A evangelização da Alemanha do transreno teve início no século VII, no fim da época merovíngia, por obra dos monges irlandeses e anglo-saxões da Inglaterra meridional, e atingiu o máximo desenvolvimento no século seguinte com a ação missionária de são Bonifácio. O primeiro a desembarcar na Frísia, nos Países Baixos, foi Wilfrido de York. Depois o abade Egberto, mestre de vida espiritual da época, aí mandou Wilibrordo, originário de Nortúmbria, onde nascera em 658; seu zelo pela difusão do Reino de Deus será o único motivo de sua dinâmica existência.
Aos cinco anos, seu pai consagrou-o a Cristo e entregou-o aos beneditinos do Mosteiro de York, onde foi educado. Ainda jovem, demonstrou, realmente, vocação religiosa, dando preferência à vida de reclusão. Aos vinte anos, seguiu para a Irlanda, a pátria dos monges, para aperfeiçoar seus conhecimentos teológicos. Pouco antes de completar trinta anos de idade, recebeu a ordenação sacerdotal.
Em 690, Wilibrordo seguiu para a primeira e única missão. Junto com outros onze companheiros missionários, foram evangelizar as regiões no norte da Europa, povoadas pelos bárbaros pagãos.
O ponto inicial foi a Holanda, antiga Frísia, onde o rei Pepino, que era cristão, os acolheu muito bem. Esse reino tinha acabado de anexar um território, antes dominado pelo duque pagão Ratbodo. Era um lugar selvagem, onde os habitantes não aceitavam o Evangelho, motivo da missão.
Wilibrordo aceitou, mas antes quis receber a aprovação e a bênção do papa Sérgio I, do qual era muito devotado. Em Roma, ganhou não só o apoio como algumas relíquias de santos mártires para serem colocadas nas igrejas que seriam construídas durante o processo da evangelização.
Cinco anos depois, voltou e entregou ao mesmo papa um relatório dos resultados que conseguira. O papa, em agradecimento, consagrou-o bispo de Utrecht, e acrescentou ao seu nome um outro, de origem latina: Clemente.
Ao chegar à Holanda, Wilibrordo fundou a primeira sede episcopal, em Utrecht, e construiu a Catedral do Santíssimo Redentor. Depois, na condição de primeiro bispo, formou uma equipe de bispos auxiliares, conseguindo importantes conversões naquele território. São lendárias e inúmeras as viagens que fez pelo rio Reno em direção à Dinamarca e à Holanda.
Quando seu protetor, o rei Pepino, morreu, parte das terras da Holanda voltaram para o domínio do pagão Ratbodo. Por isso Wilibrordo teve de sair de cena, indo refugiar-se no mosteiro que fundara em Trèves, não muito distante. E ao receber a notícia que também Ratbodo morrera, voltou para sua missão. Nessa ocasião, contou com a ajuda do sobrinho, Bonifácio, outro grande missionário que a Igreja incluiu no seu livro de santos.
Morreu no seu Mosteiro de Echeternach, construído sobre o rio Reno, em 7 de novembro de 739, já bem idoso.
A Igreja canonizou-o como o “Apóstolo dos Frisões”.
A festa de são Wilibrordo, que ocorre no dia de sua morte, é uma das mais celebradas em toda a Holanda.
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Beato Francisco Palau, Confessor.
(+ Tarragona, Espanha, 1872)
A personalidade extraordinária do carmelita Francisco Palau, com seu zelo ardente e combativo pela causa de Deus e da Igreja, faz lembrar a do profeta Elias, patriarca da família carmelitana.
Nascido em Aytona, na Catalunha, Francisco Palau professou solenemente, aos 21 anos de idade, no convento carmelita de Barcelona. Ordenado sacerdote, apoiou com suas pregações os carlistas, então em guerra civil contra os monárquicos liberais.
Possuía um particular discernimento do papel desempenhado pelo demônio no mundo, e empenhou-se para que a Igreja ampliasse o uso do exorcismo como arma espiritual adequada às necessidades dos fiéis. Em consequência de suas opiniões religiosas e políticas, foi perseguido e exilado.
Fundou duas congregações religiosas femininas – a das Carmelitas Missionárias e a das Carmelitas Missionárias Teresianas – e duas masculinas, que vieram a se extinguir: a dos Irmãos Carmelitas do Ensino e a dos Irmãos Carmelitas Terciários.
Em 1868, em meio a uma tempestade anticristã e anticlerical, deu inicio à publicação de “El Ermitaño”, semanário religioso, político e literário. Nesse órgão divulgava, acerca do futuro da Igreja e das várias nações européias, análises e previsões de impressionante agudez de espírito. Foi beatificado em 1988.
São Prosdócimo
Século II
O nome Prosdócimo, imediatamente mostra sua origem da região de Vêneto, da cidade de Pádua e, mais tarde, também de Rieti. Isso porque o culto a este santo vem de uma tradição muito antiga, do século II, que homenageia o primeiro bispo de Pádua, de Rieti e, também, padroeiro dessas duas cidades.
Segundo narram os registros oficiais da Igreja, Prosdócimo teria evangelizado também toda a Veneza ocidental, numa grande obra de difusão que fixou, definitivamente, o cristianismo no coração daquelas populações.
O nome Prosdócimo, em grego, significa “esperado”. Ele foi o primeiro evangelizador dessas cidades. De fato, verdadeiramente, o esperado por elas, que ainda eram pagãs.
Nas várias regiões de Rieti e Pádua, o bispo Prosdócimo teria patrocinado prodígios e milagres, que as mais antigas tradições descrevem com toda a liberdade de expressão, reforçando ainda mais seus exemplos edificantes de fé em Cristo.
Às vezes, porém, os poucos documentos tornam mais redundantes as tradições. Como foi o caso deste bispo. Depois de sua morte, encontrou-se o registro citando que a comunidade erguera, fora das muralhas de Pádua, a igreja de Santo Prosdócimo, que mais tarde tornou-se a Basílica de Santa Justina, uma das mais belas da cidade.
A glória do bispo Prosdócimo teria sido, de fato, Justina ter sido convertida por ele. Essa nova cristã soube manter intacta a sua fé, enfrentando o martírio na perseguição de Nero. Entretanto Prosdócimo foi poupado, não havendo nenhum registro, ou tradição, que explique o porquê.
O bispo morreu naturalmente. O seu culto ainda é vigoroso, sendo venerado pelos fiéis, que rezam por sua paternal intercessão nas situações de aflição e desânimo. A Igreja confirmou a sua celebração e, no calendário litúrgico, são Prosdócimo deve ser homenageado no dia 7 de novembro.
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