Nápoles – Itália (Terça-feira, 19-09-2017, Gaudium Press) Alegria! Todos os fiéis da nave gritam: “O Sangue está líquido, o sangue está solto”. E, imediatamente, após o anúncio como já é tradição um lenço branco tremula, fora do templo sagrado fogos de artifícios são soltos, para comemorar o milagre.
“Quando eu abri o cofre, o sangue já se dissolveu”, anunciou o Arcebispo de Nápoles durante a celebração na Catedral. “Obrigado ao Senhor que mais uma vez mostrou o seu bem”, disse Dom Crescenzio Sepe.
Na sua homilia o Cardeal Crescenzio Sepe recordou “os dramáticos acontecimentos deste verão”. Lembrou que vivemos em tempos difíceis o qual chamou de “desastroso e doloroso”. Citou o terremoto de Ischia, os incêndios que fez inúmeras vítimas e uma perda para natureza, também com reflexo na própria economia. O purpurado, ainda, comentou a morte de uma família de turistas em Soltarara di Pozzuoli, que a todos deixou de luto.
Referindo-se aos imigrantes disse que são peregrinos e que a igreja de Nápoles criou para este ano a pastoral inspirada no trabalho e misericórdia, “mesmo aqui em Nápoles, ao cuidar dos nossos pobres irmãos, sem distinção de nacionalidade ou religião e cor de pele” mostra nosso desejo de paz, concluiu.
Sobre a história do sangue de San Gennaro
A esta pergunta do correspondente da Revista Arautos do Evangelho, responde Dom Vincenzo de Gregório, Abade-Prelado da Capela do Tesouro de San Gennaro, em Nápoles:
“Sobre o sangue, não temos nenhum documento antigo a não ser a partir de 1389. É uma crônica na qual se relata que em Nápoles acontece o prodígio do sangue que se liquefaz. Supõe-se que esse documento, originário da Sicília, já existia antes de 1389. Desde quando? Ninguém pode dizê-lo.
“A única coisa que remonta à época de San Gennaro é a forma da ampola. Do ponto de vista arqueológico, ela tem uma forma típica de uma ampola do século IV. As investigações científicas levam a considerar que dentro dessa ampola há sangue humano. Isto é o que se conclui do exame de espectroscopia, que é atualmente o exame mais adequado.”
Mas como garantir que esse sangue é realmente de San Gennaro?
“Este é um motivo de séria reflexão”, responde Dom Vincenzo. “Esse sangue sempre foi considerado de San Gennaro, e, portanto, perde-se na noite dos tempos a tradição oral que mantém esta relação. De outro lado, é verdade que existia o costume de guardar o sangue dos mártires. Há, pois, fundamentos históricos para tomar como segura a tradição popular.”
Esse prodígio se repete anualmente diante de milhares de assistentes na Basílica de San Gennaro, em Nápoles. Uma ampola de cristal contém uma certa quantidade de sangue coagulado de San Gennaro que se torna líquido em determinados dias do ano, em geral na véspera do primeiro domingo de maio, na festa do Santo, 19 de setembro, e no aniversário da erupção do Vesúvio, 16 de dezembro.
Fonte: Gaudium Press