Reflexão dominical: “Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus” – RV
21/10/2017 12:40
PARTILHA:
Cidade do Vaticano (RV) – «A liturgia de hoje nos convida a refletir sobre o modo de nos relacionarmos com as realidades de Deus e as realidades do mundo. Deus é a nossa prioridade e a Ele devemos submeter toda a nossa existência. Por outro lado, Deus nos convida a um compromisso efetivo com a construção do mundo.
O Evangelho ensina que o homem, sem deixar de cumprir as suas obrigações com a comunidade em que está inserido, pertence a Deus e deve entregar toda a sua existência nas mãos de Deus. Todo o resto deve ser relativizado, inclusive a submissão ao poder político.
A primeira leitura diz que Deus é o verdadeiro Senhor da história e, por conseguinte, guia a caminhada do seu Povo rumo à felicidade e à realização plena. Os homens que atuam e intervêm na história são apenas instrumentos de Deus, dos quais se serve para concretizar os seus projetos de salvação.
A segunda leitura apresenta-nos o exemplo de uma comunidade cristã que coloca Deus ao centro da sua vida; apesar das dificuldades, se compromete de forma corajosa com os valores e os projetos de Deus. Eleita por Deus para ser sua testemunha no mundo, vive ancorada na fé, na esperança e na caridade inabaláveis.
O contexto evangélico situa-se em Jerusalém, onde se dá um confronto entre Jesus e o Judaísmo. De um lado, os dirigentes judeus, com suas certezas e preconceitos, se recusam, terminantemente, a acolher a proposta do Reino. Do outro lado, Jesus que convida os dirigentes judeus a tomarem consciência de que, quem recusa o Reino, recusa a própria salvação que Deus lhes oferece.
Irritados com a ousadia de Jesus e questionados pelas suas propostas, os líderes judaicos buscam, ansiosamente, um pretexto para acusá-lo e levá-lo diante do tribunal.
A principal questão dos fariseus era a armadilha sobre à obrigação ou não de pagar os tributos ao imperador de Roma. Se Jesus fosse a favor, seria acusado de colaboração e usurpação com os romanos no poder; se Jesus se pronunciasse contra o pagamento do imposto, seria acusado de revolucionário, inimigo da ordem romana.
Então, Jesus resolve a questão pedindo uma moeda do imposto, na qual estava cunhada a imagem de César. Por isso, concluiu: “Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”.
Provavelmente, Jesus sugere ao homem a não abster-se das suas obrigações para com a sociedade, sendo um cidadão exemplar. Isto quer dizer “dar a César o que é de César”. No entanto, deve também reconhecer Deus como seu único Senhor, porque no seu coração ele adora a Deus, que o criou à sua imagem e semelhança».
(Reflexão dos Padres Dehonianos para o XXIX Domingo do Tempo Comum – A)
Fonte: Rádio Vaticano