um gestor. A diferença é bem conhecida de todos: o intermediário e o gestor ‘já receberam a sua recompensa’. É que, não colocando em jogo a pele e o próprio coração não recebem aquele agradecimento carinhoso que nasce do coração; e daqui deriva precisamente a insatisfação de alguns, que acabam por viver tristes, padres tristes, e transformados numa espécie de colecionadores de antiguidades ou então de novidades, em vez de serem pastores com o ‘cheiro das ovelhas’ – isto vo-lo peço: sede pastores com o ‘cheiro das ovelhas’, que se sinta este –, serem pastores no meio do seu rebanho, e pescadores de homens.” (Homilia da Santa Missa crismal, 28 de março de 2013).
O Papa Francisco nos convocou a sermos pastores "com cheiro" das ovelhas, saindo da paralisia que, infelizmente, atinge a muitos, para irmos para as periferias, subir os morros, encontrar as pessoas lá onde estão e conviver em todas as realidades distantes pregando a Boa Notícia de Jesus a todos os homens.
O sacerdote deve ser testemunha da vida que brota do Ressuscitado. A autenticidade e a credibilidade da ação presbiteral passa pelo autêntico testemunho de vida. Nossos sacerdotes devem viver a santidade de vida e de estado e, acima de tudo, devem ser missionários para transmitira a fé, e que essa transmissão seja acolhida com alegria pelos fiéis. Nesse sentido, os sacerdotes são convidados a tornar mais conhecido o Catecismo da Igreja Católica em suas pregações, em suas catequeses, em formações permanentes para que a fé seja autenticamente transmitida aos nossos fiéis, particularmente neste atual clima de relativismo em que o conhecimento dos enunciados da fé católica deve ser evidenciado e ensinado.
Meus queridos padres: vamos crescer na fé, no contínuo apelo e convite da Igreja à conversão a Jesus, o único Salvador do mundo, que nos pede uma íntima amizade com Ele, da qual tudo depende o nosso ministério.
Que possamos, como sacerdotes do Altíssimo, celebrar com dignidade e alegria a Santa Eucaristia, principal canal da pedagogia da santidade, atualização do sacrifício da Cruz. Nossas celebrações eucarísticas devem nos levar a um encontro de comunhão com o Ressuscitado e de pertença à Comunidade Eclesial, porque o sacerdote deve ser ele mesmo sacramento no mundo.
Por fim, faço um apelo aos sacerdotes: que não se descuidem do atendimento das confissões em suas comunidades. Que fiquem bem claros os dias e horários de atendimento da confissão auricular, tendo em vista que o encontro do penitente com o sacerdote deve ser revestido de toda a alegria própria da conversão e da mudança de vida.
Sejamos sacerdotes santos! Imitemos as virtudes do Santo Cura d´ Ars. Mais perto de nós, procuremos imitar e viver a santidade dos padres diocesanos. Busquemos exemplos maiores. Imitemos muitos santos sacerdotes que gastam a sua vida pela santificação dos fiéis. E aos padres que vivem vida irregular: que se convertam e busquem o caminho reto de Deus.
Rezemos, pois, nas intenções de nossos sacerdotes para que, enraizados na ontologia do Cristo Sumo e Eterno Sacerdote, vivam a santidade e deem testemunho da alegria de ser católico e de viver a nossa fé.
por: cnbb
Dom Orani João Tempesta
Arcebispo de São Sebastião do Rio de Janeiro (RJ)