Palavra (Is 55, 6-11):
6. “Buscai o Senhor enquanto pode ser achado; invocai-o enquanto Ele está perto.
7. Abandone o ímpio o seu caminho e o homem injusto suas maquinações; volte para o Senhor, que terá piedade de ti, volte para o nosso Deus, que é generoso no perdão.
8. Meus pensamentos não são como os vossos pensamentos, e vossos caminhos não são como os Meus caminhos – diz o Senhor.
9. Estão Meus caminhos tão acima dos vossos caminhos, e Meus pensamentos tão acima dos vossos pensamentos, quanto está o céu acima da terra.
10. Como a chuva e a neve descem do céu e para lá não voltam mais, mas vem irrigar e fecundar a terra, e fazê-la germinar e dar semente, para o plantio e para a alimentação,
11. assim é a Palavra que sair de Minha boca: não voltará para mim vazia; antes realizará tudo que for de minha vontade e produzirá os efeitos que pretendi, ao enviá-la”.
ORAR E VIGIAR
É sempre tempo de voltar do pecado, da morte para a graça de Deus, para a vida. O nosso ciclo só fecha no último suspiro. Deus não quer e não permitirá que vivamos uma vida sem significado, uma vida vazia. Muito menos que vivamos uma vida refugiados nas fraquezas e nos vícios. A Palavra de Deus não deixa de produzir frutos de transformação. Constantemente somos tomados por vivências e chamados que Ele nos deixa pelo caminho, para que identifiquemos e colhamos com sabedoria o que nos é permitido.
Se perseverantes em Seus ensinamentos, temos como seguir fielmente a Sua vontade e nos preencher ainda mais do Seu existir em nós. Quando O invocamos nas orações, além do fato de Ele já nos conhecer por inteiro, estamos abrindo o nosso coração e permitindo que sejamos transformados e isso geralmente acontece no tempo das dificuldades. Quando clamamos, somos ouvidos porque Deus é piedoso e generoso no perdão e na misericórdia. E é justamente pelas oportunidades do dia-a-dia que vamos encontrar novas maneiras de trabalhar as coisas que devemos mudar.
Para alcançarmos a paz é preciso que saibamos viver em equilíbrio e a sobriedade é uma condição necessária para que nos tornemos uma criatura nova, repensando e reagindo àquilo que Deus nos fala: “meus pensamentos não são como os vossos pensamentos e vossos caminhos não são como os meus caminhos”. Compreender o que Deus nos quer dizer requer uma oração aprofundada, enriquecida de fé e de qualidade espiritual. E toda essa prática não mora apenas no pensamento, mas também no desejo e na ação.
O que verdadeiramente agrada ao Pai é que estejamos em construção, sempre reparando as nossas atitudes e buscando entender como se dá o processo divino em nós, através de quais circunstâncias estaremos mais, ou menos próximos do Reino, tentando acertar mais e errar menos. Somos humanos, somos fracos e na nossa fragilidade tornamo-nos egoístas. Se nos voltamos para nós, vamos privilegiar as nossas queixas e deixamos de perceber quanto aprendizado temos pela frente.
O Senhor nos apresenta um Caminho de Verdade, Justiça e Santidade. Quando perseveramos na oração somos abençoados. E assim como a chuva vem para molhar a terra, para fazê-la produzir, também a graça de Deus chega até cada um de nós, para nos fecundar e germinar, se tivermos dispostos a receber esta graça. E da mesma maneira que a semente se rompe, dando espaço para que o caule vá além daquele chão e produza folhas, flores, frutos e sementes, nós também precisamos nos permitir romper com o nosso pecado. E que na fé criemos resistência, que a nossa folhagem seja repleta de orações, que floresçamos os sentimentos e venhamos a dar bons exemplos como frutos.
Malena Andrade – Psicóloga assessora da Pastoral da Sobriedade da Diocese de Blumenau